Game on

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  Sabe aquela sensação de desespero? Você não consegue explicar, não entende o que se passa ou o prezado momento em que se inicia. Simplesmente você trava, e uma enorme onda de calor passa pelo seu corpo junto a uma abstinência de oxigênio em seus pulmões. Eles estão mais densos que o normal. Logo após isso, suas pernas começam a bambear e seu rosto empalidecer. Está fraca, sem forças para se locomover, seus olhos... Parados encarando a porta sem conseguir mover a íris do olho para o outro lado, apenas parada.

  Este era o estado atual de Macayla Styles enquanto encarava a porta fechada em seu desespero solitário. Os barulhos eram estrondosos. Vinham da sala de estar, na parte de baixo da mansão.

  Os gemidos de Laura Hollis, tentando se defender eram contínuos. Ela estava em batalha. Tudo bem, Laura era poderosa, porém sua oponente era um ser não vivo. Somente havia um jeito de matar por inteiro a Alison. E era arrancando-lhe o coração. Tanto Macayla, quanto Alison sabiam que a bruxa iluminada não era grotesca e monstruosa ao ponto de destruir o corpo de uma amiga querida como Alison, que defendeu tantas vezes Rebecca, que morou junto a Lyssa e Danyelle, e que participou na ajuda a proteção de Macayla. Ela que agora havia sido mais uma das diversas vítimas de Vlad Alucard, o terrível e covarde psicopata, Conde Drácula.

  Laura tocou em sua ferida na testa que sangrava enquanto se levantava novamente. Porém suas pernas estavam bambas.

— Patético. Uma bruxa tão poderosa, tão valiosa... Entregou-se aos sentimentos emotivos. — Disse Alison se cicatrizando das feridas causadas pela magia de Laura.

— Não vou matar você, Alison... Por favor, precisa lutar contra isso.

— Já estou morta Laura. Quem tem que lutar é você. — A bruxa iluminada deixou escorregar dos olhos algumas gotas de lágrimas.

— Então que seja... Em Macayla, você não toca. — Respondeu erguendo-se com as suas últimas forças e mirando em Alison a palma de sua mão cujo desenho do símbolo da magia iluminada estava exposto em forma de tatuagem. A bruxa começou a citar sua magia. — Per haec significata est, ad tuam cor. — Disse a mesma pedindo que por meio daquele símbolo, o coração de Alison caminhasse para ela.

  E houve reação. A dor era eminente nos olhos da recém-vampira. Que em ato de desespero correu usando sua velocidade vampírica e segurou no pescoço de Laura imprensando a bruxa contra a parede, que ficou vermelha no exato momento, pois em um piscar de olhos Alison pegou Laura pelos cabelos e rapidamente usou de sua força para bater o rosto belo e inocente da bruxa em seu joelho com a força de 10 homens. Laura não havia conseguido a tempo. Sua cabeça até se ergueu, revelando o sangue esbanjar de seu nariz quebrado e da boca cortada. Porém sua tontura era mais forte, Laura apagou completamente inerte ao chão.

  Alison havia ganhado aquela batalha.

  Suas presas surgiram de sua boca, pronta para matar sua fome e devorar a mortal quando de repente um grito assustado repreende a vampira.

  Péssima hora. Literalmente péssima hora para Macayla resolver dar as caras. 

  Alison, estava sorrindo.

***

  Rebecca Havillard Styles. Este era o nome daquela que eliminou o diabo da existência. Era bom que todos relembrassem desse nome antes de envolver sua família em outro problema.

  Seu marido em coma e a filha traumatizada, dava a Rebecca a raiva da qual ela precisava descontar. A mulher que fora abençoada por Deus em seu nascimento e herdeira das chamas do inferno.

  Rebecca pisou novamente naquele campo da escola respirando o ar impuro daquele local naquela noite. Demorou a abrir os olhos, pois o flashback de suas memórias passadas a percorriam como nunca. Como em exemplo, a primeira vez que chegou aquela escola agora já reformada. Algemada, como uma criminosa que assassinou os próprios pais. Porém ela aprendeu a amar, a ter amigos e a ter um poder inexplicável. E era assim que ela quer estar quando abriu os olhos. Pois quando Rebecca Styles abriu os olhos, ela viu o que acreditou ser o impossível.

— Você vê o que eu vejo? — Perguntou Rachel ao seu lado.

— Sim. — Respondeu Becca.

— Sabe quem são, não sabe? — Retornou a perguntar.

— Sim. — Repetiu a resposta.

  E seguindo o olhar das duas, podia-se ver, a quantidade... A infinidade absurda.... Ali estava presente. Do lado de fora da escola, e dentro também.

  Todos os moradores humanos de Bloodville. Isto fora contar o exército que Vlad trouxe da Romênia. A cidade havia se tornado o mar dos vampiros. Haviam pessoas até do lado de fora da barreira. Eram tantos...

  Belzebu ainda estava de olhos arregalados enquanto Ariel se posicionava do lado esquerdo de Rebecca. Rachel que estava do seu lado direito parecia incrédula.

— Isso não é bom. Nada bom... — Disse ela avançando na frente.

— Rachel! Espera! — Disse Rebecca segurando-a pelo braço, fazendo com que a vampira virasse-se para ela. — Não vai... — O olhar de Rebecca era de apreensão. Ela estava implorando, sabia que se Rachel fosse, não voltaria. 

— Eu preciso.

— Não vai conseguir.... Ele é seu pai...

— Mas não é minha família. Não mais, Becca. — Respondeu sorrindo suavemente enquanto acariciava a mão dela. — Promete que não vai morrer?

— Não irei. Não posso deixar minha família, e muito menos você. — Respondeu e Rachel a abraçou, dando-lhe um beijo em seu rosto. — Vá... Mostre que quem comanda é você, Alucard. — Respondeu e Rachel  lhe devolveu com um sorriso de canto, um sorriso que transmitia felicidade, vitória e.... Pura maldade.

  A rainha das trevas estava a caminho.

  Rachel andou observando os movimentos dos vampiros. Nenhum deles sequer se movia. Apenas encaravam os movimentos da vampira no aguardo de uma ordem. Rachel caminhou livremente com seu enorme casaco negro deslizando no chão ao caminhar. 

  Quando chegara a escola, simplesmente abriu as portas e a fechou.

  Estava na hora de dar início a mais uma das grandes rebeliões entre demônios.

  Ariel respirou fundo e olhou para trás. Lá estava a aliança entre anjos e demônios recém-formadas. Não se comparava ao tanto de vampiros que se posicionava ali em frente. Os descendentes de renegados estavam basicamente todos os que Rebecca conhecia. E entre os anjos estava a tropa de Ariel, incluindo Miguel, e Handriel, seu filho. 

  Logo ela encarou Rebecca que parecia esperar por um sinal. E esse sinal era sua mãe, pois com a voz firma de uma líder, segurou sua espada, e encarou os vampiros.

— Arcanjos! — Gritou e todos os anjos e arcanjos posicionados fizeram sua formação de guerra. Entraram em posicionamento ao aguardo de uma ordem, e foi então que Rebecca deu sua vez de falar.

— Descendentes! — Gritou e todos os seus amigos se posicionaram em formação de batalha enquanto suas chamas ergueram das palmas de suas mãos e olhos.

— Vamos matar uns vampiros... — Sussurrou Belzebu entrando em sua forma demoníaca.

— Ao ataque! — Gritou Ariel dando o sinal verde.

  Neste momento, todos, literalmente todos os descendentes e anjos avançaram na direção dos vampiros, que rosnaram para os oponentes, avançando igualmente atrás deles. Será uma chacina. Uma chacina que transformará a cidade de Bloodville, na nova cidade sobrenatural.


Alucard: O Retorno - Vol 3 - Uma História Renegados Do Inferno Onde histórias criam vida. Descubra agora