ato XXVII: in love with you

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[🐰+🐥]

Ruídos. Barulhos. Sons. Não tão distantes.

Aperto a palma das mãos contra a almofada abaixo dos meus dedos e pressiono os olhos por alguns instantes.

Um, dois, três. Três vezes são o suficiente, ou eu espero que seja.

Abro os olhos, observando a vasta fresta de luz vinda da janela, decido fechar os olhos novamente, claridade não é a minha melhor amiga.

Nunca gostei tanto da claridade, do branco, da luz do sol e de tudo relacionado a ele. Exceto em dias chuvosos.

Solto um suspiro, preciso levantar, mas há uma mão fixa em minha cintura, um par de pernas entrelaçadas as minhas e alguém ressonândo fraquinho abaixo de mim.

E eu solto um suspiro, fechando os olhos novamente, cravando meus dedos contra o tecido de algodão abaixo de mim.

Não era um travesseiro, era um peito, um peito coberto por um moletom e totalmente quentinho, subindo e descendo tranquilamente devagar.

Abro os olhos novamente, inclinando o rosto para cima apenas para ter a melhor visão durante as manhãs que não tenho há anos.

Jungkook de olhos fechados, com os lábios entreabertos, ressonândo baixinho; seus fios de cabelo acima da testa, divididos entre uma bagunça ou um teste irresistível de passar as mãos.

Antes que eu perceba, já estou com um sorrisinho ridículo no rosto, acariciando seu abdômen com a pontinha dos dedos, ora passando o polegar quentinho.

O clima gelado como nunca me faz querer ficar aqui abraçadinho pra sempre, mas infelizmente, tenho obrigações.

Uma delas é acordar esse homem para que cheguemos no teatro à tempo, mas agora, parece um pecado ter que despertar alguém que se parece com um anjo enquanto dorme.

Suspiro fraquinho, levando os dedos até a lateral do seu rosto, acariciando a lateral da sua bochecha com o polegar, sentindo a calamidade da sua pele encontrar com o calor da minha.

— Jungkook? — Indago, baixinho, parte de mim sabe que não quero o acordar.

Que pecado. Eu sou o pior homem dessa terra.

Jungkook não move um dedo, muito menos seu rosto, que apenas se contorce em um misto de irritação e frustração.

Hum, será que ele está sonhando com as milhares de vezes que fiz ele ficar irritado?

— Ei, Sr. Jeon... — Acaricio seu rosto, lentamente. — Acorda, vai.

Me sinto péssimo. Tenho o pressentimento de que vou ter que deixá-lo dormir.

Seu rosto é tão angelical, às vezes parece que estou lidando com um homem inexistente, porque sua beleza é definitivamente surreal.

Jungkook sempre foi bonito, em todas as situações e ocasiões, chega a ser doloroso ter que olhar pra ele e não me cegar pela grandiosidade da sua luz.

Ele é luz.

É incrível como alguém se veste, fala, anda e se porta como um demônio sedutor, mas está jogando pro time contrário.

Longe disso, Jungkook também pode ser encantador, determinado, bondoso, empático e super gentil, como um anjo.

Ainda não decidi de qual parte mais gosto, de qual parte me excita mais ou me deixa ainda mais encantado, talvez a angelical por ser incrivelmente perfeita ou a demoníaca por sair completamente dos meus padrões.

Disorder  | Jikook (Incompleta)Onde histórias criam vida. Descubra agora