Capítulo 9: Capturados

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O jovem acordou assustado com gritos e sons horripilantes em sua volta, estava preso em uma cela, um teto cinzento pulvoroso, além disso um cheiro horrível de sangue misturado com mofo, que dava vontade de vomitar.

"Onde caralhos eu estou?"

Shin se levantou da cama cambaleante e com a visão prejudicial, mas ainda seguiu em direção ao que parecia ser a frente do quarto, pensando que não havia nada em sua frente, ele andou um pouco mais e sendo arremessado para trás por uma espécie de campo de energia.

Os berros de alguém lhe doíam os ouvidos que já estavam bastante desorientados, ali parecia como um hospício de loucos e aos poucos começava a se sentir um pouco assim, ele conseguia discernir uma voz rouca em meio aos gritos.

- Este aqui ainda não está pronto... - uma voz rouca, era quase inaudível, o som do serrote era o foco da atenção de todos, junto aos berros.

Em seguida fora ouvida passos curtos de inúmeras pessoas, abrindo a cela ao lado de Shin, a voz que gritava de dor e balbuciava palavras sem sentido lhe parecia conhecida.

- Me solta! O que acha que... - a voz de Mizuki no mesmo instante sumiu, dando lugar em seguida para gritos de sofrimento.

- Esta aqui é perfeita, nunca vi tamanha evolução. - a voz masculina disse entusiasmado. - Prepare ela pra remoção, ainda restam dois... - tossiu de forma descontrolada.

Foram poucos passos até pararem de frente à cela de Shin que não estava entendendo nada, havia dois homens trajando um terno e na frente um velho com um jaleco branco tingido com o escarlate em sua veste. O campo de energia é desativado e no mesmo instante que Shin iria reagir, foi derrubado no chão por um dos homens de terno, sentia uma dor intensa em seu braço esquerdo como se estivesse pronto para ser quebrado.

- Não faça mais nada, Amaru. - o senhor encostou a mão no ombro direito do homem que estava prestes à quebrar o braço de Shin.
- Sim, senhor. - no mesmo instante parou e se levantou, ficando de prontidão.

O senhor que aparentava ter entre 50 à 60 anos, estava surpreso ao ver Shin e ao mesmo tempo com um olhar curioso sobre o jovem que não parecia entender.

- Este espécime é perfeito! - falou causando um alvoroço, estava surpreso com Shin. - Ele se parece totalmente com um humano! - completou.
- Ele é humano. - disse o outro homem de terno com os braços cruzados. - Infelizmente não é um hagune perfeito. - disse rígido.

O doutor suspirou e fechando o rosto, parecia bastante desanimado com à resposta dada. Shin não entendeu o que estava acontecendo, o homem de braços cruzados logo estendeu a mão para o garoto.

- Você viu demais, é uma pena. - socando a barriga de Shin com uma força fora do normal. - Não se preocupe, vai sofrer pouco. - acertando dessa vez seu tórax.

Shin mal conseguia respirar enquanto seus olhos lacrimejavam, por conta de alguma droga em seu corpo, ele estava com os sentidos debilitados mas sentia dor, aos poucos que apanhava começava a florescer uma pequena raiva, seus dentes pareciam ficar afiados, um de seus olhos se tornava amarelado.

- Este é o último dos espécimes? - o senhor perguntou com desdém para a criatura em sua frente.

Amaru que o acompanhava, suspirando e olhando sério para o cientista, respondeu:

- Sim, senhor. Este é o último das qu...!! - fora interrompido ao ver seu parceiro sendo arremessado para fora da cela de Shin.

O próprio jovem saía de lá com uma aparência totalmente diferente, como se estivesse possuído por um hagune, seu olho direito brilhava em tom amarelado e uma foice começava a se formar em sua mão esquerda.

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