3:00 da manha

429 32 0
                                    


Eu já senti mãos venerarem meu corpo com tamanha intensidade que se eu fechar meus olhos ainda consigo sentir aquela energia.
Eu já senti olhos encararem minha alma com tamanha força que eu mal consegui respirar.
Eu Já fui capaz de me sentir tão transparente pra alguém a ponto de eu mesma me enxergar de modo claro.
Eu já fui, esposa, amante, filha, aluna, mãe, menina, mulher, inconstante, e firme.

Hoje me vi pensando na falta que sinto de algumas coisas como essas, sinto falta de ter tamanha confiança em alguém a ponto de um toque me fazer relaxar e um olhar me fazer estremecer de ansiedade.

O quão raro é ter isso hoje em dia, depois de tantos relacionamentos fracassados, tantas mentiras e traições não totalmente superadas, tantas cicatrizes que eu certamente não esperava carregar antes dos 30 pelo menos.

Não é exatamente desacreditar do amor. 
Pois eu acredito.

È sobre desacreditar das pessoas e de suas reais intenções, sentimentos.
Sei que assim como eu muitos se escondem atras de uma fachada de insensibilidade,
mais assim como eu todos nós
sentimos isso, esse vazio que ecoa em nós as 3 da manha de uma segunda - feira, a falta de um toque que não seja casual e sem sentimentos, a inexistência de um olhar que te conheça e ainda assim te ache incrível. 

È isso que borbulha dentro do meu peito agora, depois de 1 ano sozinha, um ano me recuperando do ultimo golpe que meu coração aceitou sem reclamar muito, mas que ainda assim abriu cortes profundos em mim. 

Saudade de sentir-me amada, e sim acredito que nessa minha caminhada tenha tido momentos de amor verdadeiro, genuínos eu diria, e por isso eu sinto falta, da sensação de estar completa, de dormir no peito de alguém com completa segurança. 

Apesar do medo de novas dores, e do meu quase desinteresse pelas pessoas em si, eu procuro o calor do amor, como a mariposa atraída pela luz reluzente.

textos crueis (Leia-me Se For Capaz)Onde histórias criam vida. Descubra agora