Segunda Fase - Meu paraíso particular - Capítulo 2

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Foi apenas um gemido. Meio agoniado e ao mesmo tempo extasiado. Eu ri e subi minha boca pela pele suada até alcançar a omoplata direita de Eros, onde mordi com vontade ao mesmo tempo em que descia minha mão pelas costas largas parando sobre a nádega musculosa. Eu sabia que ele estava exausto e por isso me senti poderosa por saber que eu era a causadora disso tudo.

Não que fosse novidade. Tanto tempo juntos e eu já tinha mostrado incontáveis vezes como eu me tornava insaciável na cama com ele. Ri novamente ao me lembrar de quando ele me disse que eu já tinha pago com juros todos os anos que eu o privei de fazer amor comigo. Como se não fosse ele o culpado pela situação, já que para mim, ele tinha a obrigação de impedir meu casamento com Warren.

Fiz uma careta ao pensar naquele pobre diabo e me deitei de costas na cama. Eros girou lentamente a cabeça e me encarou, os olhos levemente inchados e pesados de sono. Eu me inclinei em sua direção, deixando um beijo em sua boca.

—Você sabe que isso de fazer sexo várias vezes e selvagem numa mesma noite é tudo utopia, certo? Coisas de romance. Homem nenhum consegue essa proeza.

—A não ser que use um Viagra.

—O que definitivamente eu não farei.

Eu ri e o beijei novamente. Não ia amaciar ainda mais o ego dele e dizer que as três vezes intensas e absurdamente prazerosas também me deixaram em frangalhos. Estávamos nesse pique há quatro dias, desde quando começou nossa lua-de-mel e era hora de assumir que somos apenas humanos. Tarados um no outro, mas humanos.

—Não me deixe dormir muito, por favor. Quero ligar para nosso menino logo cedo.

Eu me arrastei na cama para ficar mais perto dele e Eros girou, ficando de lado e me puxando para os seus braços. Apoiei minha cabeça em seu braço, a mão em seu peito enquanto o outro braço circulava minha cintura. Acho que eu nunca ia deixar de me emocionar sempre que o ouvia chamar Reece de nosso menino, nosso garoto... nosso filho.

O amor que sentiam um pelo outro era algo quase inacreditável e provocava inveja em algumas pessoas. Principalmente naquele Voldemort dos infernos que eu não queria sequer pronunciar o nome. O infeliz atormentou demais minha vida depois que foi expressamente proibido pelo juiz de fazer visitas ao filho, tendo a permissão só após um tratamento psicológico. Somente após o prazo estipulado pelo juiz, ele seria novamente ouvido, bem como o laudo do profissional que o atendia. E isso felizmente ainda não tinha acontecido, ou seja, meu filho estava livre da presença nociva dele.

Eu só tinha certeza de que ele estava mesmo se tratando porque George e Anna me garantiram que sim. Os avós paternos de Reece tinham a minha permissão para visitarem e passearem com o neto, desde, é claro, que o traste do filho deles se mantivesse a distância. E eu sabia que eles estavam agindo corretamente comigo. Apesar de terem se distanciado por um tempo, sei que gostavam de mim e de Reece. Eles não mereciam o capeta que tinham como filho.

Voltei meus olhos para Eros, não querendo perder meu tempo pensando no infeliz. Mas eu sempre ia me lembrar de como ele me importunou querendo voltar para mim. Certa vez ele me abordou na academia, e nesse dia eu ri tanto, atraindo a atenção de todos, que ele se afastou por um bom tempo. Só se eu estivesse louca. Não era por Eros ser uma delícia, gostoso, lindo, incrível e eu o amar. Motivos para não cometer uma loucura dessa não faltavam.

—Descanse também, amor.

Eros resmungou sonolento e eu me apertei ainda mais a ele, fechando os olhos.

—Eu te amo.

Sussurrei e por alguns segundos não tive resposta. Até que ele balbuciou debilmente.

Meu inferno particular - DEGUSTAÇÃOOnde histórias criam vida. Descubra agora