Temari
Acordei com uma puta dor de cabeça. Tentei me levantar, mas quase cai, então fiquei sentada na cama.
— Cama..? Onde é que eu tô?!
Olhei ao redor, confusa. A última coisa da qual me lembro era da moça de olhos vermelhos, e depois disso minha mente fica um breu. Olhando a minha volta, até que o quarto é bonito. As paredes são pintadas de preto opaco, e o chão é de madeira escura assim como alguns móveis. Tinha um guarda roupas, uma cômoda, uma penteadeira, uma escrivaninha e uma estante de livros, todas feitas de madeira, com detalhes em preto e dourado. Na cama, ao meu lado, havia uma muda de roupas com um bilhete.
"Apronte-se e desça para o café. Comprei um novo hijab, caso sinta necessidade"
A roupa não era bem a que eu estava habituada a vestir. Um vestido negro até abaixo dos joelhos, de manga comprida, com um colarinho branco. Meu hijab também era preto.
— Que tara é essa que essa mulher tem na cor preta, puta que pariu...
Balbuciei baixo, mais para mim mesma. Minha barriga roncou, e só então percebi estar faminta. Peguei as roupas e fui ao banheiro que, pasmem, também era quase todo preto. Tomei um banho rápido e me vesti rapidamente, voltando para o quarto e encontrando um par de meias com um coturno preto.
— Ótimo, entrei para o exército..
Calcei as botas e fui até a penteadeira, prendendo meus cabelos em duas "maria chiquinhas, e colocando o hijab por cima, desta vez sem cobrir totalmente os cabelos. Olhei meu reflexo e fiquei pensando na bronca que eu levaria do papai se me visse com os cabelos a mostra.
Sai do quarto e me deparei com um imenso corredor. Não fazia a menor ideia pra onde seguir, até ouvir um barulho de panelas vindo da minha direita. Fui seguindo o barulho, desci um lance eterno de escadas e cheguei até uma espécie de copa, com uma mesa de seis lugares farta de comida. Atrás da mesa tinha um balcão, onde a moça de olhos vermelhos estava com um avental fazendo panquecas.
— Não sabia que Bruxas comiam panquecas.
Soltei, irônica. A moça de olhos vermelhos apenas soltou uma risada leve, e pediu que eu me sentasse com as outras. Só então notei outras duas garotas na mesa, vestidas igual a mim. Uma delas, a ruiva, tinha um ar hostil e largado, já que mantinha um dos pés em cima da mesa e uma expressão de tédio. A outra garota aparentava ser mais nova, era pequena e frágil como uma boneca, e comia de cabeça baixa, acanhada. Me sentei ao lado da ruiva, vendo a moça de cabelos negros me servindo com panquecas e se sentando do lado da outra garota.
— Bem, que tal nos apresentarmos? Eu sou Kurenai Yuhi, e no momento, é tudo o que vocês precisam saber sobre mim. Toda bruxa tem alguma afinidade, um lado onde suas habilidades se sobressaem, e eu gostaria que vocês falassem a de vocês.
Disse a moça de cabelos negros, sorrindo. Ela ficou nos encarando, esperando que alguma de nós começasse a falar. Na minha casa, eu não podia falar a mesa, era um espaço onde apenas os homens podiam conversar sobre os negócios. Então, inspirada por isto, fui a próxima a me apresentar.
— Sou Temari no Sabaku, tenho 19 Anos e vim do Egito. Desde criança eu consigo controlar o vento.
Disse, de forma rápida, vendo a ruiva me olhar torto. Kurenai aplaudiu, feliz com aquilo, e logo disse.
— Dentre as garotas da casa, Temari, você é a que possui um melhor controle sobre suas habilidades. Será bem poderosa no futuro, garota...
Sorri, acanhada, comendo minhas panquecas. Não costumava ser elogiada, a não ser pelos pretendentes com o dobro de minha idade ou meus irmãos quando queriam algum favor. A próxima a se apresentar foi a ruiva, ajeitando os óculos.
VOCÊ ESTÁ LENDO
Witch House, Bitch
ParanormalApós anos nas sombras, Kurenai decide reunir as três herdeiras de três panteões diferentes ao redor do mundo para formar seu novo Coven em uma cidade fantasma na Rússia. Porém, o ressurgimento de um antigo grupo de caça as Bruxas, conhecidos apenas...