Training

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Ninguém ousou dirigir a palavra a Kurenai, Tsunade ou Mei. As três chegaram durante a madrugada e sua aura sombria indicavam que tinham falhado na missão. As três sentiam-se culpadas, sobretudo Tsunade que sentia-se frágil por ter sido apagada tão fácil. No passado, Tsunade era temida e conhecida como a mulher mais forte do mundo. O que diriam dela, que foi apagada com um único golpe e tão facilmente?

O café da manhã foi silencioso, apenas com as garotas. Karui e Temari trocaram algumas palavras, na tentativa de animar o restante das garotas, mas foi uma tentativa em vão. A energia negativa havia dominado a casa e a sensação eminente de fracasso pairava sobre elas.

Após o Café da Manhã, notando a ausência das mais velhas a mesa, Hinata decidiu ir ver se Kurenai estava bem. Pela ausência da figura materna, Hinata apegou-se muito rápido a Kurenai. Sentia-se confortável com a mesma, com um sentimento quase como o de uma filha para com a mãe.
Preparou uma bandeja de café da manhã para a mentora e subiu até seu quarto. Era numa área isolada da casa, a qual as garotas eram proibidas de acessar. Mas Hinata não importou-se em descumprir as regras pois acreditava ser por uma boa causa.
Chegando ao quarto de Kurenai, a pequena colocou a bandeja no chão e bateu na porta.

"Se eu dominasse a Telecinese, não precisaria colocar a bandeja no chão. Poderia fazê-la flutuar enquanto bato na porta"

Esse pensamento invadiu Hinata, e mais uma vez, a sensação de impotência a dominou. Por que era tão fraca? Onde estavam seus poderes e os dons especiais que Kurenai disse ter visto nela?

- Entre, Hinata

A voz abafada de Kurenai a assustou, e ela abriu a porta. Pegou a bandeja do chão, entrou no quarto e empurrou a porta com o pé para que fechasse.

- Desculpe ter atrapalhado e vindo aqui sem permissão. Mas a senhora não desceu para o Café, então resolvi trazer algo para a senhora comer.

A fala de Hinata era baixa, acanhada. Kurenai estava sentada na janela, com um olhar fixo no Lago que havia no Jardim. Ela virou-se para encarar Hinata, percebendo a preocupação no olhar da menor. Caminhou até ela e acariciou o topo de sua cabeça.

- Obrigada, Hinata... Realmente, desde que voltamos, não temos mais tanta força.

Disse com uma risada fraca e rouca, sentando-se na cama e indicando que Hinata se sentasse também. A Hyuga deixou a bandeja na mesinha ao lado da cama e sentou-se ao lado da mentora.

- Como foi com a viagem? Aconteceu algo lá?

Kurenai suspirou, contando, Hinata toda a história e em detalhes. Não lhe poupou de nada.

- Ela era nossa última chance de lutar contra eles, Hinata. Agora não sabemos o que fazer... Estamos sem luz.

Apesar do choque com tudo aquilo, Hinata manteve-se inexpressiva. Estava pensando.

- Nós não temos.... aliados?

A fala da pequena fez Kurenai lhe encarar, curiosa. Que tipo de aliados? Antes que perguntasse, Hinata continuou.

- Kiba vêm de uma família de Lobisomens, Suigetsu é um meio-sangue de tritãos e o Juugo é um metamorfo. E todos são leais a senhora... Não podemos juntar todo mundo?

A pergunta ingênua de Hinata quase fez Kurenai rir. Realmente, era uma excelente ideia e qualquer um que não conhecesse a história das bruxas apostaria nesta união. Só havia um porém...

- Eles estão conosco por medo, e não lealdade. Todos os clãs, todas as raças seguem apenas aos Deuses. Como somos escolhidas diretamente pelas Deusas, nós somos mais fortes e mais influentes do que eles. Mas assim que souberem que há uma ameaça mais forte, irão se rebelar. Todos eles.

Witch House, BitchOnde histórias criam vida. Descubra agora