Capítulo 8

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Aurora

John chegou desarrumado e com olheiras no escritório de Meredith.

— A noite foi boa.

Sorri para ele, ele passou a mão no cabelo e sorriu.

— Pode me dizer o por que está indo agora? E o por que estou escondendo você do Matthew?

— Simples, ele estava com a Poliana. Aos beijos, eu mesma vi.

— Eu vou matar esse desgraçado. Eu avisei que se ele te machucasse eu ia acabar com ele.

— Ninguém vai acabar com ninguém aqui, o Táxi já está chegando. Ele vai deixar você no pequeno apartamento que fiz seu pai comprar. Sei que não é sua casa, não é a casa da sua mãe, mas é um jeito de você não ficar na rua. E você Sr. John, vá ao menos lavar esse rosto.

Ele não se moveu, e quando o táxi chegou ele me ajudou a descer a mala e colocou na mala do táxi, me apertou forte e disse

— Você é forte, vai se dar bem.

Meredith ajeitou os óculos e me abraçou depois me entregou um cartão e um envelope.

— Esse cartão tem todo o seu dinheiro que juntei desde que entrou aqui e tem o dinheiro que conseguimos do seu pai. Guarde bem e use com sabedoria até você receber seu salário. E nesse envelope tem um pouco de dinheiro para pagar a corrida e comer algo.

— Eu também te amo Meredith.

Entrei no táxi e ele deu partida, mas não olhei pra trás, nem quando ouvi a voz de Matt gritando meu nome.

O apartamento ficava numa rua calma, entrei e havia um porteiro sentado atrás de um balcão, um senhor de cabelos brancos e um sorriso gentil.

— O que a senhorita deseja?

Foi quando me toquei que não tinha chave, nem o número do apartamento.

— Meredith disse...

Ele não me deixou completar.

— Ah você é a senhorita Stuart. A mulher, Meredith, veio aqui algumas vezes arrumar umas coisas, era sua mãe? Mande lembranças a ela.

Ele me estendeu um chaveiro com uma chave.

— Obrigada

— É o número trezentos e um. Vá de elevador para não se cansar.

Apertei o botão e esperei ele chegar até o térreo, o prédio era pequeno, havia apenas oito andares e eu morava no terceiro, quando entrei o corredor tinha cheiro de limpeza. Havia duas portas de um lado e duas do outro fui pra direita e vi os números na porta e parei de frente para uma porta marrom com o número trezentos e um pendurado. Segurei a chave com mais força do que era necessário mas tomei coragem e abri a porta. Lá dentro o cheiro era o mesmo do meu quarto na WF, o que significa que Meredith havia usado os mesmos produtos de limpeza. Na sala havia um sofá de três lugares, uma televisão e uma mesinha de centro, tudo muito bem organizado e limpo. A cozinha era americana, havia uma bancada e de um lado ficava uma mesa com quatro cadeiras e do outro os armários e eletrodomésticos. Havia um banheiro e fui em direção à uma das portas e dei de cara com um quarto vazio, apenas uma cama de solteiro e uma cômoda. E fui ver o outro, havia uma cama de casal, com uma mesa se cabeceira de cada lado, um guarda-roupa e uma escrivaninha. Guardei as poucas roupas que eu tinha e mandei uma mensagem de texto para John e para Meredith

"Cheguei bem. O apartamento é enorme e muito bonito. Já estou com saudades"

Havia algumas mensagens de Matt e algumas ligações também. Eu bloqueei o número dele e apaguei as mensagens sem ler. Fui até a cozinha e vi que eu teria que comprar algumas coisas, Meredith comprou alimentos não perecíveis e deixou pra mim, mas o resto eu teria que comprar. Em cima da mesa da cozinha havia um envelope com as cópias dos documentos de compra do apartamento em meu nome. Guardei na gaveta da escrivaninha do meu quarto e decidi sair, eu tinha que comprar mantimentos e também algumas roupas para meu novo trabalho.

Ouvi batidas na porta e logo tocaram a campainha, abri a porta e uma mulher, que deveria ter uns vinte anos segurando uma vasilha na mão estava parada.

— Sua mãe Está?

Observei a mulher a minha frente, loira, mechas cor de rosa, está de pijama e tinha farinha na sua bochecha.

—Moro sozinha.

— Desculpa. Sou Ellizabeth, mas todos me chamam de Elly. Trouxe torta caseira de maçã.

Ela me estendeu a torta e eu peguei, ainda estava morna.

— Obrigada Elly, me chamo Aurora.

— Sou sua vizinha, qualquer coisa só chamar aqui.

Ela apontou pra porta de frente a minha.

— Obrigada.

Ela entrou no apartamento dela e me deixou ali, com uma torta de maçã e na dúvida se ela era maluca ou apenas simpática.

Coloquei a torta em cima da bancada e por mais que estivesse com uma cara boa eu resolvi comer apenas quando voltasse. Tranquei a porta e fui de escada até lá em baixo.

— Qual seu nome mesmo?

Perguntei ao senhor que fica na portaria.

— Me chamo Arnold senhorita.

— Por favor, me chame de Aurora.

Ele sorriu, fui no shopping e comprei alguns saltos, alguns conjuntos sociais, uns jeans e mais algumas roupas, queria estar apresentável no meu primeiro dia, então fui ao salão de beleza e fiz as unhas e o cabelo. Na volta passei no mercado e comprei algumas coisas que iria precisar.

A volta pra casa foi complicada, estava com muitas bolsas e poucos braços para carregar. Mas agradeci quando entrei e fechei a porta atrás de mim. Arrumei a geladeira e depois as roupas novas. Estava me sentindo bonita com meu novo visual, minhas unhas bem feitas e meu cabelo castanho muito bem hidratado parecendo de atores de tv.

Liguei para o John, mas ele não atendeu. Então fui até o freezer e peguei um pequeno pote de sorvete. Me joguei no sofá enquanto passava os canais, meu telefone vibrou indicando uma mensagem

"Bombshell, espero que seu primeiro dia sozinha esteja sendo bom. Já estou com saudade de você.

Bj John"

Respondi rapidamente

"Te liguei, porque não me atendeu?

Também estou com saudades"

"Ele está aqui. Não preciso dizer pra quem estou mandando mensagens. Ele está louco querendo descobrir cadê você, porque foi embora e blá blá blá. Te ligo assim que der. "

Taquei o celular no sofá e grunhi. Resolvi pegar um pedaço da torta para acompanhar o sorvete e que torta maravilhosa. Guardei tudo na geladeira e resolvi ir dormir, uma boa noite de sono para garantir um dia bom amanhã. A cama era quente e confortável, eu sentia falta de algo, ou melhor de alguém. Ela era grande demais. E me senti irritada por estar pensando no idiota que me traiu.

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Aqui vai  começar a passagem de tempo, temos alguns capítulos nessa idade dela mas depois iremos para o "futuro".

Beijos, Nena!


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O Nosso Destino- Série DesencontrosOnde histórias criam vida. Descubra agora