Capítulo 5-Vizinhos

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Alfredo e eu estávamos brincando de bola na varanda de nossa casa. Era uma tarde de quinta-feira. Ernâni saiu de sua residência naquele instante, aproximou-se de nós e falou:

— Eu posso brincar com vocês?

Alfredo e eu paramos de jogar bola e olhamos para ele. Meu irmão disse:

— Pode se juntar a nós, Ernâni.

O nosso vizinho começou a jogar uma partida de basquete conosco. De repente, Ernâni me empurrou no chão no momento em que eu conduzia a bola. Alfredo disse para o garoto:

— Ei, isso não vale.

Eu me levantei e disse:

— O que é isso, Ernâni? Você não pode empurrar os outros durante o jogo.

— Eu jogo da maneira que eu bem quiser, seu idiota — falou Ernâni de maneira arrogante.

— Se você não quer seguir as regras do jogo, vá embora daqui! — eu disse.

Nesse instante, Ernâni me jogou no chão de novo e começou a dar chutes no meu abdômen com muita força. Alfredo segurou o braço de Ernâni e disse: "Pare, seu estúpido!"

Nesse momento, meu irmão recebeu um soco do garoto. O sangue começou a escorrer do nariz de Alfredo. Eu me levantei nesse momento e disse:

— Vá embora daqui, Ernâni! Você não passa de um bruto!

— Você ficou louco, Ernâni? O que está acontecendo com você? — falou Alfredo.

— Vocês dois são patéticos. Parecem mariquinhas. Só sabem brincar de basquete. Por que vocês não conseguem fazer outra coisa? — disse Ernâni.

Nesse momento, a porta da casa do Sr. Asafe se abriu e a irmã mais velha de Ernâni apareceu na entrada. A garota disse em alta voz:

— O que você está fazendo, mano?

Ernâni olhou para ela e disse:

— Nada.

— Está na hora de você preparar a comida. Entre — disse ela.

— Mas eu quero ficar aqui por mais alguns minutos — protestou Ernâni.

— Entre agora, seu pirralho! Papai vai lhe bater se ele descobrir que você não fez a comida — disse a menina.

A irmã dele falava como um general. Naquele momento, o nosso vizinho entrou na casa de sua família. A garota fechou a porta logo após.

Alfredo e eu ficamos de mal com Ernâni. Não o convidamos para brincar durante dias seguidos. Não era a primeira vez que eu cortava relações com Ernâni depois de uma briga. Alfredo e eu sempre perdoávamos aquele garoto problemático depois de algum tempo. As crianças não sabem guardar rancor. Ainda éramos inocentes e puros.

O  Segredo de HugoOnde histórias criam vida. Descubra agora