3. Adeus, Castelo

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*Toc, Toc*

Eu bati na porta e o rosto do Primeiro-ministro Carl Jansen me cumprimentou. Ele tinha uma expressão claramente aborrecida.

"Oh, se não é Aine-sama. Você veio para suavizar seus erros para Sua Majestade novamente?

"Não, eu tenho um pedido hoje..."

"Pedido? Você é uma pessoa muito depravada, não é? Aine-sama nunca se igualou aqueles dois, não importa quanto tempo passe, porque você sempre está tirando vantagem de outra pessoa."

O—Oh... Que palavras terríveis... eu instintivamente recuei.

"U—Uhm, eu fiquei impressionado com a história do reverendo essa manhã..."

"Você planeja tirar vantagem do Reverendo? Você realmente é—"

Ah, esse cara repetiu isso novamente! Que dor!

"Eu quero ir embora do castelo!"

Carl congelou assim eu disse isso. Acenei minha mão na frente do congelado Carl para verificar se ele ainda está consciente.

"O—O que... você disse?"

"Eu gostaria de deixar o castelo e aprender a agricultura. Eu quero viver e aprender no próprio lugar."

"Para fazer tal tolice... por não ser reconhecido e ter apenas esse método para se tornar um prospecto para o sucessor, você é uma coisa lamentável, não é?"

Por que a maneira de pensar desse cara é assim?!

"Eu não estou interessado em ser um candidato sucessor."

"Ho! eu não posso confiar em suas palavras."

"Tudo bem, conversar com você é inútil. Eu irei partir. Transmita isso para o Pai também."

"Que tolice você está— Espere, Aine-sama!"

O sujeito gritou atrás de mim, mas eu decidi apenas ignorar, ignorar e ignorar!

Eu vi o Pai[1] do lado oposto da porta olhando alguns documentos atrás de sua mesa, parecendo indiferente. Eu realmente não sou amado, hum...

Desde que eu já divulguei essa declaração, partirei neste instante!

Caminhei de volta para o meu quarto, peguei as joias já que eu antes gastava todo o meu dinheiro para me enfeitar, e saí do castelo.

Montado em meu cavalo pessoal, deixei o castelo para trás.

"Eu nunca voltarei para esta casa cheia de maldade!" Eu pensava enquanto deixava o cavalo viajar sem rumo.
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[Leichel]

"Oi, aquele idiota não está aqui?"

O dia está prestes a terminar. Quando perguntei pelo o Segundo Príncipe que não veio jantar, o servo apenas retornou com uma resposta ambígua.

Ele pareceu estranho durante o café da manhã, então eu me sinto um pouco incomodado, isso é tudo.

Parece refrescante quando aquele tolo barulhento não estar aqui, eu considerava enquanto pegava um pão.

Três dias se passaram quando percebi que nunca mais o havia visto. Ele não apareceu porque desmaiou novamente por três dias e três noites? Desde os velhos tempos, eu sempre achei que o corpo daquele cara era frágil...

Depois do jantar, eu decidi com relutância visitar o seu quarto.

Então, ninguém estava no quarto. Nem ele, nem o criado. O estado do quarto não mudou, então eu suponho que ele está em algum lugar do castelo.

No entanto, três dias depois disso...

"Aniue"

Meu irmão mais novo entrou ao meu quarto. De alguma forma, sua aparência não parecia boa.

Ao contrário daquele imbecil, Yuan é inteligente e se destaca nas artes militares, então eu não desgosto dele. Ele também é um bom parceiro de conversação. É por isso que toda vez que Yuan e eu discutimos sobre assuntos sofisticados, aquele idiota fica perplexo. Além do mais, ele faz dele mesmo um estúpido quando grita todo agitado - é insuportavelmente engraçado.

"Aniue, o cavalo de Aine-niisama está faltando."

"O quê?"

"Não muito tempo atrás, fui ao estábulo para preparar o meu cavalo, no entanto o cavalo de Aine-niisama tinha desaparecido."

"Aquele cara saiu do castelo?"

"Eu só posso pensar nessa possibilidade."

"Se for esse o caso, onde ele possivelmente poderia..."

"..."

O rosto daquele idiota veio em minha mente.

De pele clara com cabelos e olhos negros, o irmãozinho que sempre parecia mal humorado e nem um pouco fofo. O irmãozinho que sempre olha para trás com olhos lisonjeiros pretendendo obter favores, estranhamente reservados apenas para o Pai.

E então, aquela única expressão risonha e gentil durante o café da manhã naquela especifica manhã.

No final, foi impossível para mim dormir bem aquele dia.

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NOTAS DE RODAPÉ:

1. Os irmãos se dirigem ao pai como chichiue (父 上), uma maneira muito arcaica e formal de dizer "pai". Literalmente significa pai honrado .

2. Eu decidi manter todos os honoríficos, assim: -sama (様) e -niisama (兄 様) serão mantidos como estão. -niisama é um honorífico muito respeitoso para um irmão mais velho. Enquanto -sama  é um honorífico geral que indica respeito ou que aquele que está sendo endereçado é de um status mais alto. Como eles são realeza, falam e respondem formalmente, então o aspecto de "respeito" pode ou não estar presente.

I Want to Enjoy a Country Life! [PT/BR]Onde histórias criam vida. Descubra agora