Seguros?

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Não sei bem por quanto tempo dirigi...Foram algumas horas...Lize havia dormido após tanto chorar. Seus rosto corado, tanto quanto seus olhinhos estavam. Quanto a mim? Simplesmente, ficara sem lágrimas para chorar após tanto tempo. Já estávamos em algum lugar fora da cidade que eu não conhecia...Estacionei em um posto qualquer quando fui alertado da falta de gasolina. Recostei meu assento...Tentando não pensar no que aconteceu, porém...Eu queria pensar...Queria entender...Queria ver uma brecha que comprovasse que aquele tiro não a matou, mas...Não haviam brechas...Tia Jenn deu sua vida para salvar as nossas...Nunca duvidei que ela pudesse fazer, porém nunca imaginei que ela tivesse que...Á minha esquerda, Lize abrira seus olhos, lentamente. Ela os esfregou, com uma expressão infeliz.
- Tá tudo bem? - Perguntei, tão infeliz quanto.
- Uhum...- Respondeu ela, de cabeça baixa.
- Não se preocupa...Vou ali...Pôr gasolina e...Comprar algo pra você comer, tá? - Disse, tentando anima-la, já levantando para sair do carro, porém, Lize agarrou a baia da minha blusa. - Lize...? - Perguntei preocupado.
Ela ficou alguns segundos segurando minha blusa, ainda de cabeça baixa e então, finalmente começou a chorar. Ela mantinha sua cabeça baixa, suas lágrimas caíam no chão, lentamente. Ela mexia sua boca, porém não saía nenhum ruído. Ela continuava se forçando a tentar falar, mas o único barulho era de sua respiração acelerado por causa do choro.
- Lize...? Tá tudo bem...Tá tudo bem...Ela tá em um lugar melhor...- A acalmei, já sentado de novo.
Ela falou algo, finalmente, porém não consegui escutar.
- Lize...? Repete...Por favor, eu não ouvi. - Pedi, tentando abraçá-la, porém ela se esquivava.
- É minha culpa! - Berrou ela. - É minha culpa que...É tudo minha culpa...Estaria tudo bem se você...Não tivesse me salvado... - Chorava ela, sem me olhar nem por um segundo.
- O que...Você está dizendo...? Para com isso...- Pedi, segurando as lágrimas.
- Não! - Berrou novamente. - A culpa é minha e você sabe! - Insistia.
Não sabia como acalmá-la...Ela parecia muito afetada...Simples palavras de conforto não pareciam funcionar dessa vez.
- Eu me odeio...Só...Causo a morte de quem tá perto...É minha culpa...Eu não devia estar viva...Me perdoa... - Pedia ela, entre lágrimas.
- L-lize... - finalmente, consegui pôr meus braços em volta dela, porém...Me mantinha estático, sem ter como responder a aquilo.
- Eu sou muito egoísta...Mesmo causando coisas horríveis...Ainda quero ficar com você...Me perdoa... - Continuava chorando, ainda em sofrimento.
- Chega... - Pedi, sem nenhum sentimento na voz.
Ao ouvir aquele tom diferente do habitual, ela parou. Messmo ainda chorando, ela finalmente, me olhou nos olhos. Seus olhinhos verdes, muito vermelhos.
A abracei, o mais forte que meus braços podiam...Pus meu queixo em sua cabeça. Comecei a acariciar seu cabelo e costas.
- Por quê...? - Perguntou ela, esfregando o rosto em meu peito.
- Porque eu te amo...Nunca mais faça isso...Nada é sua culpa...Se seu pai disse isso, eu vou matar aquele desgraçado. A culpa de tudo isso...É dele. - Disse, sombrio.
A culpa jamais será dela e nada irá me convencer disso. A culpa é do filha da puta do Afton...Ele começou esse ciclo de morte e ódio, então...Eu iria termina-lo.
Lize se calou...Apenas agarrando em meu abraço. Nenhum de nós tinha o que dizer, então apenas mantemos aquele abraço acolhedor.
Após alguns minutos, ela aparentava estar se sentindo melhor, sendo então, a minha deixa para sair do carro.
Não tinha muito dinheiro, então preferi focar em encher o tanque, afinal, não tinha ideia do quanto iria dirigir. Fui na lojinha, então comprei uns dois chocolates e uma garrafa d'água. Sobraram apenas alguns poucos trocados.
No caminho de volta para o carro, havia um orelhão...Como tinha 25 centavos, pus uma moeda. Disquei o número, rapidamente. Não sabia bem as horas, mas não me importava muito em ligar muito cedo.
Os longos segundos que fiquei esperando que alguém atendesse foram agoniantes. Pensei em desistir e voltar logo para o carro, porém pude ouvir o barulho dele atendendo.
- Quem é...? - Perguntou Carlton, sonolento. Ele encerrou a frase com um bocejo.
- Carlton...Que bom que foi você que atendeu...- Senti um alívio, muito gostoso.
- Sammy!? Cacete...Onde você tava!? Noite passada, chamaram a polícia na sua casa! Meu pai disse que...Você e a Tia Jenn desapareceram. - Disse Carlton, preocupado.
- Os caras do laboratório...Eles foram lá em casa...Eu e a Lize fugimos, mas...- Relutei a falar, porém não havia motivos para esconder dele. - Eles mataram a tia Jenn... - Disse infeliz.
- Hm...? Me perdoa, cara... - Lamentou.
- Tá tudo bem...Não tenho tempo pra luto...Eu e a Lize precisamos nos esconder. - Mudei o assunto.
- Cara, vocês podiam vir pra cá. Meu pai é chefe de polícia, ele vai ajudar! Eu tenho certeza! - Afirmou Carlton.
- Mas...E se ele...Entregar a Lize pra eles...? - Olhei para o carro, onde ela me encarava de volta.
- Cara, meu pai não ia entregar ela pra aqueles malucos! Não se preocupa...Vem pra cá. - Insistiu Carlton.
Olhei para o carro...Nenhum de nós dois ia aguentar muito tempo, fugindo daquele jeito. Nós dois, precisávamos de descanso...Respirei fundo, me voltando para o telefone.
- Tá...Fica de olho. Vou estar aí, daqui umas...Duas, três horas. - Pedi.
- Okay, a gente se vê.
- Thau. - Disse, desligando logo em seguida.
Respirei fundo, novamente. Tomando meu caminho para o carro. Me sentei no motorista e então, notei o olhar de Lize. Obviamente, ela queria saber com quem falei.
- Eu...Liguei pro Carlton. Vamos ficar na casa dele, okay? - Disse, dando um sorriso fraco.
- Okay... - Ela se sentou, ainda parecendo chateada.
- Aqui, trouxe pra você...Deve estar com fome. - Entreguei uma das barras de chocolate.
Ela pôs em seu colo, não parecia querer muito, já até sabia o porque.
- Hey...Desculpa...- Disse ela, sem olhar para meus olhos.
- Tá tudo bem, só...Nunca mais pense daquele jeito, ouviu? - Pedi, dando ignição no carro.
Ela assentiu, dando um sorrisinho fraco. Aquele sorriso, me deixou um pouco melhor, finalmente sentindo alguma força para continuar.
Assim, começamos a dirigir até a casa de Carlton. Lize, passou grande parte da viagem, olhando para a janela, mas não havia nada interessante para olhar, apenas mais estrada, afinal era uma rodovia no meio do nada.
- Hum. - Dei um sorrisinho - Eu espio com o meu olhinho, uma princesa. - Tentei soar animado.
Ela me olhou e então, deu uma risada animada. Já aparentava estar bem melhor.
- Cadê a princesa? - Perguntou ela, com um sorriso no rosto.
- Hm...Tá aqui, bem do meu lado. - Disse animado.
- Hihi. E o meu príncipe também tá aqui. - Disse ela, sorrindo.
Sorri para ela, porém, me virei de volta para poder prestar atenção na estrada.
- Eu te amo, Sammy. - Disse ela, repentinamente.
- Hm? - Foi do nada, mas muito bom de se ouvir. - Hum, eu também te amo.
- Sammy...Eu te amo, muito mesmo. Tipo, amor de querer casar com você. - Disse ela, timidamente.
- Acha que não sei? Eu também. - Respondi.
- Há uns dias...Fizemos aquela coisa de adultos...- Comentou ela, corada.
- U-uhum...Foi muito bom...- Respondi envergonhado.
- Aquilo significa que...Agora, eu sou sua noiva, né? - Perguntou, super envergonhada.
Por algum motivo, aquela pergunta era algo gostoso de se ouvir, algo que...Já esperava dela. Óbvio que, eu queria ter a honra de pedir quando fosse a hora, mesmo assim, eu gostava de saber que ela também já imaginava isso.
- Claro que sim. Assim que estivermos prontos, podemos casar de verdade. - Disse caloroso.
O rosto dela se iluminou. Ela abriu, seu fofo sorriso, enquanto assentia, animadamente.
O resto do caminho, ela manteve sua alegria. Cantava alguma música, a qual eu não conhecia. Já chegando a cidade novamente, pude ver minha casa...Fita da polícia na porta...Obviamente, nossa vizinha ouviu o tiro, afinal fora bem alto...Ela que deve ter chamado a polícia. Passei o mais rápido possível, pela frente da casa. Não queria pensar naquilo por nem mais um segundo. O barulho do tiro...O sentimento de impotência...Lize aos berros...Fora a pior noite de toda a minha vida.
A casa do Carlton, não era longe da minha. Uns 5 minutos e já estávamos em frente.
A viatura de seu pai, se encontrava estacionada logo em frente a casa. Respirei fundo, estacionando ao lado.
A casa de Carlton, mais parecia uma mansão, era enorme. Ficava bem ao fim da cidade, tendo vista para uma pequena floresta atrás da casa.
- Lize, não tenha medo, okay? Você se lembra do pai do Carlton, não é? - Perguntei a ela.
- Uhum. - Assentiu ela, um pouco nervosa.
- Vai ficar tudo bem, só...Fica perto de mim, tá? - Pedi, enquanto segurava sua mão.
- Okay. - Concordou, segurando minha mão de volta.
Saímos do carro, lentamente. Ao sair, Lize já correu para estar ao meu lado, segurando minha mão novamente. Nos encaramos, assentindo um para o outro, finalmente indo para a entrada. Respirei fundo e então, apertei o botão da campainha. Lize me olhava, de tempos em tempos, aparentemente nervosa.
- Tá tudo bem...O Clay é legal. - Tentei acalmá-la.
- Tá bem. - Respondeu, apertando minha mão, ainda mais forte.
Pude ouvir o barulho de alguém se aproximando da porta, mas, para nosso alívio, era Carlton.
Carlton, ainda de pijama e com os cabelos bagunçados, abriu um grande sorriso ao nos ver.
- Sammy! Liz! Vocês tão bem!? - Perguntou ele, aparentemente preocupado, porém feliz em nos ver.
- O melhor que podemos estar, eu acho. - Respondi, me sentindo bem melhor só de vê-lo.
- Podem entrar, já falei pro meu pai que vocês tavam vindo. - Disse ele, saindo do caminho para que possamos passar.
Lize começou a tremer, talvez, só a hipótese de entrar numa casa desconhecida já a assustasse.
- Tá tudo bem...Você já entrou aqui, lembra? Nós vinhamos brincar com o Carlton. - Tentei tranquiliza-la.
- É, Liz. Aqui é seguro. - Carlton tentou ajudar.
- Tudo bem... - Ela parou de tremer, porém começou a apertar minha mão, ainda mais forte e nossa, como aquela baixinha tinha tanta força na mão?
A casa de Carlton, era tão bonita e grande por dentro, quanto era por fora. No corredor principal, se viam quadros com fotos de família, outras de Carlton pequeno, fazendo bagunça.
Carlton, andava á nossa frente, silencioso. Normalmente, iríamos para sala, jogar no videogame dele, que era o mais atual possível, mas...Dessa vez, ele nos guiava para o escritório de Clay, que se localizava ao fim do corredor. Carlton, deu uma rápida aspirada no ar, então abriu a porta, rapidamente.
- Samuel, que bom que está bem. Quando Carlton disse que você estava bem, foi um alívio. - Disse Clay, um homem amigável, lá para seus 40 e poucos anos, ruivo como seu filho, vestia seu uniforme da polícia.
- Ah...Não se preocupa com isso. Eu tô legal. - Respondi, um tanto inquieto.
- Bom saber, garoto! - Disse ele animado. Com um sorriso em seu rosto, voltou seu olhar para Lize, que se mantinha acuada atrás de mim.
- É a menina Afton...? - Perguntou Clay, surpreso.
Assenti, gentilmente a pondo a nossa frente. Ela se forçava a ter coragem, porém, era óbvio que estava assustada.
- Olha Carlton, se isso for uma das suas brincadeiras, saiba que vai ter 2 anos de castigo. - Repreendeu.
- Pai, você sabe que eu não brincaria com isso. - Disse Carlton, sério.
Clay, nos olhou, sério. Tanto ele, quanto Carlton, não transparênciam o ar calmo e divertido de sempre. Eles se mantinham calmos, porém mantinham a seriedade em seus olhares.
- N-não precisa brigar com o Carlton...- Disse Lize, acuada.
O olhar de Clay mudara. Ele parecia mais á vontade.
- Tá tudo bem. Não vou fazer nada com ele. - A tranquilizou, com um olhar bondoso.
- Tá bem. - Respondeu ela, um pouco mais calma.
- Entrem...Precisamos conversar sobre o que aconteceu. - Pediu Clay, abrindo a porta para nós.
Olhei Lize nos olhos, lhe dando um sorriso, para tentar acalmá-la. Segurei sua mão, um pouco mais forte e então, entrei primeiro, a levando pela mão.
Algumas estantes de livros, antigas, gavetas de arquivos preenchiam as paredes. No meio da sala, encostada na parede, se localizava a mesa de Clay, na qual haviam alguns papéis espalhados e um computador.
Clay, se sentou em sua mesa, apontando para que nos sentassemos nas cadeiras a sua frente.
Lize, já havia entendido a lição, afinal se sentara na cadeira, e eu, obviamente, ao seu lado.
- Samuel, preciso que me conte toda a verdade. O que aconteceu na sua casa? - Perguntou Clay, tentando parecer o amigável de sempre, porém estava mais pro chefe de polícia sério e condecorado, de Hurricane.
- Não sei por onde começar... - Admiti francamente. - Foi uma loucura...Tia Jenn, ela... - Tentei dizer, mas o som não queria sair. Não queria me machucar dizendo aquelas palavras em voz alta.
- Tá tudo bem...Não precisa dizer, já entendi. - Disse Clay, solidário.
- Obrigado... - Pude sentir, Lize fazendo carinho em minha mão. Olhei para o lado e pude vê-la de cabeça baixa, apenas olhando para a minha mão.
- Eu tô bem, não precisa... - Pedi a ela.
Antes que ela pudesse ter alguma reação, Clay lhe lançou um olhar e então o voltou á mim.
- Que ela é a filha do William Afton, até eu notei...Onde a encontrou? Quer dizer, ela estava desaparecida a 9 anos...E você sabe que achamos trilhas do sangue dela na Circu's. - Disse Clay, cuidadoso, porém, Lize teve meio que um choque e então, parou de acariciar minha mão. Para ajudá-la, comecei a acaricia-la do mesmo jeito que ela fazia.
- Eu a achei...Na velha fábrica de animatronics do pai dela...Ela estava sobre...Um tipo de tortura, não sei explicar... - Respondi, tentando não ferir os sentimentos dela.
- Ela estava na Afton Robotics...? Hum...Isso explica muita coisa... - Devaneou Clay.
- É sobre isso que quero falar. - Disse obstinado. - Tia Jenn...Sabia de muitas coisas que muitas coisas que não me dizia! Eu sei que o senhor também sabe! - Me levantei num salto, um pouco assustado, mas continuava focado em saber. - Preciso que nos conte! - Exigi.
Clay me fitava, aparentemente pensando na proposta. Seu rosto, demonstrava relutância, porém, ele respirou fundo, apontando para que eu me sentasse novamente, o qual fiz, e então me olhou bem fundo nos olhos.
- Você quer mesmo saber, garoto? - Perguntou Clay, relutante.
- Uhum. - Assenti, sério.
Ele respirou fundo, novamente. Se levantou, mexendo em alguns papéis, puxou uma pasta diferente. Era vermelha e tinha o nome "Caso Freddy's. 1984-1990". Logo abaixo do nome, havia um carimbo bem grande e preto, com as palavras "Sem resolução". Clay, pôs os papéis na mesa e então, finalmente voltou a me olhar.
- O pai da Elizabeth, William Afton. Se lembra dele? - Perguntou Clay.
- Papai...- Repetiu Lize, num sussurro.
Segurei a mão dela com força e a lancei um olhar tranquilizante. Ela, me olhara de volta, aparentemente infeliz.
- Sim...Ele era o melhor amigo do meu pai. Tio William sempre foi..."Estranho". - Respondi, buscando o Afton em minhas memórias. Quase não me lembrava dele, afinal, ele estava sempre trabalhando e quando tentava falar com ele, mantinha distância de mim.
- Em 1984, William Afton foi o principal suspeito do assassinato da sua irmã. - Disse ele, pausado e relutante.
Palavras que desceram horrivelmente por meus ouvidos, acabaram de ser ditas. Não era possível..."William não mataria a filha de seu melhor amigo, mataria?" Foi o que pensei, mas...Era verdade que aquele homem era estranhamente mórbido.
Em um breve segundo, desviei o olhar para Lize, que parecia mais horrorisada que eu. Na época, vivíamos brincando, nós três...Ela também foi muito afetada...Deve ser horrível imaginar que seu pai, o homem que te ama e cuida da sua segurança, faria isso a sua melhor amiga.
- E em 1986, Ele foi suspeito pelo desaparecimento da Elizabeth...- Ele voltou seu olhar para ela. - Da própria esposa e do filho, Michael. - Continuou ele.
Eu me lembrava disso...Após a Lize sumir, toda a família dela se foi, alguns dias depois. A última vez que vi Sophie, esposa de William, fora no enterro simbólico de Lize, porém, nunca mais á vi, depois desse dia.
- Agora, William está desaparecido. O massacre na pizzaria em 85, e alguns outros assassinatos também podem ser ligados á ele. William fora investigado, mas a falta de provas o liberou... - Disse Clay, calmo e respeitoso, afinal estava falando de vidas perdidas.
Lize, tremia, segurando seu choro infantil. Virei a cadeira e a envolvi em meus braços. Ela recostou a cabeça em meu peito, segurando minha blusa.
A menção aos assassintos em 85, obviamente a abalou, tanto quanto á mim. Naquele dia, 5 crianças da minha escola, um deles era nosso amigo, Michael Brooks, foram mortas. Os corpos, nunca foram encontrados, porém...As poças de sangue na Party's and Services, foram uma resposta muito concreta. Naquele dia...Eu tinha 7 anos e Lize 5. Estávamos na festa...Nós assistimos o show dos animatronics...Do nada, eles ficaram doidos, fazendo espamos e movimentos bizarros...Nesse meio tempo em que os animatronics piravam...Michael, que se sentava entre mim e Carlton, sumiu e nunca mais fora visto. Realmente, já fui a muitos enterros...
- É tudo o que sei...Olha, podem ficar aqui o quanto precisarem. - Ele sorriu amigavelmente. - Tentem não pensar muito nisso...Vou fazer café da manhã. Quando estiver pronto, chamo vocês...- Disse ele, dando uns tapinhas em minhas costas.
Ele saiu da sala, me deixando a sós com a Lize. Ela não falava nada, apenas se segurava a mim. Não sabia bem o que poderia fazer por ela, mesmo assim...Precisava tentar.
- Hey...Lize- Antes que eu pudesse continuar, ela me beijara, entre lágrimas. Seus lábios trêmulos, se forçavam sobre os meus, porém ela fora tomando coragem e então se tornara um beijo muito caloroso.
Ela se afastou, lentamente e então me olhou nos olhos.
- P-por que isso, agora? - Perguntei corado.
- Eu...Não quero perder você... - Disse ela, infeliz voltando sua visão para baixo.
Sem resposta, simplesmente acariciei sua bochecha e sorri para ela. Eu...Ainda não entendo esse poder dela de, sempre, me fazer sorrir e sentir melhor.
- Hey...Não vai perder. Tô aqui com você e...Se algo nos separar...Você sabe que sempre te acho. - Disse confiante.
- Uhum! Verdade! - Respondeu, já se animando, novamente.
Não importa o que aconteça, sempre posso contar com essa tampinha.

Five Nights At Freddy's: I am alive. (Livro Descontinuado, Leia Por Sua Conta)Onde histórias criam vida. Descubra agora