Capitulo 2

179 41 177
                                    

                                      

            Eu acordei com uma escuridão, olhei em volta e observando uma luz branca pequena no fundo. Me arrepiei, estava frio. Muito frio. Coloquei as mãos em volta percebendo o corredor grande que estava, me virei para trás mas so vendo escuridão. Coloco as mãos nos olhos, aquela luz no final do corredor estava forte.  Andava até a luz. Será que eu morri? Aquela claridade ia aumentando.  Parei logo quando percebo que algo me seguia, olhei em volta devagar. Tinha alguém atrás de mim. Eu so estava com medo demais para conseguir olhar. Volto a andar devagar e a sensação de que alguem me seguia não passa. Paro novamente e vejo algo quase do meu lado. Era pequeno, bem menor que eu. Era uma criança?

- Olá. - Ele disse quase em meu ouvido sussurrando e saio desesperada e correndo até a luz.

Ele vinha atrás de mim, podia ouvir seus passos me deixando mais assustada ainda. Era um menino. Um menino bem doido. A luz diminuía cada vez que corria em direção a ela até algo relar meus ombros me fazendo acordar.

Meus olhos quase custa a abrir mas logo depois de bastante força vejo uma pessoa parada em minha frente de cabelos pretos e com a pele pálida. Era o menino do sonho.

- Me ajuda. - Eu pisquei e ele sumiu rapidamente.

Sento na minha cama com o suor escorrendo e com a respiração rápida observando o lugar onde o menino estava.
 
                     Ele simplesmente sumiu. Olho em volta e so tem minha mesinha onde desenho, meu armário e mais algumas decorações do meu quarto. Minha respiração vai ficando mais lenta e não me mexo, apenas escutando o barulho de grilos que vinha de fora e a claridade da rua que refletia na minha janela. Eu não sei da onde aquele menino surgiu, mas espero do fundo do meu coração que ele não volte mais. Sei que ja deveria estar acostumada com esses eventos. Mas sinceramente? Tem como acostumar com isso tudo?

- Está tudo bem Annie? - Perguntou Julie se levantando do colchão indo rapidamente até a luz e acedendo enquanto me observa. - O que houve?

- Foi so um pesadelo Julie. - Ela veio em minha direção se sentando na minha cama.

- Quer que eu busque água pra você?

- Esta tudo bem. - Disse ainda tentando recuperar o fôlego.

- Tudo bem mesmo? Você está suada.

- Sim, obrigada. - Sorri.

Ela me olhava.

         - Olha... - Ela começa a falar. - As vezes também tenho pesadelos. Me ajuda muito assistir desenhos de crianças logo depois que acordo. Me deixa com menos medo.

            - É uma boa ideia. - Eu dou um sorriso pra ela mas lembrando de que os pesadelos dela normalmente não são nada parecidos com o meu. - Mas estou bem, de verdade.

                       Ela balança a cabeça devagar e logo depois começa a falar novamente.

- Annie... Sei que é um assunto delicado e já está tarde, mas... - Ela fez uma pausa. - Não conversamos direito depois do jantar, mas não me disse que ainda ia para a psicóloga. Pra mim você ja havia parado a um tempo de ir.

- Não? - Perguntei me fazendo de desentendida, eu sabia que não havia falado pra ela que estava continuando a ir. Talvez porque não queria continuar a ir. E também sei que nunca contei a ela sobre as coisas que vejo, escuto ou sinto. Ela com certeza não ia acreditar nessas coisas, e ai sim ela teria todos os motivos de me chamar de estranha ou esquisita. Assim como as outras pessoas. Não queria ver minha melhor amiga ficar com medo de mim.

- Não me disse Annie. - Ela respirou fundo. - Eu sei que sua mãe quer que você continue indo, eu so nunca entendi o porque.

- Porque meus pais simplesmente  acham que preciso.

- Porquê? - Ela faz uma pausa. - Eu realmente não consigo entender.

Dei de ombros e abrindo a gaveta da minha escrivaninha pegando os remedios que tomava e colocando todos em cima da cama. Julie abriu a boca ao ver que todos eram tarja preta.

- Annie... meu deus... - Julie dizia repetidamente.

- Eu sei, eu sei. - Olhei para ela. - São fortes né?

- Demais. - Ela concordou.

Peguei os remédios de cima da cama e guardando. Eu sei que não tinha falado o porque, e nem estava pronta para falar. Rezo para que ela não pergunte novamente.

- Vamos dormir. Amanhã a gente tem aula e esta tarde. - Falei olhando para baixo.

- Annie. - Julie colocou as mãos na minha perna. - Eu sinto muito.

- Eu também Julie.

               - Você sabe que estarei aqui sempre para te ajudar né?

           - Eu sei. - Talvez eu tivesse a melhor amiga do mundo. - Obrigada por isso.

            - Se você tiver outro pesadelo pode deitar ali comigo no colchão. - Ela sorri e eu retribuo.

               Ela se levanta devagar apagando a luz e indo direto para o colchão enquanto me acomodava na minha cama. Eu espero mesmo não ter pesadelo de novo ainda essa noite.

AnnieOnde histórias criam vida. Descubra agora