Capitulo 24

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                         Nos enterramos o menino onde era pra ter sido enterrado desde o começo. Eu so gostaria de saber por que nunca acharam o corpo de Willy. Por que enterraram ele longe de seus pais. O que havia acontecido? Talvez Willy tenha escapado do incêndio e ficou sozinho na rua até morrer de fome. Ou alguém encontrou o menino e o matou. Será que tem uma quarta pessoa na qual colocou incêndio na casa de seus pais e depois matou Willy? O que houve com ele pra que seja tudo isso um mistério. Talvez ficará em um mistério, depois de te-lo ajudado não sei se o viria de novo.

                             Termino de colocar a ultima pá de terra enquanto o homem ainda estava desmaiado no chão. Encaro ele onde sua barba branca tomava uma parte de seu rosto quase que por inteiro, será que ele tinha filhos? Família?

                - Desculpe, não era minha intenção. - Falo baixo enquanto encaro ele ainda desacordado. Escuto de longe alguns choros. Olho em volta e só vejo escuridão. - Escutou isso Julie? - Digo ainda sussurrando e quando olho em volta a menina não está mais do meu lado. - Julie? - Quase grito e o medo toma conta de mim. Pego a lanterna do chão clareando o maximo possível. - Julie!? - Grito novamente fazendo eco no lugar. - Se você estiver brincando comigo pode parar Julie, não é hora pra isso.

                               Paro de falar e só escuto grilos e ainda alguém chorando no fundo. Vou seguindo o barulho do choro, passo para alguns túmulos velhos e outros novos e ainda tomando muito cuidado para não cair ou pisar em algo até que vejo Julie ajoelhada no chão perto de um túmulo. Ela só poderia estar brincando comigo. Clareio a menina com a lanterna onde ela continua a chorar.

                  - Julie, está tudo bem? - Ela me olha e ainda estou com a lanterna nela o que faz ver que o choro era da propria menina e que ela não estava brincando.

                  - Olha isso Annie. - Ela diz mostrando o túmulo vou lentamente um pouco mais perto da menina e clareio vendo os nomes de seus avós.

                    - Sinto muito Julie. - Digo baixo e ela me encara.

                    - Não é isso Annie. - Ela pega a lanterna da minha mão e mostrando seu proprio nome no túmulo da familia. - É isso aqui.

                           Meu coração parece que vai sair para fora. Dou um passo para trás. Eu não conseguia acreditar. Um desespero bate e percebo que minha mão começa a tremer. Eu não tinha a menor ideia do que estava acontecendo.

          - Porque seu nome está aqui Julie? - É a única coisa que consigo dizer. 

            - Eu não sei. - Ela ainda diz chorando. - So tem uma explicação...

                  Eu não conseguia acreditar. Eu não ia acreditar! Isso não era real.

           - Deve ter alguém da sua família com o mesmo nome. Talvez uma homenagem que sua mãe fez, colocando o mesmo nome em você. Isso! - Digo balançando a cabeça rápido. - Foi isso. Foi isso que aconteceu.

                       Ela pega a lanterna e clareia a data de nascimento e data da morte.

             - Mil novecentos e oitenta Annie.  É a data que nasci. - Julie diz com a voz baixa e agora sem chorar. - Mil novecentos e noventa e sete. Eu morri com dezessete anos.

             - Não faz sentido Julie, você ter nascido em mil novecentos e oitenta. Você saberia o ano que nasceu!! - Quase grito.

 

             - Eu não lembrava o ano que tinha nascido!! - Ela grita agora também respirando fundo e voltando a chorar. - Eu não me lembrava... Eu só sabia que tinha dezessete anos, mas não sabia o ano que tinha nascido. Mas agora eu me lembro, foi em mil novecentos e oitenta.

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