Manual de sobrevivência no ensino médio | jjk+pjm

05| ainda na regra oito: a amnésia

quem é vivo sempre aparece!!

boa leitura!!

☀🌙

"I wish that I could wake up with amnesia
Eu gostaria de poder acordar com amnésia"

5 Seconds of Summer foram filósofos nessa música. É o trecho que me representa, mas em vez de acordar com amnésia e esquecer tudo o que já fiz e conquistei, gostaria apenas de esquecer o que aconteceu agorinha.

Eu mesmo quebrei minha regra e, bem, isso não poderia ter acontecido. E, certamente, não teria acontecido mesmo se não fosse pelo idiota do Jeon.

E eu estava com raiva — ainda estou —, com muita raiva. Muita raiva mesmo. Mas não estou com raiva dele, estou com raiva de mim. Porque eu cedi. Eu simplesmente cedi e para piorar, na frente da escola.

Assim que nossos lábios se separaram, Jeon sorriu fraco e se aproximou do meu ouvido, dizendo:

— Não foi intencional, era para ter sido apenas um selar. Sabe disso, não precisa me olhar com ódio. — ele piscou e eu respirei fundo, pegando na mão de Taehyung e pronto para sair dali.

Hoseok estava comigo, mas essa praga desapareceu, aproveitei que Taehyung estava por perto e foi claro como a água. Eu não poderia ficar ali por mais tempo. Sim, ele simplesmente desapareceu, não confiem em seus amigos, eles somem. Fantasmas.

Era impossível pensar com aquelas pessoas esnobes me olhando como se eu fosse uma escultura pronta para ser mostrada e apreciada pelo público. Eu olhei pela última vez para o energúmeno e disse, baixo, quase sussurrando:

— Nós precisamos conversar. Me encontre na quadra de basquete em meia hora.

Ele assentiu e eu saí, ainda sentindo o olhar de algumas pessoas sobre mim. Eu senti minhas bochechas queimando, eu realmente não gosto de ser o centro das atenções.

A cada passo que eu dava, alguém olhava em nossa direção. Taehyung estava amando, já que de acordo com ele, se você não chama atenção você não existe, eu não consigo ter esse pensamento. Eu gosto de não existir.

Existir com tanta atenção em cima de si pode ser terrível. O destino é igual ao das subcelebridades que respiram e alguém complementa um discurso sobre como aquela respiração está afetando alguém.

— Tudo bem, me explica agora que merda que está acontecendo. — Taehyung me jogou na cadeira e sentou-se numa mesa no meio do corredor. — Park Jimin, você me disse que não estava com ele tem menos de vinte minutos. E, uau, você beija na boca, estou surpreso.

Fiz uma cara de poucos amigos e estalei o céu da boca, escutando uma risadinha maldosa em resposta. E, ele nem estava comigo, eu falei aquilo para Hoseok... Fantasma, Edward, Jacob... É você?! Ou talvez ele estivesse comigo e eu só não percebi mesmo. Às vezes, acontece.

Não sou um péssimo amigo, apenas sou sonso.

— Vamos para a sala de aula mais vazia que tiver. — eu disse.

— Sim, senhor.

O rapaz não pestanejou, só me ajudou a procurar o desejado e assim que achamos, a fofoqueira da vizinhança se jogou em uma mesa, batendo nela, esperando que eu começasse.

— Kim Taehyung, você não viu a minha cara quando ele me beijou? — estremeci com o pensamento. — Eu quebrei uma regra. Uma das maiores.

— Que regra? Você tem isso?

Pois é, eu meio que esqueci que ninguém sabe das regras. Bom, ele é o primeiro.

— Então. — ri nervoso. — Eu tenho regras que me permitem sobreviver ao ensino médio.