Capítulo 5

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Onde tinha metido as suas cuecas limpas?

Vasculhava, freneticamente, por uma roupa decente. Tinha prometido a si mesmo que iria lavar e, talvez, arrumar o apartamento, mas isso só foi ontem, não tivera tempo para pôr em prática o seu planejamento. E agora Klaus estava ali. Perfeito! O lobo já o considerava um caçador incompetente, e agora? Depois de vê-lo atender a porta nu deve adicionar a qualidade pervertido na lista.

–Droga... Droga...–Pegou uma calça jeans qualquer e a vestiu. Dane–se as cuecas. Dane–se a sua imagem. Quem liga para a opinião de um lobo afinal?

Abriu a porta, iria enxotá-lo dali. Estava muito cedo para aquele tipo de inconveniente.

–Como você sabe aonde vivo? –Perguntou com um tom acusatório –Por acaso, me hackeou?

O lobo em questão massageava o nariz, talvez a porta tenha fechado bem em sua cara, não que Victor ligasse muito para isso. Klaus não respondeu de imediato, seus olhos dourados novamente analisaram o corpo do humano, para o desconforto deste, e como da última vez, sua visão se concentrou na parte de baixo do físico de Klaus, mais precisamente, em sua virilha. O rapaz tinha plena consciência que não tinha nem abotoado as calças jeans e era bem provável que deixava ainda amostra muita coisa que alguém com o mínimo de decência deveria esconder.

–Ei! Meu rosto está aqui e não aí embaixo! –Reclamou, ignorando o esquentar de suas bochechas, não queria admitir que estava corando. Nunca fora alguém que se embaraçava com esses tipos de coisas.

–Desculpe. –Disse o lobo, mas nenhum vestígio de ressentimento estava em sua fala –E não, não te Hackei, já falei que não sou um "fora-da-lei". Os Grimm me deram o seu endereço.

"Tenho que ter uma séria conversa com os meus tutores..." pensou irritado, como seus padrinhos deram o seu endereço para um lobo?

–E o que você quer?

–Não vai me convidar para entrar? –Sorriu, amistosamente, Klaus já apoiando sua mão na porta.

–Definitivamente, não! –Victor tentou fechar, mas percebeu que tinha dois obstáculos, primeiro a mão do lobo e segundo o pé do mesmo que se colocou estrategicamente no portal, de modo que impedia o fechamento.

–O mínimo que deveria fazer era me oferecer um café.

–Eu não tenho café nem para mim, imagine para você!

–Sério? Ainda bem que vim preparado. –Nisso levantou a sua outra mão livre a qual trazia um saco plástico cheio do que, pelo o cheiro, eram pães frescos, bolo e croissant! A boca de Victor, institivamente, começou a salivar. Quando foi a última vez que tivera um café-da-manhã decente?

Pelo visto, Klaus se aproveitou da distração do humano e adentrou no apartamento.

"O que está havendo comigo? Eu devia ser mais firme e... Cadê as minhas armas?" Sem dúvida, aquela manhã tinha se iniciado diferente de todas outras manhãs que já tinha tido. Não devia nunca baixar a sua guarda, ainda mais agora que tinha um lobo em sua casa.

–Você não sabe muito bem o que é o conceito limpeza, não é mesmo? –Klaus já se dirigiu a cozinha sem esperar permissão do dono da residência. O lobo retirou uma cueca da pia de lava–louças e fitou o humano, como que esperando uma explicação.

"Então era aí que deixei as cuecas...".

–Eu normalmente não como em casa. –Respondeu retirando, com rapidez, a sua peça intima das mãos do intruso.

Capuz Escarlate - Legado do LoboOnde histórias criam vida. Descubra agora