NINE

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Boa leitura!





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" Sempre tentava fazer o certo e ajudar, mesmo que não houvessem recompensas ou reciprocidade. Ele amava ser a esperança de alguém."

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— Deveria tentar falar com ela, hyung. — Taehyung disse quando seu hyung deixou a sala. Era o horário do intervalo, e Hoseok queria chegar logo até a arquibancada para ver se Mi Hi havia o respondido.

— Eu queria, mas é difícil. — suspirou. — Parece que qualquer palavra é insuficiente para dizer o que eu quero. Tenho medo de assustá-la.

— Você parece mais assustado do que a própria. — riu. — Mas terá que falar em algum momento.

— Eu sei. Isso me deixa mal, pois nunca tive medo de conversar com as pessoas. — suspirou pesadamente. — E agora eu tenho.

— Então o que pensa em fazer? — Taehyung perguntou, curioso.

— Por enquanto continuarei nas cartas. Acho que assim posso pensar melhor no que dizer sem me atrapalhar todo.

— É estranho te ver com medo.

— É estranho estar com medo. — confessou. — Parece que tem uma parede na minha frente, algo que me impede de seguir.

— O medo faz isso com as pessoas, hyung. Nos impede de fazer o necessário. — segurou as mãos do amigo. — Acredite, eu sei. Vamos passar por isso juntos.

Taehyung não falava isso em vão. Apesar de serem apenas dois adolescentes de quinze anos, os dois tinham uma visão de mundo bem madura. Muitos julgam a adolescência como a pior fase da vida, mas poucos realmente se lembram dela quando adultos. Poucos lembram de suas confusões, das dúvidas e incertezas, das vontades, da sua busca pela liberdade. É uma época de descobertas, libertações, reflexões, amadurecimento e auto conhecimento. Mesmo estando no meio dessa fase, Jung e Kim tinham conhecimento de si mesmo e um do outro pelos anos que conviveram juntos. Compartilhavam da pura e simples amizade.

— As vezes penso se realmente vou conseguir a ajudar de alguma forma. E penso também se ela realmente quer a minha ajuda.

— Acho que ela quer, mas deve estar com medo tanto quanto a gente. Não é muito comum um desconhecido te mandar cartas.

— Mas ela me conhece. — fez biquinho. A vontade de Taehyung era de apertá-lo até que ficasse vermelho.

— Ela conhece o Jung Hoseok, não o JH. — o corrigiu. — E de qualquer forma, vocês mal se falaram para decretar que já se conhecem.

— Isso é confuso, eu sou um só. — parou de andar, encarando seu amigo. Taehyung se assustou, mas nada com que não fosse acostumado. Hoseok sempre seria surpreendente. — Quem eu sou, Tae?

— Você é você.

— E como eu sou?

— Eu poderia passar a semana inteira descrevendo como você é, não dá pra ser menos que isso. — sorriu. — Mas saiba que você é a melhor pessoa que alguém poderia conhecer.

Hoseok ficou envergonhado. Era difícil Kim mostrar seu lado mais sensível, ele costumava ser o tipo mais descontraído, parecido com Jung.

— Só está dizendo isso por ser o meu melhor amigo.

— Você sabe que eu nunca faria isso. — rebateu. — É incrível ver como você se preocupa com todos, você tem um coração enorme, hyung.

Hoseok não pôde deixar de ficar feliz. Elogios sempre o fizeram se sentir bem, ainda mais vindo das pessoas que amava. Sentia que, poderia ser bom o suficiente para elas e fazê-las feliz tanto quanto elas o faziam feliz. Sempre tentava fazer o certo e ajudar, mesmo que não houvessem recompensas ou reciprocidade. Ele amava ser a esperança de alguém.

Apesar disso, Jung tinha dificuldade em fazer amizades, mesmo que fosse bem espontâneo e alegre. Taehyung sabia disso, por esse motivo ajudaria o amigo, mesmo sendo muito tímido. Ambos queriam o bem de Mi Hi e ambos se esforçariam para ajudá-la.

Ao chegar na arquibancada, Hoseok se deparou com uma cartinha no primeiro banco. Ficou apreensivo, não sabia se isso significava uma coisa boa ou não. Mi Hi poderia estar o respondendo ou o dispensando novamente, talvez estivesse até mesmo irritada. Só saberia quando lesse o que continha em suas linhas.

Como o time de basquete se aproximava indo para os vestiários, Hoseok decidiu que não a leria ali. Ele e Taehyung voltaram para o pátio, e se acomodaram em um banco afastado. Apoiado por Taehyung, desdobrou a folha e leu cada partezinha com todo cuidado, não segurando um sorriso ao perceber que ela estava lhe dando uma chance de se aproximar. Teve vontade de pular e dançar de tanta felicidade.

— E então? — Taehyung perguntou.

— Acho que ela quer ser minha amiga. — abraçou seu amigo.

— Isso é ótimo! É incrível, hyung! — Tae comemorava tão animadamente quanto Jung. — Agora só falta o mais importante.

— O que? — perguntou, curioso.

— Falar com ela. — Taehyung falou como se fosse óbvio. As vezes perdia a paciência com o amigo um pouco lerdo. — E acho que agora é o momento perfeito.

— Como assim?

— Ela está bem ali, hyung. E acho que ela o viu. — apontou para um ponto atrás de Jung.

— O que? — assustado, Hoseok se virou quase engasgando ao vê-la ali, sentada em um banco lendo um livro.

Não sabia como ela conseguia ficar mais bonita a cada vez que a via. Era inacreditável. Seu cabelo parecia brilhar ao sol e algumas mechas caiam sobre seus olhos. Era algo simples, mas que mexeu com Hoseok de tal forma que ele perdeu o ar. Poderia passar horas a observando assim.

— Ela estava olhando pra cá. — Taehyung falou como se não fosse nada demais, mas para Jung era muito. Muito mesmo. — Deveria tentar falar com ela.

— Não sei se consigo.

— Ficar sentado aqui comigo não vai te ajudar a ir até lá. Só a chame pra ficar aqui com a gente, não é difícil.

— É porque não será você que vai falar. — Hoseok cruzou os braços, revoltado. Tae quis rir da sua expressão de raiva, que o deixava com as bochechas infladas e um biquinho fofo.

— Ande logo, você consegue. — Tae ajudou seu hyung a levantar. — Fighting! Vou estar esperando aqui.

Encorajado – ou enxotado – por Taehyung, Hoseok começou a andar indo na direção dela. Seu coração batia forte como se fosse sair de seu peito e a cada passo suas pernas formigavam lhe dando a sensação de estar pisando em um lamaçal e se afundando ainda mais. Não fazia a mínima ideia do que dizer a ela e nem mesmo do que sentir. Mas sabia o que tinha que fazer.

E isso o dava coragem. Adrenalina. Felicidade. Sentia que era certo. Queria acreditar que era.

Seus olhos focavam apenas em seu destino e seus passos estavam mais fortes. Limpou o suor de suas mãos no uniforme e soltou o ar preso pela boca, nem mesmo sabia que estava prendendo a respiração. As pessoas em volta não o distraiam e nem tiravam o foco de seu objetivo, mas não deixou de sentir algo se chocando forte contra seu corpo e o fazendo se desequilibrar.

Ainda desnorteado, se virou para ver quem havia esbarrado em si. As vezes estava tão absorto em não desistir de falar com Mi Hi que nem vira quem estava por perto, então gostaria de pedir desculpas pela sua falta de atenção. Mas ao ver de quem se tratava, uma sensação de medo e apreensão o tomou.

Era Kwan Heojoong.


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Olá meus cubinhos de açúcar! Como estão?

Já sorriram hoje?

Eu não sou tão boa com capítulos de transição, senti que esse ficou muito chato, apesar de gostar um pouco do resultado final. Eu precisava introduzir algumas coisas, como se iniciássemos uma nova fase. E o que vocês acharam?

Alguém ansioso por saber a história de Heojoong? Sabem quem ele é? Deixei uma pista em um dos capítulos anteriores hehehe

Beijinhos de açúcar😘😘
Até logo!

612 - Jung Hoseok (hiatus)Onde histórias criam vida. Descubra agora