612 - Jung Hoseok (hiatus)

FIVE

Boa leitura!

 
   
  
  
 
   
 
  

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"As palavras tem o poder de tirar uma pessoa do abismo ou afundá-la ainda mais. Seja o anjo que salva um sorriso do abismo."

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Hoseok não sabia o que fazer. Ela estava bem ali, a tão poucos metros e parecia tão imersa em pensamentos e consumida do mundo que nem ligava se alguém a visse assim.

Ficou tentado em se aproximar. Apesar de sentir que ela precisava de ajuda, aquele momento devia ser muito íntimo para ela e ele não queria ser invasivo. Ninguém chora sem um motivo, e o motivo dela devia ser muito triste para tal ato.

O latido de Kivy o despertou, era como se o cãozinho estivesse o encorajando a ir de encontro a ela e tomar uma atitude. Com uma respirada funda Hoseok deu o primeiro passo em direção a garota do 612. Suas pernas ameaçavam desmoronar a qualquer momento e suas mãos suavam feito cachoeira. Aqueles poucos metros mais pareciam quilômetros, estava sendo difícil ultrapassar a barreira de timidez que ele mesmo criara em si.

— Hum, olá. — falou um pouco desajeitado por causa da timidez e por medo da reação dela. — Posso me sentar aqui?

Mi Hi levantou a cabeça e o olhou assustada. Não imaginava ver alguém da escola por ali, e menos ainda que esse alguém seria o garoto desastrado do corredor. Na verdade, não passava pela sua mente que ele ainda se lembrasse dela, ninguém nunca se lembrava dela.

Não conseguiu responder, não havia palavras em sua garganta. Se sentia horrível, havia lágrimas incessáveis escorrendo pelas bochechas, seus olhos estavam inchados e seu nariz, vermelho. Além de que odiava ser vista pelas pessoas, principalmente assim, vulnerável, com seus medos totalmente expostos.

Sem esperar por uma resposta, Jung se sentou ao seu lado e usou suas mãos para secar as lágrimas insistentes da menina. Por instinto Mi Hi o afastou, ainda sem acreditar na atitude do garoto. Não que não se sentisse confortável com carinho, entretanto as pessoas não costumavam se aproximar tanto, não costumavam ser assim com ela. Mi Hi cresceu sozinha, não possuia ninguém em quem confiar, nem mesmo seus pais ou qualquer amigo. Sua vida não permitia ter qualquer relação de proximidade, Mi não sabia o que era amizade, nem mesmo sabia muito bem o que significava amor. O pouco que aprendeu com a humanidade era que se alguém se aproximasse era para te cobrar obrigações desnecessárias ou adquirir algo de você, seja ajuda, dinheiro, atenção, ou apenas se livrar da culpa.

— P-por favor, não faça isso. — pediu. — Não se aproxime de mim.

— Porque?

— Você não quer esse problema. — encarou suas mãos pousadas em seu colo. — Ninguém quer.

Jung refletiu por um momento, o que ela falou teve um sentido muito profundo. Ela tinha algum problema ou se considerava um problema?

— E o que seria esse problema? — perguntou um pouco temeroso pela resposta da garota.

— Eu.

Hoseok sentiu um aperto forte no peito, aquilo havia doído bastante. O quanto ela deveria estar sofrendo a ponto de se achar um problema? O quanto as pessoas a faziam se sentir assim? O quanto ela mesma havia se martirizado?

Lembrou-se de uma frase que sua mãe sempre lhe dizia: "As palavras tem o poder de tirar uma pessoa do abismo ou afundá-la ainda mais. Seja o anjo que salva um sorriso do abismo."

As pessoas haviam a afundado. E ele poderia ser o anjo dela. Percebia isso agora.

— Não acho que você seja um problema. Não vejo isso em você. — disse trazendo Kivy para o banco também. O cachorro estava quietinho, como se prestasse atenção no diálogo do seu humano.

— E o que você vê? — Mi perguntou tentando não parecer ansiosa por sua resposta. Ela se preocupava demais com o que achavam dela.

— Eu vejo um planeta diferente do meu, ele tem uma atmosfera calma e é muito adorável e bonito. Infelizmente ele possui várias crateras causadas por quedas de meteoros inesperados, mas ele ainda tenta se manter em órbita. — confessou sorrindo. — Eu vejo além de uma garota triste sentada em um banco. Eu vejo você.

Mi Hi não soube o que falar. Ele parecia enxergar tanto dela e de uma forma tão linda e única, mas ainda assim tão realista. Será que estava tão evidente sua dor? Será que ele já havia passado por algo parecido?

Parou um pouco para observar o garoto sentado ao seu lado. Ele continuava com aquele sorriso fofo estampado nos lábios, igual a primeira vez que se viram no corredor. Ele tinha cabelos escuros um pouco bagunçados, seu sorriso parecia um coração e seus olhos transmitiam uma pureza inigualável. Sorrir não parecia ser tão difícil para ele, sempre o fazia com tanta naturalidade que nem ao menos percebia quando o fazia. Parecia ser da essência do garoto, ele era o sorriso que mostrava.

Nunca ninguém havia lhe dito tais palavras, nem mesmo em sonho. Tinha medo de que tudo não passasse de uma mentira criada por sua mente apenas para a confortar dos pesadelos da vida real.

Aquilo era verdade? Aquele garoto, aquelas palavras, aquele sorriso?

O silêncio entre eles não era constrangedor. Os dois estavam em universos diferentes, mas que de alguma forma se conectavam naquele fim de tarde. Mi pensando no que diria, Jung pensando no que ela pensava. Era uma sensação nova para os dois, uma coisa diferente no peito, que não podia ser explicado com palavras. Tudo estava calmo, mas não deixava de ser intenso e profundo.

Infelizmente o coração de Mi Hi ainda era frio demais para esses sentimentos e palavras, sendo logo abafados pelo medo de ser novamente uma ilusão de que alguém poderia a amar ou de que ela ainda era importante para alguém. Mi era apenas mais uma garota qualquer que não possuía expectativas de ser feliz. Jung podia dizer que ela era mais do que isso, mas ela não pensava assim.

— Queria poder me ver dessa mesma forma. — Mi suspirou.

— Mas você pode.

— Como?

— Eu vou te mostrar, mas apenas se você quiser. — Jung mencionou em segurar sua mão. — Posso?

 
 
 

  
 
 

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Hello! Tudo bem??

Primeira interação oficial das nossas crianças! Estou soft  ^^

Como será daqui pra frente? Alguém tem um palpite?? Gosto de ver os comentários de vocês :)

Espero que estejam gostando, pessoal♡

Até logo!!
😘😘