Prólogo

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A luz do sol ao meio - dia ofuscou os olhos de Miguel, ele sentia os seus pulmões duerem a cada respiração, o cheiro do mar entrando em suas narinas eram como pequenas agulhas  sua pele ardia, sentiu vontade de gritar, mas não encontrou forças para tanto, seus músculos demoravam a lhe obedecer, tentou mexer as pernas, os braços e com muita dificuldade a cabeça; odores se misturavam e os sons eram uma confusão em sua mente, o som das ondas se mesclavam ao cantar do vento que por sua vez estava impregnado com vozes, risos e gritos os quais não conseguia discernir muito bem. Então é assim que os humanos vivem cada um de seus dia, pensou ele.

Lentamente Miguel foi ficando de pé,  tentando se equilibrar, por duas vezes caiu de joelhos na areia da praia e com uma relativa dificuldade tentou se levantar. Aos poucos, seus sentidos foram se acalmando,  seus olhos se acostumando a luz intensa do sol já não via o mundo como um borrão de tinta, seus pulmões não ardiam mais e ele foi capaz de discernir melhor os sons. Só então ele se deu conta que estava nù e que era motivo de curiosidade dos banhistas que tiravam fotos com seus celulares. Miguel agora sentia sua primeira emoção: o constrangimento.

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