Capítulo 03

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O edifício sede das indústrias Muntec dominava a paisagem urbana do centro da cidade. Sua arquitetura envidraçada refletia o céu azul sem nuvens do verão. O prédio possuía a forma de um grande obelisco.  A Muntec atuava em vários tipos de negócio desdas áreas de farmacologia até a fabricação de armas passando pelo desenvolvimento de novas tecnologias em informática. O diversificado mercado de suas atuações deram à Muntec grandes lucros e muito controle político mesmo que fora das vistas do grande público.  Na entrada, duas esfinges de bronze brilhavam a luz do sol imóveis guardiãs que serviam de atração para os visitantes que faziam poses ao seu redor.

No último andar do edifício, Sanzael olhava as pessoas em suas idas e vindas alheias as mudanças que se aproximava.

- Sr. Sanzael. O doutor Cleber chegou.

- Mandi o entrar Sâmia, por favor.

A secretaria saiu e segundos depois um homem baixo, magro, meio calvo de óculos com aros redondos entrou no escritório. Olhou admirado os artefatos históricos que decoravam o escritório; uma armadura romana completa, em uma estante em madeira de acácia idolos tribais de varias partes do mundo, na outra extremidade do escritório um busto de Júlio Cesar repousava em uma mesinha de móguino.

- O seu pequeno museu e muito imprecionante senhor Sanzael.

- Obrigado. Levou muito tempo para reunir essas peças, mas nenhuma delas se compara a que o senhor me trouxe doutor Cleber. Sabia que podia contarcom a sua dedicação

O arqueólogo sorriu satisfeito pelo reconhecimento do seu trabalho ao longo desses dois anos. Ele havia viajado o mundo todo, seguindo pistas para encontrar aquela relíquia.  Muitas vezes duvidou de que realmente ela existisse, mas os seu empregador não havia deixado dúvidas de que gastaria se possível toda a sua fortuna para encontrar a reliquia.

Cleber sentou se em frente de Sanzael,  retirou uma pequena caixa e colocou a na mesa. Notou como os olhos de Sanzael brilharam com um ar de triunfo ao ver a caixa.

Sanzael a pegou com cuidado como se fosse algo frágil, passou as mão pela caixa sentido o metal aspero e frio. Dando um sorriso em direção ao arqueólogo o anjo abriu a caixa. Dentro uma pedra negra e cintilante de forma ovalada repousava sobre um veludo vermelho. Ao redor da pedra, símbolos de uma língua já a muito esquecida por ele adornava toda a superfície dela.

- Fiquei curioso com os simbolos e tomei a iniciativa de fazer algumas pesquisas. - disse Cleber. - E ao que parece não há nenhuma referência linguística sobre elas. Podemos estar diante da mãe de todas as línguas.

- De certa forma sim, doutor. Mas o senhor não precisa saber mais do que o necessário. - respondeu Sanzael, abrindo a gaveta de sua escrivaninha e retirando um pequeno envelope pardo. - O resto de seu pagamento doutor. Agora se o senhor puder me dar licença preciso continuar com os meus afazeres.

Por um instante Cleber desejou ficar mais, perguntar sobre a pedra e as inscrições; era um achado valioso demais para ser ignorado, mas sentiu que isso seria um erro pois Sanzael o olhava com uma expressão fria que fez o corpo do arqueólogo arrepiar se. Algo em sua mente lhe dizia para sair dali e jamais voltar. Cleber obedeceu prontamente a este instinto.

Sozinho agora, Sanzael retirou da caixa a pedra e fitou as inscrições de sua língua materna; já havia perdido a noção de quanto tempo havia passado, desda última vez que viu, ou ouviu a língua dos anjos, então veio a sua memória o Dia do Expurgo.

Sentado às margem do rio do Conhecimento que circunda o Edin, Sanzael criava um pequeno redemoinho em sua superfície na tentativa de aliviar a tensão da espera. Distraído não percebeu a chegada de seu amigo Azazyel que pairava silenciosamente na margem oposta do rio.

Sobre Anjos e DemôniosOnde histórias criam vida. Descubra agora