O Dr. Steve passou o crachar magnético na tranca eletrônica que fez um click indicando que havia sido destravada. Entrou na sala bem iluminada; fechou a porta lentamente; ficou por alguns segundos parado para se certificar que era o único presente na sala.
A sala de número 666 era também conhecida pelos funcionários do laboratório de biotecnologia Sporus, como a sala das bestas, uma referência às Bestas do livro do Apocalipse. Ela era dividida em dois compartimentos. No primeiro, ficava as roupas de proteção e um pequeno box de descontaminação, já o segundo era protegido por um grosso vidro blindado, em seu interior três grandes freezeres que guardavam os vírus mais letais do planeta tais como o Ebola, o Machopo, o Marburg e a jóia da coroa do laboratório Sporus, amostras do vírus da Gripe Espanhola. Em frente aos freezeres, um terminal de computador que continha a lista de descrição de todos os vírus naquela sala, bem como o local onde poderiam ser encontrados.
O doutor Steve vestiu a roupa de proteção biológica, abriu a mochila que trouxe consigo e retirou de dentro uma pequena garrafa térmica prateada, caminhou em direção a porta do segundo compartimento, digitou sua senha de segurança. Caminhou em direção ao terminal do computador; digitou o código de série que identificava cada amostra de vírus dentro da sala. A tela do computador mostrou o vírus correspondente bem como o número do freezer e a letra da prateleira onde poderia ser encontrado. Ele abriu o freezer de número 3; percorreu as prateleiras até encontrar a marcada com as letras AP.
Pegou o cilindro da prateleira com cuidado, levou o até a encubadora de pesquisa, uma caixa de acrílico reforçada, com dois orifícios onde duas luvas pretas de borracha possibilitavam o manuseio seguro das amostras. Depois de colocar tanto o cilindro como a garrafa térmica dentro da encubadora; o doutor Steve retirou do cilindro quadro tubos de ensaio com um liquido azulado dentro. Colocou os tubos de ensaio dentro da garrafa térmica que na verdade era uma versão modificado dos cilindros de contenção que guardavam os vírus.
Steve não se deu ao trabalho de por os cilindro no freezer pois em poucas horas acreditava que estaria bem longe dali e 100 mil dólares mais rico. Com rapidez retirou a roupa de proteção, colocou de volta na mochila a garrafa térmica, saiu pelo corredor em direção as escadas. Descendo até o estacionamento do laboratório, Steve deu de encontro com um carro branco que já o esperava. A porta de trás do carro se abriu e uma linda mulher ruiva fez sinal para que o doutor se aproximasse. Correndo em sua direção Steve entrou rapidamente no carro.
- Olá doutor. Tudo correu como planejado? - perguntou a ruiva.
- Sim. Mas precisamos sair bem depressa, antes que notem o sumiço das amostr... - antes que Steve podesse terminar de falar os alarmes soaram em todo prédio.
A ruiva fez sinal para que o motorista do carro acelerasse. Em alta velocidade ele dirigiu até a saída onde um segurança dava sinal para que parassem em quanto a porta de segurança do estacionamento descia. O motorista engrenou outra marcha e acelerou ainda mais fazendo com que o segurança saísse da frente do veículo que com força se chocou com parte da porta de segurança arrancando parte dela.
A ruiva gargalhou ao ver o rosto assustado do doutor que apertava a mochila contra o peito.
- Senhora, estamos sendo seguidos. - disse o motorista ao ver dois carros da segurança que vinham em alta velocidade.
A mulher pegou uma caixa de baixo do banco do motorista.
- Diminua a velocidade Al. - falou a ruiva abrindo a caixa onde estavam duas granadas.
Ela abriu a janela atirando as duas granadas que rolaram pelo asfalto. A explosão destruiu o primeiro carro fazendo com que o segundo batesse e perdesse o controle capotando várias vezes.
- Você é louca? Disse que ninguém precisaria morrer.
- Não fique assim meu querido doutor. Vamos ao que interessa. Você trouxe meu presentinho?
- Sim. - disse Steve abrindo a mochila e entregando a garrafa para a ruiva.
Ela abriu a garrafa e se certificou que os tubos de ensaio estavam dentro.
- Agora que você já tem o que quer poderia me dar o que combinamos?
- Claro meu querido doutor, mas antes que tal um beijo para selar nosso acordo - disse a mulher aproximando os seus lábios dos de Steve que sem imaginar do perigo entregou - se aos encantos dela.
Steve sentiu os lábios macios, e as mãos delicadas da ruiva, mas seu prazer começou a tornar - se em agonia; ele tentou respirar e começou a se debater para poder se soltar, mas a força daquela mulher era sobre humana. Seus musculos começaram a doer, seu coração começou a acelerar, ele sentiu todo o seu corpo arde como se estivesse em chamas e por fim o alívio da morte.
- Pare o carro Al.
Ela abriu a porta e empurrou o corpo sem vida do doutor Steve abandonando o na estrada deserta.
- Até que eu gostava dele Lilith. - disse Al voltando a dirigir.
- Esse é seu problema Al você é um demônio muito emotivo.
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Sobre Anjos e Demônios
General FictionQuando houve a guerra entre Deus e o Diabo e os anjos tiveram que tomar parte em um dos lados, um grupo de anjo se absteve da escolha. Quando a guerra chegou ao fim esses anjos foram sentenciados a viver entre os humanos até o dia da Segunda Vinda...