Capítulo 07

116 2 0
                                    

Ester abriu os olhos e fitou o rosto preocupado de Izacael. Confusa e com o corpo um pouco dolorido ela tentou se levantar, sentiu uma leve tontura que a vez desistir da intenção. Olhou ao redor, na parede, a foto de um anjo imoldurada, abaixo do quadro em uma cômoda um candelabro com sete braços exibia os seus restos de vela derretida, perto da cômoda sentado em uma poltrona que mais parecia um trono estava Izacael com o olhar fixo e preocado. Ele levantou em sua direção trazendo um líquido branco de cheiro adocicado. Em seguida, entregou à virologista o copo. Desconfiada Ester rejeitou, afastando delicadamente o recipiente.

- Beba vai te fazer bem. - disse o anjo.

- O que é isso? - pergutou ela.

- É um remédio preparado para fortalecer seu corpo e diminuir as dores musculares.

- Ou talvez veneno para me mata. - respodeu a virologista.

- Se eu quisesse você morta, acredite você já estaria.

Ester pegou o copo e bebeu lentamente o líquido branco; o doce invadindo sua boca; estranhamente também sentia uma certa euforia somada a sensação revigorante como se pudesse agora correr uma maratona. Neste instante Miguel entra no quarto segurando uma espada de estilo medieval, que brilhava como se estivesse em chamas.

- Aquele Nefilim deu trabalho, mas já o coloquei no... - Miguel para de falar ao ver Ester desperta, que olhava com espanto para a espada. Sem pensar muito Miguel faz a espada desaparecer em meio a luzes douradas.

- O que está acontecendo aqui? - pergunta ela sentando-se na cama.

Miguel e Izacael se entre olham buscando a melhor forma de explicar a situação sem parecerem loucos.

- Sente - se Ester por favor. - disse Izacael sentando ao lado dela na cama. - Vou direto ao assunto. Somos anjos. Miguel pertence a casta dos Arcanjos,  eu pertencia a casta dos Serafins. Acreditamos que o falecido doutor Steve estivesse trabalhando para um outro anjo, chamado Sanzael.

- Isso é bobagem. - respondeu Ester levantando se e caminhando em direção a porta.

Miguel colocou o braço no outro canto da porta de forma a impedir o caminho de Ester.

- Posso provar. - disse Miguel olhando fixamente para a cientista.

- Está bem prove.

Miguel caminhou ao centro do quarto fez sinal para que Izacael se afasta. De frente para Ester o anjo rompeu em um brilho dourado. Atônita Ester pode testemunhar os negros cabelos de Miguel ficarem de uma cor reluzente como ouro, a pele dele parecia agora feito de luz pura que ondulava como um lago que é afagado pelos ventos. Ondas multicoloridas preenchiam o ambiente, o rosto agora não mais possuía os detalhes típicos da fisionomia humana, mas foi quando Miguel expôs suas asa flamejantes que o um medo irracional se apoderou de Ester. Tomada pelo espanto a mulher fez Miguel voltar ao seu estado anterior.

- Você acredita agora ? - falou Miguel sentando na cama.

- Então a briga de vocês na estrada não foi coisa da minha cabeça. O outro cara que vocês lutavam ele era... era um anjo?

- Não - respondeu Izacael sentando se no chão ao lado da virologista. - Ele é um Amálgama. Parte anjo parte humano. Vocês humanos os conhecem pelo nome de Nefilins.

- Havia naqueles dias gigantes na terra; e também depois, quando os filhos de [Elohim] adentraram às filhas dos homens e delas geraram filhos; estes eram os valentes que houve na antiguidade, os homens de fama. - imterropeu Miguel citando a passagem do Gênesis. - Concientes de seus poderes angélico os Nefilins começaram a guerrear entre si. Criaram facções e jogavam os humanos uns contra os outros. O mal se espalhou de tal forma que foi necessário uma inundação para exterminá - los. Apenas um pequeno grupo de sobreviventes foi poupada. Eu, Rafael e Uriel os escoltamos até o monte Ararate. O resto da estória coube a imaginação dos humanos. Desprovidos de seus corpos físicos os espiritos dos Nefilins ficaram condenados entre o seu mundo e o mundo espiritual que chamamos de forma Eteria. Por vingança contra o Eterno eles se auto intitularam deuses e começaram e exigir adoração dos mortais em troca de favores. Rara são as vezes em que eles assumem uma forma física. Foi dessa forma que os deuses antigos passaram a existir em várias culturas humanas. - disse Miguel se levantando e saindo do quarto.

Sobre Anjos e DemôniosOnde histórias criam vida. Descubra agora