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Jack

Eu já havia terminado de organizar todo o meu quarto e feito um arroz de forno com batatas recheadas, quando a campainha tocou estridente pela casa toda.
Mamãe odiava aquela campainha.

-Deixa que eu atendo! - Grito descendo as escadas e me deparando com minha mãe parada com os braços cruzados - O que foi, mãe?

-Você convidou quem? - Ela questiona com um olhar desconfiado.

-Um amigo meu e o irmão dele - Digo breve, ansiando para abrir a porta.

-Eu vou sair, vou ao mercado para as compras do mês e seu pai foi visitar a vovó, não façam nada ilegal okay? - Ela sorriu e acariciou os cabelos desgrenhados do filho que assentiu e sorriu para ela vendo-a sair pelos fundos.
Angela era demais, talvez a melhor pessoa dentro daquela casa, afinal, seu pai era demasiado ausente e só aparecia quando tinha festa ou algo que envolvesse comida e bebidas alcoólicas.

-Eu acho que ele esq-

-Eu não esqueci - Digo abrindo a porta ao ouvir uma parte da fala de Finn que me olhou de baixo para cima e deu de ombros - Você é o irmão dele, não é?

-Sim, sou o Nick, prazer - Ele sorriu apertando a minha mão gentilmente - Bom, eu não faço ideia do que estou fazendo com dois pirralhos de 15 e 16 anos, mas não tem mais volta - Ele ri baixo e Finn o acompanha.

-Bom, eu fiz comida então aproveitem porque isso é raridade! - Eles riem enquanto dou passagem para ambos entrarem.

O jantar ocorreu bem, por incrível que pareça.
Nós conversamos sobre muitas coisas, desde escolas até nossos desejos, medos e traumas pessoais.
Me senti num psicólogo, confesso.
Mas quando Nick disse que havia recebido uma chamada de última hora para uma festa e deixou-nos sozinhos, tudo pareceu desabar.

Tentei várias vezes tentar descontrair o momento, puxar assunto com Finn, mas ele não correspondia de forma alguma.
Ele estava quase que me ignorando.

-Bom, eu vou para o meu quarto, se você quiser algo é só me chamar - Falo num tom baixo, afinal de contas nenhum outro barulho poderia impedi-lo de ouvir o que eu havia dito.

-Eu só queria ir embora dessa merda... - Diz ele baixinho, acredito que sem a intenção de eu ter escutado.

-Como é?

-Queria ir embora dessa merda! - Ele aumenta o tom de voz - Você não é meu amigo, será que você não se toca?

-Eu nunca disse que era seu amigo ou que nós éramos amigos! - Me defendo - Por que está agindo assim, do nada?

-Porque você me causou problemas com aquele seu bilhetinho tosco de quinta - Diz o cacheado se levantando e vindo em minha direção - Você fez o Nick brigar com nosso pai, de novo!

-Não é culpa minha! Eu não fiz nada de errado, Finn! - Digo sentindo lágrimas caírem de meus olhos. A pressão era muita e o calor do momento estava colaborando para que meu lado sentimental aparecesse.

-Você quer sempre ser a vítima, não é? Então você vai ser a vítima dessa vez - Ele se aproximou e me empurrou contra a parede.

-Finn! O que está fazendo? - Grito tentando me aproximar, mas ele dessa vez me dá um murro, me fazendo perder a noção por alguns segundos antes de sentir suas mãos em meu rosto e ouvir sua voz mais uma vez.

-Ai caralho! Jack desculpa! Eu agi por impulso, me desculpe por favor, me desculpe! - Finn repetia aquilo várias vezes e eu sabia que ele estava arrependido, ele ficou vermelho de nervoso e seus olhos agora também choravam tanto quanto os meus.

-Vai embora - Fecho os olhos e cubro o rosto com as mãos.

-Jack...

-Finn, vai embora - Repito antes de ouvir finalmente seus passos se distanciando e a porta ser fechada devagar.

Aquela noite havia sido uma merda.

Finn

Enquanto caminhava pelas ruas escuras até minha casa, pensei no quão idiota havia sido com meu menino.
Meu garotinho gracioso...

Eu era um imbecil.

Peguei meu celular e liguei para Nick, disse em meio a soluções e uma voz de choro o quão fracassado eu era e em como estava destruído.
E em poucos minutos ele chegou e me abraçou forte, bem ali no meio daquela rua deserta.

-Você cometeu um erro Finnie Boy, mas eu sou seu irmão cara! Eu tô aqui pra ajudar você, pra provar o quão incrível você é e para te mostrar como cada escolha sua vai te fazer um ser humano melhor ou pior - Ele sorriu mexendo em meus cachos - Você se sentiu arrependido, essa é a primeira parte cara.

-Nick... Tá voltando... - Digo - Minhas crises estão voltando...

-Puta merda... - Ele sussurra antes de me puxar para um abraço mais uma vez - Vamos resolver esse problema, ok? Já o resolvemos antes, vai ser fácil okay?

Assenti sentindo seus afagos em meus cachos que já estavam tão horríveis quanto eu ou meu humor.
Que merda...

(No outro dia...)

Millie

-Logico que não, Jae! - Dizia Wyatt rindo da pergunta do namorado.

-Mas você sempre disse que tinha a dúvida, beija ela - Jaeden tentou mais uma vez fazer Wyatt me dar um beijo.

-Gente, é melhor parar antes que vocês briguem de verdade - Digo calma encarando os arredores e procurando Sadie que ainda não havia chego.

-Relaxa Mills, geralmente o Wyatt é quem começa as brigas, lembra?

-Como esquecer, uh? - Rimos juntos até notarmos uma figura que se aproxima devagar e com receio, Jack.

-E aí, Jack? - Jae sorri cumprimentando o amigo que retribuiu o gesto - Tá tudo bem?

-Claro - Ele sorriu escondendo algo em seu rosto - E aí, gente?

-Jack... - Chamo o garoto que me encara rapidamente - Você ainda não me deu um abraço!

-Oh claro, desculpe! - Jack se aproximou e abaixou para me dar um abraço.
Ele realmente achava que ia esconder aquele roxo no rosto?

-Jack - Chamei-o novamente - Precisamos conversar.

***

Beijão ae galera.

Perdoem o Finn, ele é um amorzinho, juro :3

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