Carla
- Luis? - Pergunto ao ve-lo agoniado na esquina.
- Carla? Oi! O que você ta fazendo aqui? Eu não te vi lá dentro! - Falava rapidamente e eu quase precisava de legenda para entender o que ele falava.
- Menino, você ta bem? - Pergunto e ele confirma com a cabeça e mexia o quadril de forma rápida.
- O que foi? - Perguntou e senti minha bochecha corar.
- Nada, nada, só to te achando muito agitado - Digo e ele começa a rir.
- Eu to normal - Afirma e eu franzo a testa.
- Eu quero falar com você, sobre algo que ta me corroendo - Digo meio insegura e ele para rapidamente e me olha, como se eu fosse o seu programa de televisão preferido.
- Vamos, fale - Pede e respiro pesadamente.
- Luis, bem, você me disse que tava usando maconha, é verdade? - Pergunto e ele parece meio constrangido com a pergunta.
- Eu... - Começa, mas uma moto chega e ele anda em direção a ela.
Vejo ele pegando um saquinho e dando o dinheiro para o cara, não precisei olhar duas vezes, era droga, maconha, muita maconha, ele parecia que estava comprando um doce que gostava muito, ou um remédio que precisava. Não consegui ficar lá por muito tempo, aquilo me incomodou de uma forma extrema, senti vontade de vomitar.
Ouvi ele me chamando, mas cada vez sua voz ficava distante e mais baixa. Entrei na primeira esquina que vi e coloquei tudo que tinha comido para fora, ai como doeu, vomitar? Não, ter beijado alguem que está ficando viciado, ou melhor, ainda ter vontade de beijar alguém viciado! Ai-Que-Ódio-Do-Meu-Fogo!
Sinto uma mão no meu ombro, me viro ainda com a esperança de ser Luis calmo e tranquilo, sem drogas e sacana, como eu conheci, mas não era ele! Uma garota que não conhecia sorriu para mim e perguntou algo que não entendi direito, pois minha cabeça estava girando e a fraqueza me dominava.
- Como? - Pergunto com a voz falhada.
- Você está bem? - Estranhei a voz, parecia de... Homem?
- Amore, eu perguntei se você ta bem? Se usou alguma droga? Se bebeu muito? - Perguntou de novo e sua voz foi cada vez se tornando mais masculina do que pensava.
- Eu acho que estou, foi só um pequeno enjoou - Digo despois de limpar a boca.
- Credo menina, sera que está gravida? - Pergunta e no momento me desespero, será? Mas logo caiu na gargalhada.
- Muié, to com mais teia que o homem aranha - Falo em um tom dramatico e nós duas, dois? Sei lá! A gente riu.
- Entendo amore, de qualquer forma espero que você melhore, e que não fique moscando nas esquinas, só se dar bem nesse ramo os homens e as prostitutas - Ela para por um segundo - Você é prostituta? - Pergunta e arregalo os olhos.
- Não, não! - Ficamos um tempo em silêncio, e não aguento a pressão de ficar calada - Sou Carla! - Digo e ela sorri, ou ele....
- Sou Juscile Beatriz Grandão Almeida Santos Nogueira - Diz fazendo poses e mexendo o cabelo longo - Mas pode me chamar de Ju - Completa ao ver minha cara de espanto.
- A sim, prazer Ju - Digo ainda com duvida se era uma mulher mesmo ou não, tinha muita maquiagem na cara e muitas controversas.
- Bem, vamos sair daqui, que está com cheiro de peixe podre - Diz saindo dali e apenas sigo.
Ao chegar na parte mais clara vejo finalmente os seus traços, fiquei surpresa, porem já esparava. A tal Juscile, era um drag. Não foi muito dificil perceber com seus traços masculinos serem disfarçados por alta maquiagem e seu corpo EXAGERAMENTE alto e grande, não como de uma modelo ou alguém mais cheia, era como um homem malhado que come bomba.
- Que foi amore? Gostou da minha bunda foi? Desculpa, não gosto da sua fruta nega - Fala e me sinto envergonhada de olhar tanto, porem nunca estive tão próximo de uma drag, parecia algo incrível.
- Desculpa, é que não consigo parar de olhar para sua make, serio! Como você fez esse espumado tão perfeito assim? - Falo realmente impressionada com seu talento para maquiagem.
- Menina, aprendo as coisas rápido ta? Mas posso te ensinar alguns truques que são na verdade bem simples - E logo se começa uma conversa longa sobre muita maquiagem e dicas.
Ao chegar em casa, fico feliz em lembrar que irei arrasar nas baladas sempre, já arrasava, mas agora vou chegar abalando, graças a Ju, troquei número com ela, mas apenas demos um boa noite por causa do horário que chegamos nas nossas casas. Minha tranquilidade se acaba ao ver a mensagem de Luis, não fazia muito tempo que foi enviada, claramente estava chapado ou bebado, porque não fazia sentido as suas palavras, aquele não era o Luis do beco, era o Luis sacana e divertido que eu beijava, não o viciado dependente que vi no beco.
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Idiota Irresistível
ChickLitCarla foi adotada com 4 anos de idade, mas hoje em dia com 18 anos de idade, já ver o mundo com outros olhos, sabendo diferenciar pessoas boas de ruins, acredita na igualdade dos sexos e sempre se defende com unhas e dentes. Luis é aquele garoto pop...