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Carla

- Mas você é bandida má, se envolver sem sentimento lembra? - Pergunto ainda surpresa.
 
   Eu sabia que eles tinham sentimentos um pelo outro, mas nunca imaginei eles se casando, tendo filhos ou realmente ficando serio por muito tempo, por este motivo não fiquei tão autônoma ao termino.

-  Eu sou tão patética, ele veio com a aquela cara de boboca rendido dele e a abestalhada se fudeu - Marcela reclama, enquanto mexe no cabelo quase sem descanço.

- Não é tão ruim se apaixonar, é um sentimento bom - Laura diz colocando as duas mãos no coração.

- Sentimento bom é o caralho, você ouviu o que eu disse? - Pergunta a morena irritada.

- Eu te alertei sobre a fama deles, Lucas não seria diferente, mesmo sendo o "menos pior", ainda faz parte do grupinho dos populares - Digo e minha amiga só falta rumar o seu abajur na minha cabeça.

- Eu não planejava namorar com ele, a gente tava só ficando, mas ai ele falava as boiolisse dele e acabei me tornando uma grande boiola - Marcela gesticulava com as mãos, parecendo um boneco de pano.

- Amiga, você era boa de mais pra ele, um garoto bonito ainda sim é um garoto, e eles decepcionam - Laura rainha de tudo fala e Marcela limpa uma lágrima antes dela cair.

- Pra você é facil falar, nunca se apaixonou por ninguém e depois quebrou a cara - Minha amiga rebate para Laura.

     A loira faz uma expressão estranha, como se escondesse algo, mas isso foi por um micro segundo, pois ela rapidamente sorriu e disfarçou a olhando com seu olhar calmo e sereno de conselheira.

- Mas eu conheço uma pessoa incrível que merece todo o amor do mundo, e sei que ela não deve se contentar com o pouco, pois merece sempre o melhor - A loira fala e Marcela sorri pela primeira vez desde que chegamos.

- Obrigada amiga, vocês são perfeitas, desculpa ter me isolado, tinha vergonha de revelar que tenho sentimentos, inclusive que decepção - Diz colocando uma das mãos na testa e rimos.

- Tudo bem, todas nós ja fomos uma decepção pra si mesma - Falo me lembrando que ainda me sentia atraida por Luis.

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    Pego meu celular que não parava de tocar, ja estava ignorando ele por exatos 5 minutos e continuava tocando a música logo se tornando infernal; com raiva deixo a pipoca no braço do sofá e pego o aparelho, minha expressão que antes estava raivosa, agora carregava confusão, por que Luis estava me ligando?

- Alô? Luis? - Pergunto com uma animação suspeita.

- Oi, alô, ela atendeu! - Diz uma voz desconhecida para outra pessoa que não era eu.

  O clima ficou tenso e o silêncio muito alto, era algum tipo de pegadinha? Estava tão confusa que me perdi na voz que agora ja era mais conhecida, mas não era Luis, mas com certeza, não queria conversar com o dono da voz.

- Carla? Que bom que atendeu, sei que esta brava comigo, mas Luis ficou sussurando seu nome enquanto tinha praticamente uma overdose, você precisa vir aqui na casa dele, tipo agora - Lucas fala tudo desesperamente e preciso de alguns segundos para processar tudo que tinha me dito.

- Caralho! Como assim? ELE SE DROGOU DE NOVO? E PORQUE ELE TAVA SUSSURRANDO MEU NOME? - Minha voz carrega raiva e desespero, como Luis estava?

     Percebo que meu pai me olha de cima a baixo, como se estivesse me perguntando do que estava falando; sorrio tentando de forma falhas disfarçar o meu surto com o que escutava, ele franze a testa e faz uma careta engraçada, mas reconhecia que também estava preocupado com a minha tensão.

- Carla? Ta ai? - Lucas me acorda do transe e confirmo rapidamente, curiosa por mais detalhes - olha, sei que ta tarde, mas estamos desesperados, Luis ta muito mal e não ouve ninguém - O ruivo continua sua suplica.

   Meu olhar se conecta com o de Alexandre, ligeiramente revirou os olhos sabendo que teria problemas a corrigir, ele só sinaliza com a mão e sussurra um "tome cuidado", meu pai não erra nunca. Vou em sua direção e dou um beijo na sua bochecha, agradecendo o mesmo, que não parecia irritado, mas tinha o familiar olhar de pai.

- Eu to indo ai, mas não desligue, não lembro direito onde é a casa de Luis - Peço enquanto pego a chave do carro sem lembrar no que estava vestindo.

- Obrigado, muito obrigado mesmo Carla - Ele agradece entusiasmado.

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- Casa verde? Tem várias casas verdes aqui Lucas! - Digo desesperada, fudeu, me perdi.

- É, mas só ele tem a casa com o portão preto, é facil de localizar, é uma das primeiras casas - Responde também mostrando certo desespero - Me da esse celular Lucas, você é um merda, vai fazer a menina se perder abestado, oi nega, é o seguinte, não tem aquele banco onde sempre fica cheio de maconheiro? - Pergunta a voz familiar, o qual não tinha cérebro para reconhecer, depois de tomar o celular da mão do loiro.

- Tem sim, acho que já passei por ela a pouco tempo - Afirmo, de alguma forma sentindo mais segurança com a ajuda desta voz.

- Ótimo, seguindo reto vai ter uma lanchonete com uma cor praticamente azul néon, lá sempre tem um velhinho que pede dinheiro para os motoristas para comprar comida, não se engane, ele tem diabetes e gosta de comprar doces escondido, depois você vira a direita, duas casas depois vai ter a casa verde com o portão preto, que na verdade é azul esverdeado - A voz termina e relembro as suas palavras diversas vezes enquanto saio da rua sem saida que estava entrando e vou na direção certa.

- Acho que entendi - Confirmo e ouço a Lucas resmungar.

    Fico um tempo em silêncio enquanto sigo o caminho coeso que me mapearam, passo pelo velhinho que tenta me parar, mas passo reto, é melhor não duvidar da voz.

- Ai Jesus ela ta muito calada, sera que ta dando dinheiro ao velhinho Lucas? - Pergunta a voz e sorrio, mesmo em meio a tensão.

   Meu sorriso desmancha, como Luis deve estar, pra me ligarem? Muito mal, pra chamar meu nome? Muito chapado; encontro a casa realmente azul esverdeada, e saio do carro rapidamente.

- To na porta - Aviso e ouço os seus passos apreçados, desligo o celular.

     Eu nunca gastei tantos creditos quanto hoje, nem parece que sou pobre.

- Carla, graças a Deus - Lucas me recebe aliviado, e puxa meu braço carinhosamente, ainda não estou boa com você ruivo.

- Como ele ta? - Sou direta e olho em direção a porta que alguém fecha atrás de mim.

     Deve ser o garoto que falou comigo pelo celular, virei-me para agradecer a sua ajuda já que o maldito Lucas não fez porra nenhuma. Porém parei brutalmente ao reconhecer aquele rosto bonito e sorriso torto.

- JACK?

- Sim, não sabia que era eu? Puta merda Carla - Mostra estar ofendido.

- Você não tinha viajado para sua cidade natal de novo? Por que diabos...? - Paro de falar, alisando as têmporas com impaciência - deixa para lá, cadê o Luis? - Viro em direção ao ruivo, que morde o lábio receoso.

- Mal para caralho.

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