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Carla

  Chego em casa,  sentindo minha pele arder por tanto tempo que fiquei exposta ao sol, parecia que ainda estava na praia.  Já era quase 5 horas,  não fiquei muito tempo lá depois do episodio de Luís e Bia,  não entra na minha cabeça que me magoei tanto por causa disso, talvez não magoada,  mas fiquei com um aperto,  porra!  Porque estou assim?

Ao imaginar eles dois fazendo coisas e se tocando,  sorrindo,  sera que é como a gente fazia?  A mesma intensidade dos nossos lábios unidos conectados,  em perfeita sintonia e uma mistura de choques no corpo.

Fecho a porta,  logo chingando baixinho ao ver a areia que minha sandalia tinha deixado pela casa,  olhei para trás avistando quase um desenho formado pela grande quantidade de sujeira deijada.

- Porra! - Xingo baixinho.

Procuro rapidamente por uma vassoura, ou qualquer coisa que poderia limpar aquela sujeira, um misto de sensações me consumiram, ouvia passos se aproximando e nada de vassoura, comecei a andar pela casa e tomei um susto ao me ligar que sim, eu estava sujando mais ainda a casa, andando de um lado pra o outro com areia.

- Socorro, help, Dios Mio - Comecei a sussurrar desesperada.

Cada vez os passos ficavam mais perto, olhei pra minhas mãos e tive uma ideia não tão inteligente, mas não chegava a ser imprudente. Comecei a varrer a sujeira com minha mão, tendo a maioria acumulada na palma da mesma, estava me sentindo vitoriosa por conseguir juntar excesso de areia, mas ao olhar para trás apenas vi que não tinha melhorado em nada, o rastro de sujeira ainda estava lá, pois o chão ainda estava meio úmido;
peguei a areia, jogando a sujeira pela janela.

- Talvez só precise de um pano agora - Concluo sem sair do lugar, para não sujar ainda mais o chão.

- Carla? Você ta ai? - Escuto uma voz distante.

Me desesperei, peguei o primeiro pano que vi no chão e passei ali mesmo, sorri pensando "Consegui". Logo depois Marcos aparece rindo com um avental em seu corpo, mas logo olha pra minha posição no chão e com deboche pergunta.

- Carla, você sabe onde esta o pano que limpa a graxa do carro? - Pergunta e não entendo o porque daquela pergunta, porem ao olhar para baixo, entendo.

  Rio meio sem graça e Marcos me olha sério.

- Por que você em sã consciência ia passar um pano cheio de graxa no chão? Olha, eu prefiro pensar que você ta chapada - Fala e levanto lentamente com o pano em minhas mãos.

- Sabe como é né? - Falo a primeira coisa que vem na minha cabeça.

- Não amada, não sei! - Fala com os braços cruzados, mostrando sua indignação.

Meu pai é um cara calmo, nunca briga sem motivos, mas sei quando algo realmente incomoda ele quando cruza os braços, ele estava dando o aviso final para eu dar um jeito naquela sujeira, ou ficaria sem celular.

- Desculpa meu amor, vou arrumar isso aqui - Digo com um sorriso nervoso e ele sorri tranquilo, fazendo eu me aliviar, meu celular ta a salvo.

- Tudo bem, pega a vassoura que eu trago o resto dos produtos - Diz subindo as escadas.

- Ta, mas onde ta a vassoura? - Pergunto e ele faz uma cara desacreditada.

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