Luis
Acordo com a cabeça doendo e com um enjoou, digamos, INSUPORTÁVEL, tentei levantar mas me senti fraco. Esperei alguns segundos para tentar levantar de novo, consegui, mas apenas por poucos segundos, cai com tudo no chão.
- Caralho Luís - Reclamo comigo mesmo.
Sentia apenas raiva e dor pelo contato direto com o chão duro e frio, mas logo foi substituído por pânico, quando vi sangue no chão, não pouco, sim muito, vários pingos de sangue, como uma trilha até minha cama, que agora percebi ter uma poça de sangue, tentei gritar mas nenhuma voz saia.
Tomei coragem e levantei me apoiando nas coisas mais resistentes em minha volta, logo percebi que a dor não era no corpo todo, tinha mais intensidade no meu braço. Olhei no espelho e percebi uma marca avermelhada no meu ombro, arregalei os olhos ao ver que não era apenas um avermelhado, era uma cicatriz enorme, que provavelmente sangrou muito, ela ia do final do meu ombro ao meu cotovelo.
- Mas que diabos? - Me pergunto assustado, não lembrava de nada e meu braço estava dolorido de mais.
Meu olhar se tornou triste ao olhar através dos espelhos e ver uma pessoa derrotada, muito mais magra e que mal se aguentava em pé, isso nunca aconteceu comigo, estou terrivelmente decepcionado com o que esta acontecendo comigo.
Escuto a porta bater, iria abri-la, mas lembrei que se minha mãe me visse dessa forma iria dar muito ruim, então apenas poderia fingir que estava dormindo.
- Luís? - Pergunta uma voz feminina conhecida.
- Carla? - Pergunto e automaticamente abro a porta com ansiedade, esquecendo por um momento em que situação eu estava.
- Caralho Luís, você me deixou preocupada pra porra... - Para de falar ao olhar pra mim ao todo - Luis, o que é isso no seu braço? - Pergunta e fico nervoso.
- Eu não sei, o que ta fazendo aqui? - Pergunto curioso e ela revira os olhos.
- VOCÊ que me mandou vir aqui, por uma mensagem, que mais parecia um codigo de lingua antiga - Afirma e toca meu rosto assustada - Você ta cheio de hematomas Luís - Afirma e franzo a testa.
- Eu te mandei mensagem quando? - Pergunto confuso e ela parece um pouco decepcionada.
- É claro, você não se lembra, deveria ta chapado, por isso mandou a mensagem, é melhor... - Não deixo ela terminar.
- Então sou bem mais inteligente chapado, fica aqui, preciso de você - Digo e pela primeira vez fico envergonhado com a forma que ela me olhou.
- Você ta ficando vermelho - Diz séria, mas vejo uma sombra de sorriso contido.
- A pois, deve ser a dor de cabeça - Tento sair por cima e ela gargalha, me deixando com mais vergonha ainda.
- Dor de cabeça? Você é a rainha vermelha para ficar com a cabeça vermelha? - Pergunta dando risadas e tento parecer zangado, mesmo não estando.
- A pare de falar besteiras, fique aqui e me ajude... - Falo com autoridade e ela me olha com desdém - por favor - Complemento e ela sorri.
- Olha, Luís também é cultura, conhece palavras que pessoas inteligentes usam - Pirraça e dá as costas pra mim.
Ela começa a andar pelo quarto, olhando todo o sangue que tava no quarto, seguiu o caminho de sangue até a cama, olhou para ela com pavor e virou o olhar pra mim.
- Luís, seja sincero comigo, você matou alguem? - Pergunta receosa como se estivesse em um filme de terror.
- Não - Digo rindo e ela cerra os olhos e vai tirando a coberta de cima da minha cama, sem tirar os olhos de mim.
Com o desejo de pertubar pego a minha escova de cabelo sem ela ver e seguro atrás de mim como se tivesse uma arma e faço minha melhor cara de mal, deixando ela nervosa e não tirando os olhos de mim.
- Coloque essa coberta de volta na cama, devagar, se não mato você - Digo pegando a "arma" e segurando atrás de mim.
Ela me olha assustada, e vai colocando o cobertor devagar em cima da cama, sem tirar os olhos de mim, dava até pena a forma paralisada que ela me olhava.
- Muito bem, agora vá pegar lá embaixo biscoito e suco - Falo com a voz grossa e ela franze a testa - e se lembre que eu sou um cara mal, muito mal, que faz coisas más e que é pra fazer isso que estou mandando, por que sou o cara mais mal que você ja conheceu, você vai se arrepender de... - Não termino pois sinto uma mão no meu ombro - AAAAAAAAAAAAAAAAAI - Dou um grito acompanhado de um pulo
Rapidamente dou uma "escovada" na cabeça da pessoa, que solta um grunhido, logo ouço a risada de Carla, uma gargalhada que só ela tem, olho para a mesma que estava no chão sentada com as mãos entre a cara, tentando abafar o riso.
- Porra Luís, nunca mais venho te visitar cara, isso tudo foi por que atrapalhei sua conversa? - Pergunta Lucas segurando a cabeça como se fosse explodir.
- Não, é que sou um cara mal, que faz coisas más! Olha só, eu tenho uma escova, posso acertar a cabeça das pessoas com ela - Carla faz uma voz grossa e caretas engraçadas.
- Luís mal? - Pergunta Lucas esquecendo sua dor de cabeça e rindo com Carla - ele é mais frouxo que cu de puta - Afirma ele e os dois gargalham.
- Não fui eu que tomei uma escovada na cabeça - Afirmo e olho serio para os dois, mas logo depois começo a gargalhar também.
Nós três gargalhamos por apenas alguns segundos, mas pareceu minutos, horas... Naquele momento percebi que eles me faziam muito bem e sentia isso quando estava com eles, de alguma forma não podia negar que eles eram importantes pra mim.
- To com fome - Diz Lucas do nada e reviro os olhos.
- Quando você não ta ne? - Pergunto e ele faz bico.
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Idiota Irresistível
ChickLitCarla foi adotada com 4 anos de idade, mas hoje em dia com 18 anos de idade, já ver o mundo com outros olhos, sabendo diferenciar pessoas boas de ruins, acredita na igualdade dos sexos e sempre se defende com unhas e dentes. Luis é aquele garoto pop...