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Carla

- Amiga? Você não sai desse quarto a dias, por favor, saia e fale comigo - Peço pela quinta vez, não aguentava mais vir aqui toda tarde tentar animar ela.

- Desista Carla, ela realmente não quer ouvir ninguem, só deixa Bruno entrar lá, eles tem uma amizade que só Deus na causa, não perdem uma oportunidade de se perturbar, mas se amam muito - Tia Jeniffer fala encantada com seus filhos.

   Eu já não vinha a muito tempo aqui, mas tia Jeniffer era um amor de pessoa e Bruno era um garoto extremamente fofo, tia vive dizendo que Marcela puxou a parte do senhor Leandro, o pai da minha amiga, vejo tio raras vezes pelo motivo deles serem separados, mas pelo o que percebia, com certeza era igualzinho a Marcela, até na aparência era a mesma coisa.

- Eu to muito preocupada com Ma, ela parece estar normal mas não esta, aquele brilho confiante e determinada sumiu, era como o que fizesse ela ser ela tivesse evaporado - Digo cabisbaixa, só queria minha amiga de volta.

    Sinto duas mãos magrelas me abraçarem pela cintura e rio de susto, a cabeleira longa e loira de Laura escondia um dos meus ombros.

- Como ela ta? - Sussurra no meio do abraço.

- Eu juro que queria saber - Sussurro de volta e ela ri.

    Laura era a mais tranquila do grupo, gostava de ficar na dela, os garotos pegavam no pé dela e diziam que se fazia de muito dificil, mas ela sempre foi assim, não é como eu ou Marcela, raramente se envolve quando só não tem sentimento, ela era muito distante, mas nas horas importantes, esta aqui, como agora.

- Ela não saiu do quarto tia Je? - Perguntou Laura com a voz doce.

- Não, só gosta de ver o Bruno, só ele - Tia repete o que tinha dito para mim mais cedo.

    Laura coloca a mão no queixo, seus olhos dividiam atenção entre o chão e a parede, como se fossem mágicas; conhecia esse olhar, ela estava bolando um plano, tinha essa cara de quieta, mas desta cabeça saiam as mais criativas ideias, por isso que era a conselheira do grupo, ela claramente seria uma ótima escritora ou designer.

- Cade Bruninho? - Pergunta olhando para tia.

- Está no quarto dele - Afirma a mesma e arqueio a sombrancelha ja sacando o que ela queria, mas não sabia como iria conseguir.

- Vamos lá Carla - Ela sorri meigamente, mas nos seus olhos tinha a malicia de um plano "infalível".

- Deus me proteja - Sussurro baixo o suficiente só para meu cérebro  escutar.

     Sigo a loira que usava um vestido verde com alguns detalhes de diferentes cores, seus passos estavam firmes, queria ter essa firmeza depois do que vi a Marcela passar, ela namorava o teórico era o amor da sua vida, mesmo os populares sendo sempre os idiotas, Lucas era um dos que achei ter salvação, não se pode esperar nada de meninos Carla.

- Bruninho, vem cá, abre pra sua amiguinha Laura - A loira fala em terceira pessoa, dando um ar mais patético a tudo isso, mas não deixava de ser cômico a forma que ela pertubava Bruno.

     O irmão de Marcela abre a porta com a cara de quem só jogou o dia todo, mas o cabelo impecável, como sempre, ele olhou para a loira com puro deboche misturado com divertimento, eles gostavam de pertubar um ao outro, como eu com meu pai, mas seu olho chega se abre quando me vê, chega a ser fofo a forma que ele "disfarçava" não sentir uma "quedinha" por mim.

- Oi Carla, ta gata hoje, hum? - Tão discreto.

- Foco aqui Bruninho - Laura faz um circulo com um dedo ao redor do seu rosto, tendo novamente a atenção do loiro - preciso de um favor seu, e ta bem óbvio qual é ele - Diz sorrindo de forma fofa e ele revira os olhos.

- Merda - Resmunga sabendo que ela iria conseguir o que quisesse dele - Laureta não posso deixar você entrar no quarto de Marcela, ela quer a paz dela - Afirma o loiro mas Laura não se acanha.

- Você sabe que ela precisa ter as amigas com ela, mesmo achando que não precisa, não pode permitir o isolamento dela, isso não vai deixa-la melhor, apenas vai colocar ela mais pra baixo - Diz Laura sensata rainha de todas as coisas.

- Desculpa Laureta, é minha irmã e preciso respeita-la - Bruno fala mordendo o lábio também triste com a situação.

     Laura respira fundo e abaixa a cabeça, parece que ela se rendeu, mas algo me diz que a mesma estava apenas atuando um falso sentimento de desistência.

- Okay Bruninho, não queria usar a violência, mas você não me dá outra escolha - Arregalo os olhos pensando que finalmente ia ver Laura cair na porrada com alguém - se você não abrir a porta pra gente conto pra tia Je o porque que o ps4 misteriosamente "sumiu" do seu quarto - Diz com um tom maléfico e tanto eu quanto Bruno ficamos assustados, do que ela tava falando?

- Ta bom porra, que coisa velho, você é o próprio anticristo Laureta - Fala dando a chave do quarto de Marcela, e meu coração estava tão quentinho que nem estava mais curiosa sobre o ps4; talvez um pouco.

- Obrigada Bruninho, te amo muitissimo fofucho - Laura aperta a bochecha dele antes de sair animada.

   Estava enganada, ela na verdade é muito manipuladora, isso faria dela uma ótima presidente.

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- Marcela, antes de qualquer movimento brusco, queremos dizer que vinhemos em paz - Digo entrando primeiro no quarto e flagrando Marcela jogando o celular no chão como se não estivesse olhando para ele.

- Como diabos você conseguiu...? - Ela revira os olhos ao ver Laura logo atrás de mim sorrindo - droga, você usou Laura, isso é golpe baixo - Ela afirma se declarando derrotada e se jogando na cama.

     Fechamos a porta finalmente estando a sós e a vontade com a morena, que parecia extremamente envergonhada; não falamos nada, apenas sentamos do lado da nossa amiga esperando a mesma se pronunciar sobre a mudança repentida de espirito.

- Bem, então agora vocês sabem - Diz praticamente choramingando, eu e Laura nós encaramos, nenhuma de nos tinha entendido.

- Sabemos...? - Clamo a continuação e Marcela revira os olhos, mas seu rosto ainda assim mostrava desconforto em falar.

- Eu estou apaixonada pelo Lucas - Afirma praticamente com lágrimas nos olhos.
 
- O QUE? - Falamos ao mesmo tempo.

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