Capítulo VI

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naquela noite, a vontade dos dois era continuar ali na pequena casa, ouvindo música e conversando, mas eles não podiam simplesmente sumir assim, seus pais ficariam preocupados.
Cada um foi para sua casa, mas eles combinaram de dormir juntos na casa de Larry no outro dia.

-Filho?
-Ah, oi pai. Ainda tá acordado?
-Eu estava preocupado, ficou tarde e você não chegou. Onde estava?
-Com o Larry.
-Sei. Bom, eu sei que vocês são amigos desde que viemos pra cá, mas você não deveria passar tanto tempo grudado nele, imagina o que as pessoas podem pensar de você? Você devia passar mais tempo com aquela sua amiga que sempre está de roxo, como é mesmo o nome dela?
-Ashley.
-Isso. Devia passar mais tempo com essa menina.
-Pai, a Ash é muito legal, mas o Larry é meu melhor amigo. -E namorado, o baixinho ponderou em dizer, mas seria muito arriscado, já que o pai não sabia sobre ele.
-Certo, certo. Só não fique direto com o Larry, você sabe como as pessoas são e daqui a pouco estão espalhando boatos que você é... desse tipinho, sabe?

Sal só acenou com a cabeça e foi para o quarto. Ele amava o pai, mas ele era muito preconceituoso em algumas situações, e por isso não podia se assumir. Nessas horas ele sentia muita falta da mãe, pois tinha certeza que ela iria apoia-lo e encorajá-lo a ser quem ele era.

No outro dia, Sal acordou antes que o pai e aproveitou para ver Larry e avisar que possivelmente não conseguiria dormir na casa dele.

-Oi, Larry! Bom dia, flor do dia

Sal olhou ao redor, mas como estava cedo, não havia nenhum movimento sequer no prédio, então o menor aproveitou para dar um beijo no mais alto.

O maior exclamou um "oh" surpreso com a ação repentina do azulado, mas logo retribuiu, rindo consigo mesmo.

-Tudo bem? você acordou bem cedo, né?
-É, acho que sim. Mas eu passei pra poder te ver hoje...
-Duh, você vem dormir aqui em casa não vem? ou eu vou na sua, se for melhor.
-Então... não acho que seja uma boa ideia, meu pai, sabe, não quer que nos vejam tão grudados e pensem que somos "desse tipo de gente"- o azul dá um sorriso sem-graça, como se estivesse pedindo desculpas pelo comportamento do pai
-Porra, cara. Seu pai tem esse tipo de pensamento?
-É, pois é.
-Sinto muito por isso. Eu só não quero... eu tenho medo de falar pra minha mãe, mas tenho certeza que ela me- nos apoiaria.
-Enfim. Daqui a pouco ele acorda, então eu tento falar contigo depois, okay?
-Okay.

Eles se despedem com um selinho rápido e Sal volta se arrastando pra casa. Aquilo era tão injusto. Se fosse uma garota, seu pai com certeza deixaria.

O dia passa devagar e, apesar de todos os esforços, Sally não encontra nenhuma brecha para sair de casa. Antes de dormir, porém, tem uma ideia e liga para Ash.

-Oi?
-Alô, Ash?
-Hey Sally! o que foi?
-Queria pedir um favor pra você.
-Pois peça.
-Seus pais estão viajando, né?
-Sim senhor.
-Eu posso dormir aí hoje? Eu e o Larry?
-Ué, poder podem sim. Mas aconteceu alguma coisa? Por que tipo, vocês moram no mesmo prédio.
-Eu sei. É que meu pai não quer que eu veja tanto ele, mas acho que se for aí ele vai deixar.
-Ah, entendi. Podem vir sim. Só que tem um detalhe.
-Oi?
-Eu vou dormir na casa do Mathew* hoje. Hehehe
-Quem?
-O garoto da sala 74... eu acho que era 74.
-Ah, certo. Dá pra gente ir mesmo assim?
-Claro que dá. Eu saio em uma hora, mais ou menos. Então cheguem antes disso e eu dou a chave pra vocês.
-Okay! obrigado, Ash. Você é a melhor!

Logo depois, Sal liga para Larry e explica tudo. Eles combinam de sair com 10 minutos de diferença, para seus pais não desconfiarem.

Sal arruma suas coisas e vai avisar o pai.

-Hum, pai? Eu vou dormir fora hoje, tá?
-Posso saber aonde você pensa em ir?
-Na casa da Ash.
-Ah, aquela sua amiga, né? Pode ir sim, filho. Só não vá dormir tarde.
-Pode deixar.

just friends |Sally Face × Larry |Onde histórias criam vida. Descubra agora