Ela não sabia exatamente o que estava errado. Uma sensação de vazio a atormentava vez ou outra, e com ela, uma série de questionamentos. Alguns deles sobre a vida, outros sobre existência ou o sentido das coisas. Não só por isso ela andava inquieta. Seus pensamentos rodando sem parar, não podia descansar. Tinha que encontrar o problema.
Assim como as folhas das palmeiras subiam e desciam sem parar, faziam suas pálpebras. Estava cansada e ainda assim só conseguia pensar no que estava errado.
Com o passar dos dias não melhorou muito, como lhe garantiram. No entanto, aprendera algo novo. Prestava atenção ao que nunca havia dado importância antes.
As bozinas se misturavam às vozes, formando uma melodia que ela nem mesmo sabia se era real, mas que diminuía em partes o silêncio ensurdecedor. As pessoas passaram a ter detalhes pelos quais ela se apaixonava. Cada um desses detalhes era responsável por distinguir um a um na multidão. A multidão era um. Era um e dois e três. A multidão era muitos, senão tudo.
A constatação tardou a chegar, mas lá estava ela. Havia dois parágrafos que não pensava no problema. Vai ver que o problema então, fora ela mesma quem inventou.
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Alguns contos e crônicas (ou tentativas de escrevê-los)
RandomÉ exatamente o que diz o título, não tem muito segredo... Sou só eu tentando fazer algo com essa minha mania de ver palavras em tudo. //Atualizações semanais//