Capítulo 9
Henrique
Ontem fui à boate e não consegui sair com mulher nenhuma, porque não conseguia tirar da cabeça o que aconteceu naquele final de semana, a imagem de Sabrina não me deixava.
Terceira semana
Estou trabalhando no meu escritório quando ouço batidas na porta.
— Entre — disse, sem tirar os olhos do computador.
— Bom dia, senhor Henrique, desculpe-me incomodar, mas chegaram correspondências para o senhor.
Dalva deixa as correspondências em cima da mesa e sai da sala.
Paro para olhar o que tinha chegado e pego o convite de casamento do meu primo. Droga, será no próximo domingo e sou obrigado a me deslocar de São Paulo para o casamento, que acontecerá no Rio de Janeiro.
Terei que ir até a casa de Sabrina, avisá-la que sábado de manhã voltaremos para o Rio de Janeiro.
Hoje à noite irei àquela maldita casa, enfrentar logo isso... Nesse final de semana irei entender o que realmente sinto por Sabrina, porque, quando ela está ao meu lado, nada mais importa, somente ela. Preciso entender esse sentimento que tenho quando está ao meu lado, e esse casamento veio na hora perfeita.
Sabrina
Já se passaram três semanas e Henrique não fez nenhuma ligação e nem voltou à casa. Nunca pensei que alguém pudesse mexer tanto comigo. Henrique é um homem lindo e charmoso e fica exuberante naquele terno preto. Seu rosto, aqueles olhos castanhos e seu maxilar bem desenhado.
À noite
A casa está cheia como de costume, os mesmos rostos já são familiares para mim, passo os olhos pelo salão e procuro pelo único olhar que eu quero ver, e nem sei por que faço isso, ele nunca mais irá voltar a este lugar.
Henrique
De volta a essa casa, ao entrar, sou recebido por algumas mulheres, que eu nem dou a mínima. Estou à procura de Sabrina, passo os olhos pela casa e a vejo na escada.
Fico encantado com a visão, está vestida no vestido azul que eu dei, seu cabelo está unido e cachos caem sobre seu ombro. Está com pouca maquiagem.
Vou caminhando até ela, que ainda não percebeu minha presença.
— Boa noite —, digo a ela, que está com um ótimo perfume.
Ela me olha, espantada, mas logo dá um belo sorriso.
— Boa noite, Henrique, o que lhe traz aqui?
Ah, se ela soubesse que a imagem dela me persegue.
— Preciso falar com você, teria algum lugar em que pudéssemos conversar a sós?
— Bem, agora não dá, preciso terminar esse turno, acabará às duas da manhã se você quiser me esperar.
— Tudo bem, eu espero.
Puta que pariu! O que eu estava fazendo da minha vida? Henrique nunca esperou por mulher nenhuma, por que isso agora?
Ela parece tão frágil trabalhando nessa casa, por que, meu Deus, por que essa vida? Coloco a mão na minha testa, com certeza eu estava com febre. Esse homem que está pensando essas coisas não sou eu.
Algumas horas depois
— Henrique, desculpe-me por fazer esperar — disse ela.
— Tudo bem, o que eu tenho para falar será rápido, eu já falei a respeito disso com Fábio e ele concordou.
E agora? Espero que ela vá.
— Sabrina, sexta-feira, eu irei buscá-la para irmos ao casamento do meu primo, será no Rio de Janeiro e preciso da sua companhia, já que lhe apresentei como minha noiva.
Ela me olha com a sobrancelha arqueada, parecendo até que quer me matar.
Sabrina
Ele fica três semanas sem dar notícias e aparece para me levar ao casamento de seu primo, quem esse homem pensa que é? Eu não posso ficar concordando com tudo o que ele quer, só porque o pai dele não deixou a empresa no nome desse idiota, ele acha que me usando como uma falsa noiva irá conseguir que os negócios sejam dele?
Tive vontade de matá-lo no momento em que me pediu isso, mas eu fui fraca demais e acabei aceitando o convite.
Sexta-feira...
Henrique
Acordo às setes horas e decido ligar para minha mãe, antes que ela pense que eu não vou.
— Nossa, até que enfim, meu filho, você ligou.
— Desculpe-me mãe, precisei resolver algumas questões da empresa. Bem, só liguei para avisar que hoje, no horário de almoço, sairei daqui para ir ao Rio de Janeiro.
— E Sabrina vem junto? — ela pergunta.
— Sim mãe, ela irá junto.
Escuto minha mãe falar mais meia hora no telefone, ainda bem que desligamos, senão dessa forma eu ia falir nas ligações.
Depois que desligamos, eu tento trabalhar um pouco, mas os pensamentos eram direcionados até Sabrina. Resolvo ir comprar o almoço para a viagem, pois será longa. Passo em um restaurante e peço dois almoços para viagem, chego ao local onde Sabrina mora meio-dia em ponto.
Mandei uma mensagem para Sabrina, dizendo a ela que já cheguei.
Sabrina: Já estou descendo.
Meu Deus do céu, Sabrina está linda, ela tem um rosto tão angelical que só pode ter sido esculpido por Deus, aquela pele branca e, para completar, um par de olhos azuis que me enxergaram logo que entrou.
— Oi, Henrique — disse ela, com um belo sorriso nos lábios.
A voz, meu Deus, que voz doce, acho que estou delirando, só posso estar delirando, com certeza estou.
Quando ela entra no carro, fico tomando coragem para perguntar como ela está. Qual foi, Henrique? É apenas uma mulher, digo para mim mesmo.
— Como tem passado, Sabrina? — Tomo coragem e pergunto, mas sem direcionar os olhos até ela.
— Bem e você? — responde com rapidez, não consigo ficar tranquilo com ela sentada tão próxima a mim.
Tudo no que consigo me concentrar é no perfume maravilhoso de Sabrina, que exala por todo o carro.
Algumas horas depois
Peço ao meu motorista para pararmos na próxima cafeteria que ele vê.
— Vamos, Sabrina, vamos tomar um café.
Descemos do carro e vamos em direção à cafeteria, deixo-a escolher a mesa. Peço dois cafés e pães de queijo.
— Então, Sabrina, gostaria de lhe fazer algumas perguntas — disse Henrique, enquanto pegava a xícara de café.
— Tudo bem, se estiver em meu alcance respondê-las.
Sem querer, acabo esbarrando a mão no café, que se espalha no corpo de Sabrina.
— Ai, meu Deus, desculpe-me é que...
Henrique tenta explicar, mas é interrompido por Sabrina.
— Você está tentando me matar, é? Qual é o seu problema?
Sabrina, vira as coisas e sai, deixando-o sozinho na mesa, sem entender o que houve.
Eu sou um completo idiota! Meu Deus, ainda derramei café quente nela.
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Uma Noite Prazerosa (degustação)
RomanceDesde criança, quando foi abandonada ainda bebezinha, Sabrina sempre batalhou para ter seus sonhos alcançados. Quando completou seus 20 anos, tomou uma decisão para sua vida, mas não sabia o que lhe aguardava. Henrique sempre foi frio e calcu...