O Manipulador de Consequências Vol.1: Rodrigues

Capítulo 10: Um auxílio urgente. E uma inesperada dose de energia!

Desde que aceitara o estranho tipo de trabalho proposto pelo prefeito, Rodrigues pensava que as coisas iriam começar a melhorar na sua vida, já que além de não ter sido preso nem condenado por ninguém, ao contrário do que havia imaginado, ele finalmente começaria a mudar as coisas através de seus poderes e ainda recebendo alguma orientação para isso. No entanto, sua curiosidade sobre a misteriosa tarefa da qual Tadeu falou para Rodrigues continuava um mistério, mesmo passado os diversos dias da semana que antecederam o início de seu trabalho.

Os pais dele ficaram bastante satisfeitos por verem o seu filho feliz como não estava há muito tempo, apesar de ele não ter escondido nada a respeito da real razão de ele ter aceitado a oferta para trabalhar na prefeitura de Santos. Mesmo depois de terem ficado horrorizados com o episódio do Shopping Center e sobretudo da luta que ele teve e que só depois lhes foi dita sobre, eles decidiram dar ainda mais apoio para ver onde seu filho chegaria no seu sonho, mesmo ainda não absorvendo toda a situação por completo. Mesmo assim, não se orgulhava totalmente de ter conseguido seu trabalho, pois sabia que só conseguiu tudo isso justamente por causa dos seus poderes.

Porém, na prática, o serviço dele dentro da prefeitura demonstrou estar longe do que ele imaginara: o ambiente da prefeitura não era tão amistoso quanto parecia ser.

A mudança de humor repentina do prefeito para uma postura mais séria e vigilante sempre que a jornada de trabalho começava, bem como o clima de tensão disfarçada por uma aparente amizade entre as pessoas do local só contribuíram para tornar as coisas piores. Porém, pelo menos no caso de Tadeu, essa postura era, segundo ele, para não perder o que tinham de fazer de vista. Definitivamente, NÃO era esse tipo de ambiente que Rodrigues e Suellen esperavam. Mas isso não significava que o trabalho lá dentro seria fácil ou tedioso, tampouco.

Logo no primeiro dia, ele teve que puxar para si dezenas de consequências com potencial para um Desvio das ações do trabalho de diversos funcionários, que começaram a ficar muito mais relaxados em suas tarefas graças ao fato de saberem que podiam contar com este ''conserto'' oferecido por Rodrigues, sendo que nos locais onde ele atuava os ADGs foram desligados. Apesar das cargas das sequelas desses Desvios não o afetar por serem em sua maioria pequenas, com o tempo de acúmulo, ele não teve outra saída a não ser descarregar isso em algum outro lugar de forma condensada.

Depois de tantas manipulações de consequências e um almoço rápido no qual recebera alguns olhares indiscretos e curiosos que fingiu não perceber, Rodrigues foi direto ao escritório do prefeito, que parecia estar com um semblante melhor agora que estava sozinho ali. Seu olhar misturava alegria e outro sentimento que não se podia dizer bem o que era.

-Me diga uma coisa, Rodrigues, quantas coisas você REALMENTE você pode fazer com o que possui em mãos? Já testou tudo o que podia fazer? – o jeito que Tadeu havia falado sua frase poderia indicar que ele parecia sentir inveja, mas seria isso mesmo ou ele desejava de fato saber como Rodrigues poderia usar suas habilidades? Esse último ficou se indagando isso por um tempo antes de lhe responder:

-Seria hipócrita eu te dizer que tenho a resposta para isso agora. Parece que quanto mais eu deixo fluir esse poder dentro de mim, mais maneiras diferentes de usá-lo eu encontro, e o pequeno treino que fiz alguns dias atrás antes de minha luta no hospital pareceu ser um indicador disso! – Rodrigues omitiu convenientemente sobre as conversas que tinha em mente com seus poderes, que também lhe davam mais dicas sobre novas maneiras deles serem usados.

Se apressando em esconder suas reais intenções, Tadeu apenas disse fechando aquele assunto:

-Quer dizer, nenhuma limitação? Bom, se continuar assim, poderemos quem sabe terminar isso de uma vez, sem precisar realizar aquela outra parte muito mais trabalhosa! – alegou ele com esperança na voz.