Capítulo 14.

995 97 25
                                    

P.O.V Arizona

— E foi isso que aconteceu. – Arizona terminou de contar a historia. Não que os Boswell
ligassem de verdade.

— Você traiu a sua esposa, Robbins? – Ingrid perguntou. Mais por curiosidade do que
por interesse. 

— Não, juro que não. Como eu disse, o perfume deve ter passado para minha roupa
por algum esbarrão, apenas isso. – A loira olhava para Lauren um pouco apreensiva. — Você
não vai falar nada, Lauren? 

— Olha, você disse que não a traiu, eu acredito em você. Te conheço, amor. Sei que seria incapaz de me trair. – A loira sorriu. Não se importava se Arizona tinha traído ou não,
não é como se a loira fosse fiel a alguém de verdade. — Mas você vai ter que entrar com o
pedido de divorcio. 

— Irei fazer isso o mais rápido possível. – Arizona sentia-se um pouco mais leve. Ao seu ver, Lauren era uma mulher maravilhosa que estava disposta a construir um futuro com ela. 

— E quanto às meninas, não se importa de ter mais uma? – Lauren teve que se esforçar
para não demostrar seu descontentamento. 

— Claro que não, amor. Adoro Anna e tenho certeza de que vou gostar de Sofia também. – Lauren nem sabia diferenciar quem era quem. Seus pais a olhavam como se tivessem avaliando uma candidata de um concurso. — Bom, vamos comer.

Os pedidos já tinham chegado há um tempo, então eles só comeram. Não tinha clima
para conversa, e por isso, todos comeram em silencio. 

Os pais de Lauren saíram da mesa e foram para o quarto. Robbins queria fazer o mesmo,
só que Lauren ainda lhe encarava. 

— Você tem certeza de que quer se casar? Vou entender se quiser pensar um pouco. – A loira disse um pouco esperançosa, por algum motivo o casamento já não era algo que almejava.

— Você quer se casar, Arizona? Pois já me fez essa pergunta e eu disse que sim. – Lauren bebeu um pouco do vinho e encarou a noiva. Não iria deixar Arizona dar pra trás, mas tinha que fingir que o interesse era na mulher. — Agora é você quem decide. Vai me deixar pra correr atrás da sua ex-mulher que claramente te odeia? – Boswell se levantou com um sorriso discreto nos lábios, sabia que tinha deixado Robbins com duvidas sobre a relação dela com Callie, ela tinha iniciado uma batalha com a certeza de que ganharia a guerra.

Arizona ficou mais um tempo na mesa e depois se retirou. Sabia que as chances com Calliope eram nulas e por isso nem perderia tempo correndo atrás da ex, mas tinha as filhas. Tinha Sofia que a odiava sem motivos aparentes.

A loira entrou no quarto que estava vazio, sem Anna e sem Meredith. Pegou seu pijama e
tomou um longo banho, se vestiu e foi se deitar.  Apesar de querer dormir, ela não conseguia. Callie, Anna e Sophia não saiam da sua mente, além do casamento, da irmã e do passado que estava mais presente do que nunca.

P.O.V Callie

Callie estava observando as filhas dormirem, Sofia dormia toda certinha, até os cabelos eram alinhados, já Anna, dormia toda espalhada pela cama. 

— Igualzinha a mãe. – Callie sorriu e revirou os olhos ao mesmo tempo. Encarou o
relógio que marcava 4h45min a.m. A morena beijou as filhas e foi para a sala. 

— Call, Ainda acordada? – Addison entrou de fininho, achou que a irmã já estaria dormindo.

— Te esperando. – Callie se sentou na poltrona e encarou a ruiva séria, a mulher engoliu a seco e se sentou no sofá. — Pode começar a se explicar.

— Bom, Sofia mandou um e-mail me explicando tudo, ela tinha encontrado a Anna no acampamento, que elas tinham trocado e ela queria destrocar, mas sem deixar você sabendo. Então planejamos destrocar aqui, mas não sabíamos que você iria descobrir tão rápido. Quer dizer, a culpa foi da Sofia né, não sei para quê apareceu para você.

— Acharam mesmo que eu não iria descobrir? – A morena perguntou indignada.

— Óbvio, não percebeu que as meninas trocaram, por que descobriria isso? – A ruiva
quase riu. 

— O que é isso, Addison? – Callie se levantou encarando o pescoço da irmã, que tinha uma marca roxa enorme.

— Isso o quê? – a ruiva estranhou a reação da irmã.

— Tem um chupão no seu pescoço. – Callie pegou um espelho na bolsa que estava
na mesinha e entregou para a irmã.

— Tem? Filha da mãe. – A ruiva sussurrou para si mesma. 

— Espera um pouco. – Callie encurralou a irmã e estreitou os olhos. — Você saiu com aquela moça loira que estava aqui hoje mais cedo? Você estava se atracando com uma desconhecida?

— Ah, pelo amor. Você não vai brigar comigo pelas pessoas com quem eu transo ou deixo de transar, né? – A ruiva se arrependeu assim que terminou sua sentença. 

— Vou sim, você não conhece essa moça.

— Callie, eu não vou me machucar, supera.

— Não estou falando de você, tapada. – A morena revirou os olhos. — Eu estou falando da menina. Você adora usar as pessoas, pois sabe que não vai encontrar com elas de novo para apanhar. 

— Eu lembro de ter apanhado das ultimas vezes, e o pior é que foi minha irmã que me bateu. – Addie ri se lembrando. — O bom é que eu aprendi que comigo tudo é no bateu, levou.

— Você é uma pedra no meu sapato. – Callie se jogou ao lado da irmã e deitou a cabeça no seu colo. — Eu contei para as meninas o que aconteceu. 

— Contou o que exatamente? – A ruiva começou a passar a mão no cabelo da morena, Callie adorava isso.

— Tudo. Toda a história. – A mais velha virou-se e encarou a ruiva que estava assustada.

— Você contou do papai? De você na banheira? – Callie confirmou. — Por quê?

— Como assim, por quê? – A morena estranhou a atitude da irmã.

— Callie, eu não gosto da Arizona tanto quanto você, até porque você ainda gosta daquela mulher, mas você não tinha o direito de contar tudo, tudo. Arizona também é a mãe delas, e você contando tudo isso faz parecer que ela é um mostro e você foi injustiçada. 

— E eu não fui? – Ela se levantou.

— Não. Vocês discutiram. Você disse que iria levar as meninas embora e bom, você levou. 

— Isso aí já foi por sua culpa. – As duas não discutiam por isso. Apenas argumentavam seus pontos. — Você me ligou, lembra?

— Claro que lembro, e eu também lembro do que te disse.  “Se você vai trazer as
meninas, não se esqueça de avisar a Robbins, ou isso vai dar problemas”. E olha só Call, deu problemas. 

— Eu não tinha que dá satisfações pra ela. – A morena respondeu mal humorada. 

— Claro que tinha, você enche a boca pra falar que aquela loira aguada errou, mas você nunca foi a certa da história. Lembre-se do que Carlos Torres te disse. 

— Mesmo que você esteja morrendo de raiva, não mate sua irmã? – A morena citou.
— Addison é sem limites, mas te ama. Sua irmã gosta de atenção, não a culpe pelas besteiras
que ela faz, Addison é...

— Cala a boca e para de fazer a sonsa. Você sabe o que o papai disse. Amanhã você vai conversar de novo com as meninas. E com a Robbins, porém em público, não sei o que és capaz de fazer. 

— Você acha que eu sou o quê?

— Tenho até medo de dizer, minha irmã. Agora vai dormir. Te amo.

Addie foi para o banheiro, deixando Callie pensativa na pequena sala.

······
Mais um...
Até logo.
Xoxo

Cupid OperationOnde histórias criam vida. Descubra agora