Capítulo 28.

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Depois de algumas horas Arizona começou a despertar. Como sempre mais lerda do que o normal. Por causa da anestesia ela não sentia dor.

— Mer? - ela percebeu sua irmã dormindo no colo de Addison, Callie em outra poltrona, Lúcia já tinha ido para casa pra poder ficar com as netas. — Call?
A morena se levantou e se aproximou da esposa.

— Oi, Ari. - ela tirou alguns fios de cabelo do rosto da loira. — Como está se sentindo?

— Um pouco tonta. - Arizona tentou se levantar mas seu corpo ainda sofria com a anestesia geral.

— Isso é normal Arizona. - a morena revirou os olhos. — Eu sinto tanto, foi minha culpa você ter levado um tiro. - Callie lamentava. — Mas pelo menos eu não pedi desculpas para aquela vaca.

— Até porque o seu orgulho é mais importante do que a minha vida. - Arizona forçou um sorriso. — Cadê as meninas?

— Me desculpa. - a morena estava quase chorando. — Estão com a minha mãe.

— Callie não foi sua culpa. Eu levaria mil tiros se isso fosse impedir que você se machucasse. - Arizona disse firme.

— Agora me diz, quando eu vou poder ir embora?

— Não tão cedo. - Callie segurou na mão da loira. - Até você se recuperar completamente. Já que não gosta de tomar remédios, não gosta de injeção. É manhosa.

— MEREDITH, CALLIE ESTÁ ME OFENDENDO. - a loira mais nova caiu do colo da ruiva

— Arizona… Que susto. - a loira se levantou com as mãos no coração. - Callie está o que? - a menina arqueou a sobrancelha.

— Está me ofendendo. - a loira fez bico emburrada.

— Quando é que Callie não está te ofendendo? - Mer voltou a se sentar.

— Poxa, mas olha o meu estado.

— Callie, por favor. Não a ofenda. - Mer se deitou no ombro da Addison. — Aliás, se comportem.

— Eu quero ir embora. - Arizona olhou para a irmã.

— Ainda não maninha. Só depois que o médico te avaliar. - Meredith era mais paciente jáque sabia como a irmã odiava ficar doente e se sentindo inútil em cima de uma cama de hospital.

— Está vendo Callie, é assim que se trata uma pessoa machucada. - a morena respirou fundo e ficou calada, era melhor ter Arizona reclamando do que não ter Arizona nenhuma. — Vocês podem chamar o médico?

— Não, seu médico foi pra casa e só volta amanhã depois do meio dia. - Callie disse mal humorada, já tinha percebido o olhos do médico para as irmãs Robbins e não gostava nem um pouco.

— Nossa, mas que hospital é esse que não tem plantonista? - Arizona disse e Addie olhou para Callie com muita vontade de rir.

— Plantonista vai ser a minha mão na sua cara, Arizona. Poxa, eu já disse que o médico vem amanhã. - a veia na sua testa começou a aparecer. — Mais uma palavra sobre isso eu vou apertar a sua coxa.

— Calei-me. - a loira fez cara de santa e voltou a sentir sono. - Você está bem? Se machucou?

— Eu estou ótima. Como sempre você é azarada. - a morena sorriu e segurou na mão da loira. Era difícil se mostrar indiferente com Arizona tão vulnerável. Se ela não fosse tão orgulhosa Robbins não estaria naquela situação.

— Eu sei o que você está pensando. - Arizons apertou a mão da mulher. — A culpa não foi sua. Ela iria atirar de qualquer jeito. - a voz da loira ficava cada vez mais baixa a medida que o sono a dominava. - Eu amo você, Calliope e a protegerei com a minha vida. - a morena olhou surpresa para a loira que já ressonava baixinho

— Eu também amo você, Arizona .

— Conte uma novidade. - devido ao susto a morena se afastou da cama com a mão no peito.

— Porra Addison. - a mulher respirava rapidamente. — Você não tava servindo de colchão
para a Mer?

— Ela foi na lanchonete tadinha, tava com fome. - a ruiva sorria. — Então, você já a perdoou?

— Eu não sei. - a morena olhou para a loira que dormia tranquilamente. — Sabe aquele
ódio todo que eu sentia? Diminuiu, a raiva a mágoa. Eu só queria que tudo voltasse ao
passado, talvez se eu tivesse dado uma chance para ela se explicar tudo poderia ser diferente.

— Mas você não pode voltar. - Addison olhou para a loira. — A questão é, se você vai tentar
de novo ou vai deixar as coisas como estão.

A morena parou para pensar, se fosse realmente dar outra chance para a loira elas teriam que conversar muito antes.

····

Lúcia chegou na fazenda radiante, nunca na vida tinha visto o que viu naquela noite,
nem feito o que fez. Se sentia viva, entendia o motivo de Robert fazer o que fazia.

Jogou sua bolsa no sofá de qualquer jeito e estranhou ao ver a luz da cozinha acesa.

— Meninas? - a mulher se deslocou rapidamente e viu as netas conversando
animadamente enquanto comiam. — Isso é hora para vocês estarem lanchando? - mesmo com a voz severa a mulher sorria, era magnifico ver as duas netas juntas. Mesmo tão
parecidas eram super diferentes.

—Desculpa vó, estávamos com fome. - Anna sorriu mostrando as covinhas no canto da boca. — Cadê todo mundo?

— Bom, aconteceu um imprevisto mas já está tudo bem. - Lúcia sorriu e se sentou com
as netas. — A Arizona levou um tiro, e está no hospital mas já está tudo bem com ela.

— Mamãe levou um tiro? - às vezes Lúcia não entendia de quem as meninas falavam já
que não tinha um jeito específico de chamarem Arizona e Callie. — Eu quero ir vê-la.

— Amanhã eu levo vocês, agora escovem os dentes e cama. - Lúcia disse autoritária, as
meninas concordaram e fizeram o que a avó mandaram, mesmo contra  a vontade.

Mesmo tendo quartos vagos na fazenda Anna e Sofia pediram para ficarem juntas no quarto da Arizona.

— Você acha que ela está bem? - Anna perguntou enquanto esperava Sofia trocar de
roupa.

— Está sim, vovó disse e eu acredito nela. - Sofia se deitou com a irmã. — Eu te garanto Anna, se algo acontecesse a vovó seria a primeira a dizer, ela nunca mascara a verdade. Agora dorme okay? Você está muito nervosa.

— Não sei como consegue ficar calma. - Anna fechou os olhos e em poucos minutos já estava dormindo.

— Tenho que ficar calma por você. - a menina sorriu e beijou a testa da irmã, com cuidado ela levantou e foi até o quarto da avó. — Oi vovó.

— Demorou. - a mulher saboreava uma taça de vinho. — Anna estava tão agitada assim?

— Só um pouquinho, mas agora ela já está dormindo e eu estou curiosa. - Lúcia sorriu, sabia bem as cobras que criava em casa e sua neta não sairia diferente.

— Pois bem então. Devo te poupar dos detalhes sórdidos?

— Jamais. - a menina sorriu e a avó começou a contar o que aconteceu poupando alguns detalhes que a idade não permitia.

····
Declaraçãozinha Calzona

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