BLACK ROCK

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VILA DHARMA – 25 DE FEVEREIRO DE 2004

Caminharam por cerca de 3 horas. Lara falava muito pouco pois ainda tentava entender o que viu. Charles que ainda menos entendia optou por reservar o silêncio também. Quando a caminhada já beirava as 5 horas decidiram parar para descansar. Lara se sentou abaixo de uma árvore e começou a descascar com os dentes uma manga que havia encontrado no caminho. Charles por sua vez, disse que precisava ir urinar e sumiu no meio do mato.

– Lara! Corre aqui. – Gritou Charles minutos depois. Lara correu em direção a voz do amigo.

Quando atravessou a terceira árvore Lara ficou mais uma vez sem palavras ao ver o que estava a sua frente. Um gigantesco navio.

– Black Rock – Charles leu em voz alta a inscrição no navio. – Como um navio veio parar no meio da floresta? A quantos quilômetros estamos da praia?

– Era disso que a francesa falava. – Concluiu Lara. Charles a olhou com uma expressão de dúvida. – Na mensagem, a francesa disse que todos estavam mortos e que ela iria ao Black Rock.

Lara seguiu em direção ao casco do navio e entrou pelo buraco que ali havia. Encontraram alguns esqueletos algemados à parede e dezenas de caixas de dinamite. Lara adentrou mais adiante e Charles examinou um dos esqueletos.

– Parece um navio de escravos. – Exclamou o piloto.

– O Black Rock é um navio escravista inglês. Pertencia a um grupo de comerciantes denominados Comerciantes dos mares do novo mundo. O capitão era um homem chamado Magnus Hanso. Este navio desapareceu em 1881 quando voltava de uma viagem feita a uma mina de ouro no sul do Oceano Índico.

– Como sabe dessas coisas Lara? – Indagou Charles perplexo.

– Li sobe o capitão Hanso quando era criança. Brinquei muito de pirata me imaginando no Black Rock. – Respondeu Lara animada.

De repente Lara teve um estalo. Subiu correndo as escadas para chegar ao topo do navio. Atrás Charles tentava acompanha-la, mas seu pé ficou preso em um degrau que se partiu quando ele pisou. Lara continuou agora em direção a cabine do capitão. Derrubou a porta apodrecida com um chute e entrou. A cabine era idêntica aos que os registros mencionavam. Ela abriu uma das gavetas e encontrou um mapa antigo. Guardou na mochila e continuou a explorar. Identificou no canto da sala, caído ao lado da cama um esqueleto. Pelas vestes Lara deduziu que se tratava do capitão Hanso. Virou o esqueleto e pôde ver um rachado no crânio. "Ele morreu de traumatismo craniano. Provavelmente pegou uma tempestade e caiu dentro da cabine batendo a cabeça na cama. Não é uma morte heroica. "

– O que achou Lara? – Indagou Charles que agora entrava pela porta da cabine.

– O capitão Hanso. – Respondeu animada.

– Está de brincadeira? – Exclamou o piloto indo para perto do esqueleto que Lara examinava.

– Felizmente não. – Disse ela com um sorriso de criança que acabou de achar um brinquedo incrível.

Lara revirou os bolsos do capitão e encontrou uma moeda de ouro. Encontrou também uma bússola, uma adaga e algumas outras moedas de prata. Na parede da cabine havia um arco pendurado, e escorada na parede uma aljava com algumas flechas. Lara não perdeu tempo e colocou o arco e a aljava nas costas. Saíram do Black Rock e o sol já começava a se por. Decidiram acampar ali mesmo. Lara ficou com o segundo turno da vigília então aproveitou o momento para dormir.


LOST IN THE TOMB RAIDER [CONCLUÍDO]Onde histórias criam vida. Descubra agora