Minha Luz - Romance Lésbico

Capítulo 06

Ainda naquela madruga a morena disse tudo que sabia para Emília, ela transcreveu todas as informações. Na manhã daquele mesmo dia houve uma reunião para planejar o que seria feito, já que dentro de poucos dias um novo carregamento chegaria ao reino, dessa vez endereçado o Duque Clarix, algum nobre qualquer, e era claro que pertencia ao rei, e tudo seria apenas dele, nada para o povo que morria mais a cada dia que passava.

O roubo foi um sucesso, e graças as informações que a morena tinha trazido e sua performance ao eliminar seus oponentes com facilidades, ela foi vista com novos olhos, desde aquele dia muitos dos rebeldes começaram não evita-la como antes, ou a olhar com cara feia. Para Vidrian era interessante observar essas mudanças nas pessoas a sua volta com relação ela.

E aos poucos ela começou a fazer parte da Força Rebelde, daquele grupo heterogêneo. Licaf fez alguns testes para ver se podia realmente confiar na assassina, mas nada indicava que ela tinha interesse em prejudicar os rebeldes. Depois de um tempo ele desistiu, mas Licaf sempre mantinha um pé atrás a seu respeito. 

Já com relação a Emília, sempre que podia lhe roubava um beijo, a fazendo ficar irritada ou envergonhada ou os dois. Vidrian começava a desconfiar que ela gostava, mas nunca admitiu nada. 

Então a morena percebeu que Emília andava muito tensa, era normal pelos problemas com relação aos roubos, as baixas que estavam tendo e a dificuldade cada vez mais aumentando. Por isso a assassina decidiu que não era um bom momento para roubar beijos, não queria atrapalha-la de forma alguma. Mas isso não queria dizer que não sentiria falta de seus lábios macios, doce e viciantes.

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Os roubos estavam ficando perigosos, o rei colocará o dobro de soldados e em um de seus comboios, alguns dos rebeldes ficaram feridos e incluindo a morena.

Estava sendo arrastada por alguém. Sua consciência ia e voltava. Escutava uma voz, embora não conseguisse distinguir o que estava sendo dito. Mas a voz ela sabia de quem era. 

- Vamos! Pensei que você fosse mais resistente! - Licaf, sua voz continha um certo desespero

Seu braço estava no pescoço do loiro, ele segurava sua cintura, enquanto a arrastava entre as árvores. Normalmente cada um pega um caminho diferente, que leva até os vários tuneis que vão dá embaixo da torre, onde os rebeldes se reúnem, mas dessa vez estava sendo carregada. A inconsciência lhe tomou conta de novo. 

Quando finalmente acordou se encontrava deitada em umas das varias camas cobertas de lenções brancos da enfermaria. Estava na torre da Força Rebelde. Tinha acabado de acordar. Estava zonza. Tentou se levantar, mas uma dor que parecia que ia quebra-la em mil pedaços partiu do seu abdome. O ar lhe faltou.

- Não se levante, fique deitada, se não os pontos vão abrir - aquela voz era conhecida, Emília.

A luz do dia a iluminava, fazendo com que seus cabelos brilhassem como fios de ouro. Tinha as sobrancelhas franzidas e os lábios serrados. Ela estava preocupada. E essa preocupação era dirigida a Vidrian. Tinha que admitir, aquilo lhe agradava. Ela estava em pé ao lado da cama.

- Como está se sentindo? - sua voz era doce, gentileza emanava dela.

- Dolorida, eu acho - sorriu com certo divertimento e ela retribuiu com seu belo sorriso.

- Obrigado - falou lhe encarando, com seus olhos profundos.

- Pelo que?

- Por ter salvo a vida de uma pessoa importante pra mim - ela estava sendo sincera.

Foi difícil não sentir ciúme, não se sentir menosprezada. Sim, tinha levando um golpe de espada pelo Licaf porque sabia o quanto ele representava para Emília, que ele era um membro muito importante de sua família, que era a Força Rebelde, mas ouvi-la dizer isso a atingiu profundamente, e doeu mais que aquele golpe de espada que a perfurou.

- Não me agradeça, fiz isso por um motivo egoísta. Sabia que se acontecesse algo a ele isso te entristeceria, e eu desejo apenas vê-la feliz, porque sua felicidade é a minha felicidade - seu cenho se levantou de leve e sua boca ficou entre aberta. No entanto ela se virou e disse sobre o ombro:

- Obrigado mesmo assim - acenou com a cabeça se preparando para ir embora

Estava se afastando em direção a saída, a morena não vacilou, a pegou pelo braço e a puxou para si, fazendo-a cair em seu colo. Sentada de lado. Não deu tempo para que ela pudesse recuar, colocou a mão em seu rosto e tomou seus lábios. Foi um beijo desesperado e cheio de desejo, sua língua invadiu a boca da outra, a dominando, fazendo com que se entregasse, suas línguas se entrelaçaram, as mãos de Emília estavam em seus cabelos, a puxando para mais perto dela. As mãos de Vidrian desceram para sua cintura e ficaram ali até que o ar se fez necessário e se afastaram. A morena mordiscava seu lábio inferior. Estavam ofegando, ela tinha o rosto todo vermelho e ainda estava em seu colo, e quando se deu conta disso se afastou exaltada com a mão na boca e os olhos arregalados. Ela estava assustada, esse beijo foi diferentes de todos que tinha roubado dela, ela nunca retribuiu, isso era um bom sinal. Sua única reação ao perceber isso foi sorrir. E com esse sorriso disse para ela, ainda a sua frente chocada pelo que tinha acontecido.

- Parece que você gostou do beijo - ela nada disse, apenas se virou envergonhada. Assim que ela começou a se dirigir para fora da sala a morena disse:

- Se quiser um próximo beijo terá de iniciá-lo - Ela saiu sem dizer nada, mas tinha um pequeno sorriso em seus lábios antes de desaparecer porta a fora.

Depois disso se aproximaram mais um pouco. A morena estava mantendo sua promessa e não a beijou nenhuma vez, mais à vontade era muita, por isso se empenhou ao máximo a causa rebelde. Agora ela, assim como Licaf e muitos dos revoltosos fazia parte dos três grupos rebeldes, isso significava que tinham plena confiança nela. Embora desconfiasse que era uma forma de lhe fazer trabalhar mais, no entanto não dava importância para isso, era algo que estava começado a gostar. Quando entrou foi apenas para ficar perto de Emília e tentar conquista-la, só que agora realmente queria está ali pelo que representava a rebelião, para ajudar o povo, aqueles que foram deixada de lado pelos poderosos.