Capítulo 07

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Tinha noites em que sentavam do lado de fora da torre ao redor de uma fogueira, e tinha de tudo, bebidas e comidas, eram coisas que não faltavam. Álcool era para Vidrian a bebida dos deuses e felizmente ela não era atingida por seus efeitos inebriantes. Muitos ali gostavam de contar histórias, lendas sobre monstros e coisas parecidas. E nesse momento tinha um contador de história, o qual todos presavam atenção, a morena apenas observava Emília, ela estava do outro lado da roda, sorria com divertimento e alegria, aquela era a família dela, pessoas com quem ela se importava, a morena entendia isso. Era egoísmo seu querê-la só para si, por isso acabou se conformando que talvez nunca ganharia aquele beijo. Voltou sua atenção para a estória que estava sendo contada.

Precisavam desses momentos, principalmente com o que viria no dia seguinte. Um dos maiores roubos que a Força Rebelde faria desde que foi feita. Era uma grande quantidade de mercadorias que passaria por uma estrada alternativa por dentro da floresta, era quase uma caravana, tínhamos informações que seriam vinte e dois comboios, todos cheios de alimentos. Se não fosse inverno, uma época bem severa, Vidrian acharia estranho a quantidade de mercadorias, mas era, e Emília já tinha tomado sua decisão e como todos ali ela concordou com o plano de ação.

A maioria do pessoal já estava inebriado pelo álcool e pela folia daquela noite, caídos nos bancos ou nas mesas ou rocado no chão de terra. Vidrian se levantou com álcool no seu corpo a morena subiu no topo do penhasco que escondia a Torre Rebelde. Se sentou colocando o braço sobre o joelho levantado se apoiando no outro braço enquanto olhava para o céu noturno, as estrelas eram visíveis. Deu um pequeno sorriso com aquela visão de uma noite estrelada.

- Na última vez perguntei se você não gostava delas, das estrelas – Emília falou se aproximando e sentando ao seu lado - mas ao ver esse sorriso acho que é o contrario

A morena sorriu ao ouvir seu comentário voltando a encarar as estrelas – Meu pai me contou uma estória uma vez, de que as pessoas quando morrem viram estrelas e dessa forma você sempre pode vê-las mesmo elas não estando mais com você.

- E quem você ver quando olha para o céu?

- Meus pais... – a morena falou hesitante

- O que aconteceu com eles? – Vidrian olhou a mulher ao seu lado, havia interesse e não só curiosidade em seus olhos. E pela primeira vez a morena hesitou de verdade, normalmente ela desconversava ou mentia, mas ali ela estava na dúvida sobre realmente contar sua estória. E talvez por perceber isso Emília falou:

- Perdoe-me, não quis me intrometer – Vidrian estava prestes a dizer que não era aquilo, mas foi interrompida – E também não posso pedir algo de você que nunca lhe dei

Confusão parou sobre sua cabeça – Do que está falando...

- Tenho certeza de que você já escutou muitas estórias de como acabei me tornando a Líder Rebelde, que tal saber de primeira mão como tudo aconteceu?! – ela sorriu como se minha surpresa a divertisse.

Assim como Vidrian ela descobriu cedo o mundo cruel dos homens. Seu pai Erik Krakel, com trinta e poucos anos e feições serias, era um dos homens mais sábios e rico de nosso reino, tinha uma grande fortuna herdada de seu pai, o negócio da família Krakel era contabilidade e seus cliente era sempre de famílias renomadas. No entanto Erik era um homem futurista e sabia que um rei que só tirava de seu povo, não tinha o direito de falar ou decidir o que era melhor para as massas. Por isso ele decidiu que era hora de acabar com isso, mas sabia que não era algo fácil de se fazer e que era perigoso.

Entrou em contato com pessoas de grande porte econômico que não estavam contentes com as atitudes egoístas e mesquinhas do rei, que as vezes os prejudicavam e essas vezes só aumentava. Aos poucos ele já tinha um círculo que poderia dá início a revolução. Só havia duas formas disso acontecer o rei desistir de seu posto ou ele ser morto e como seu filho era novo poderia ser manipulado pelos homens de Erik dentro do castelo. Era um ótimo plano, o rei morreria por um vinho envenenado. O soberano tinha provadores de comida, mas o veneno demoraria fazer enfeito e quando se dessem conta já seria tarde para o antídoto. Seria tudo feito de forma que não deixaria rastros.

Minha Luz - Romance LésbicoOnde histórias criam vida. Descubra agora