Capítulo 04

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Os nobres tentavam ao máximo trazer suas mercadorias para dentro do reino sem ser descobertos pelos Rebeldes e roubados. Algo difícil de se fazer, mas por um mês e meio não houve roubo, o mês e meio mais longo de sua vida, tanto tempo sem poder ver a Líder Rebelde a estava enlouquecendo. 


No final de mais um dia de trabalho, matando pessoas, enquanto bebia, e sem informações de Emília, o inesperado aconteceu, seu "amigo" Enzio surgiu ao seu lado se sentando no balcão, de caneca na mão o cumprimentou com um aceno de cabeça, sorrindo. Toda vez que ele aparecia era por que tinha algo para morena. 

- Tem alguma coisa para mim? - Sua pergunta estava cheia de expectativa, o velho amigo não viria até ela por nada.

- Talvez você queira saber o próximo roubo da Força Rebelde?! - disse sorrindo, os olhos brilhando em confiança.

Vidrian tomou toda a cerveja que tinha na caneca que média dois palmos e meio de um único gole, encarou o homem ao seu lado, sorriu com os olhos brilhando já em vitoria.

- É claro que quero! 

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O maior erro de Emília era sempre está nesses roubos. Concluiu Vidrian. E era por isso que oportunidades de matá-la não lhe faltava. Mas não queria fazer isso dessa forma. Com uma flecha, a distancia. Queria encontra-la e olhar em seus cristalinos potes de mel. Isso era um necessidade. Por isso estava mas uma vez em uma floresta qualquer, escondida, esperando a Força Rebelde terminar seu roubo e debandarem.

Então assim que tudo terminou e a Líder Rebelde recuou com os outros entrando na floresta. A morena começou sua perseguição, tentando segui-la. Toda a folhagem das arvores em volta eram amarelada. E encontra-la ali era um desafio, ela se misturava como um só com a floresta, pelos tons da sua roupa. Caminhou um pouco desnorteada, a tinha perdido de vista, parou em uma clareira o qual tinha um pequeno lago, deu um passo em direção a ele. E acabou vendo seu rosto sendo refletido na água. Seus cabelos eram lisos, longos e como os olhos negros. E foi enquanto olhava o lago, perdida em pensamentos, que sentiu a ponta da lamina em sua nuca.

- Parece que nos encontramos novamente - sua voz era firme

Ela estava atrás da morena, a um passo de suas mãos, podia toca-la se não fosse aquela espada entre elas. Estava na hora de dá um jeito nisso.

Antes que ela dissesse mais alguma coisa, Vidrian desviou pro lado empurrando a lamina com a sua, indo de encontro a ela, a um fio de distância uma adaga assobiou pela sua face, fazendo uma linha vermelha. Emília se afastou, com a espada em uma mão e a adaga na outra.

- Recue! Não quero derramar mais sangue hoje! - Falou com uma postura firme e autoritária

A morena ignorou seu aviso e avançou. Suas espadas se chocaram, a outra tinha duas laminas e ela só uma. Alguns de seus golpes a atingiram e os da Líder também a feriram, mas ambos eram superficiais, cortes pequenos que só manchavam suas roupas. Vidrian parou de atacar e ela também. Suas espadas estavam na garganta uma da outra. As respirações ofegantes se misturavam pela proximidade de seus rostos. Por um momento tirou seus olhos dos da outra e olhou em seus lábios levemente rosados.

- Por que? - Emília indagou hesitante, a morena a encarou franzindo o cenho em confusão. E entendendo isso a outra repetiu sua pergunta.

- Porque parou todos os seus golpes que poderiam ter me matado? - seus olhos brilhavam com curiosidade e algo mais. Que Vidrian não sabia dizer o que era.

Seus lábios se entreabriam enquanto abaixava sua lamina, Emília abaixou as suas também, e com um movimento rápido a morena se aproximou, pegando a outra pela cintura, tomando seus lábios para si. E como tinha imaginado, eles eram macios, carnudos, e tinha um leve gosto doce, cereja. Quando se afastou dela, com as laminas das duas no chão, esquecidas. A Líder abriu as pálpebras revelando aqueles olhos felinos. Tinha confusão em seu rosto. A morena por sua vez ainda saboreava aquele beijo. Sorria já sabendo o que queria. Depois do beijo havia entendido tudo, em seu ser não permanecia a presença de nenhuma dúvida. E antes que a outra pudesse dizer qualquer coisa se afastou um pouco, ajoelhando-se a sua frente.

- Desejo entrar em sua Força Rebelde - Em sua voz continha determinação

Sabia mesmo que inconsciente, desde o dia em que foi deixada na beira da estrada, que aquele encontro tinha mexido com ela. Era vergonhoso ter se deixado levar por sentimentos, que eles comandassem suas ações. Mas só de lembrar da mulher de madeixas castanhas, dos traços finos e delicados de seu rosto, os lábios que agora tinha certeza que eram macios e dos olhos dourados e afiados. Não se importava mais com nada. A única coisa que seria vergonhoso seria não fazer o que fosse necessário para estar perto dela.

- O que quer dizer com isso? - estava claramente irritada. Talvez o beijo a tenha desagradado, mas não se arrependia, na verdade quero repeti-lo - Primeiro me caça, depois me beija e agora quer se juntar a nós. Me diga realmente o quer - ela estava ofegante de raiva, e isso só a deixava mais linda.

- Você! - confusão pairou por ela - Quero você mais que tudo! - A morena sorriu com certa malicia e quando a outra entendeu que se referia em tê-la como mulher, suas bochechas rosaram. Hoje Vidrian tinha ganhado o dia, além de vê-la com raiva a viu com vergonha.

Minha Luz - Romance LésbicoOnde histórias criam vida. Descubra agora