Querida, pequena vida. #1 ꪜ

⭒CAPÍTULO DEZ⭒

Estiquei o meu braço enquanto bocejava, me virei pro lado e abri os olhos. O balde de pipoca que estava no final da cama foi a primeira coisa que peguei pra limpar e mudei completamente de humor quando ouvi a Maddie roncando ao meu lado. Ontem todas nós chegamos muito tarde e a minha melhor amiga pediu para dormir na minha casa. 

Fizemos uma sessão de cinema e não percebemos a hora até nós duas deixar o cansaço nos vencer. A cutuquei no ombro até a mesma resmungar e se virar pro outro lado, sorte a minha e agora é o meu momento de fazer uma bela vingança pelas várias vezes que ela me acordou. 

Na ponta do pé andei até a escrivaninha de estudo, tirei os lápis com cuidado e os deixei espalhados pela mesa. Caminhei até o banheiro e não enchi muito o copo até porque não quero molhar toda a minha cama. Ao me aproximar a mesma deu a entender que acordaria e me fez congelar no tempo, mas em seguida se revirou na cama.

A água estava gelada e fiquei com dó de jogar, no entanto quando fiz a mesma acordou assustada e quase caiu da cama sem entender o que estava acontecendo.

Coloquei a mão na boca tentando segurar a risada e corri até a porta quando vi a fúria nos olhos dela. Desci rápido as escadas e quando me virei para trás percebi que ela estava um pouco atrás de mim. 

─ Meninas! ─ A minha avó nos olhou apreensiva enquanto colocava o tabuleiro em cima da mesa. ─ O bolo saiu agora do forno e vão lavar as mãos para tomarmos café 

A Maddie cruzou os braços com a cara fechada e obedecemos a mais velha. Fiquei sentada de frente pra minha melhor amiga que está coçando os olhos enquanto me espera preparar os dois copos de leite. Estou com um sorriso estampado no rosto e tento não encarar a blusa dela que está com a prova do crime. 

Um tempo depois notei que a minha mãe não desceu para tomar café e que não está na sala assistindo televisão. Me certifiquei correndo os olhos por toda parte visível e talvez já tenha ido trabalhar um pouco mais cedo que o habitual. Faz um tempo que não a vejo chegar em casa e quando o Drivin está muito cheio a mesma quase vira a noite trabalhando o que me deixa muito preocupada. 

Peguei uma torrada e passei manteiga, degustei enquanto a minha avó contava sobre o filme que ela assistiu ontem a noite. Parecia ser interessante e embora não seja o gênero que gosto, ainda sim a história chamou a minha atenção.

─ A sua mãe pediu para vocês duas limparem a casa da piscina. ─ Fechou o forno, olhei pra janela e vi um pouco da piscina preenchida pela neve e fiquei com uma certa esperança  no meu coração. Será que o meu pai está vindo nos visitar? ─ Ela vai alugar pra alguma amiga da época do colégio 

Quem deve ser? Essa casa está abandonada desde quando os meus pais se separaram e a piscina nunca mais foi preenchida desde o último verão que curtimos todos juntos. A casa parece estar abandonada e faz um tempo que nenhum parente distante nos visita para se acomodar.

Talvez seja melhor alugar do que ficar parada formando teias de aranha em todos os cantos.

A casa não é muito grande e tem apenas dois quartos pequenos , uma sala conjugada com a cozinha e um banheiro do tamanho apropriado para ser utilizado por poucas pessoas. Os meus pais construíram pros nossos familiares distantes no intuito de se sentirem mais à vontade com um espaço mais privativo para curtir o período das férias e devo confessar que era bom ver todo mundo reunido.

─ Será que você poderia me emprestar um casaco? ─ No começo a Maddie demonstrou um rosto mais sério, mas depois abriu um sorriso fechado. ─ Você me paga e pode ter certeza que vai ter volta!

─ É claro que posso te emprestar e não quero nem pensar no que você é capaz para se vingar. ─ Falei secando a mão no pano de prato depois que lavamos o que sujamos.