⭒CAPÍTULO TRINTA E UM⭒

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Quando abri os olhos tudo parecia ter sido um sonho, agora tenho dezessete anos e a minha família do Brasil está aqui em casa. É sábado e a casa está mais barulhenta, me levantei com um melhor humor, fiz a minha higiene matinal, vesti uma roupa melhor e desci pra tomar café. 

Antes de terminar de descer completamente a escada, paro e observo todos que estão aqui se esbarrando na pequena cozinha. A tia Helena está lavando a louça enquanto canta com a minha mãe uma música que não conheço e o meu pai joga cartas com o meu primo e outra pessoa.

─ Liam? ─ Só percebi que falei um pouco alto quando o mesmo se virou pra mim com um sorriso radiante.

─ Bom dia! ─ Os três sentados dizem em uníssono.

Acabo de descer os últimos degraus da escada. Vou até o meu pai e beijo a bochecha dele enquanto analiso as cartas que o mesmo tem, faço uma careta quando o Dani sussurra me pedindo pra contar as cartas dos dois adversários.

Todos tomamos café juntos e a mesa antes era ocupada apenas por duas pessoas, agora está lotada e pra pegar alguma coisa é quase impossível não esbarrar em alguém. Todos falamos quase ao mesmo tempo e como sempre só observo todos com um sorriso nos lábios.

─ O que foi filha? ─ O meu velho me pergunta preocupado e segura a minha mão com carinho.

─ Nada, só estou feliz e muito grata por todos estarem aqui. ─ Olho o rosto de cada um deles.

A minha mãe se senta na mesa de frente pro meu pai, eles trocam olhares e de vez em quando trocam algumas palavras e isso já é um grande passo. 

Já faz uns alguns anos que não me lembrava como era vê-los juntos, sem brigas e sem choros pela casa.

Olho pra outra ponta da mesa e observo o Liam como sempre todo atrapalhado sujando a mesa de café. 

─ Hoje vamos fazer um churrasco. ─ O Dani me cutuca com o pé pra chamar a minha atenção.

─ Estava morrendo de saudade das nossas festas na piscina. ─ Falo animada.

─ E eu da torta da sua mãe. ─ O meu pai sorri com as bochechas coradas, acho que nunca vi o meu pai corar assim, o que o amor não faz? ─ Elle? Eu, Dani, Helena e a sua mãe vamos fazer compras pro almoço e você quer ir?

─ Acho melhor alguém ficar pra limpar a piscina. ─ Respondo terminando de tomar o meu café e pego um pedaço do bolo que parece delicioso só pelo cheiro. 

─ Mas é um trabalho difícil pra uma pessoa só e você não vai conseguir limpar toda a piscina sozinha! ─ O mais velho se levanta para lavar os talheres que sujou.

─ Eu posso ajudar ela, Joseph. ─ O meu vizinho se pronunciou. 

─ Se quiser eu aj... ─ O meu primo abre a boca, mas dou um chute pequeno na perna do mesmo por debaixo da mesa e o mesmo me encara incrédulo. ─ Aí...

─ O que foi que você falou? ─ O meu pai ajuda a tia Helena na limpeza da cozinha. 

O Dani me encara e faço o mesmo tomando um gole do meu café que agora está frio na xícara. 

─ Nada! É só que não podemos esquecer de comprar alguns refrigerantes para a Ellenor... ─ Ele responde e o meu pai concorda balançando a cabeça.

Eles saem, ficam somente eu e o meu vizinho na cozinha terminando de ajeitar tudo. 

O mesmo me ajuda com a limpeza da mesa e com o resto, não conversamos direito e parece que cada um está com medo de puxar assunto. 

─ Vou pegar os produtos na área de serviço... 

Aviso e ele apenas concorda. Vou para a área de serviço que fica no quintal dos fundos, abro os armários de baixo e encontro alguns tapetes. Vejo algumas caixas em uma das prateleiras, mas está muito alto. Tento chamar o Liam, mas ele não responde e não sei onde se meteu. 

 Querida, pequena vida. #1 ꪜ Onde histórias criam vida. Descubra agora