The trusting

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Eu acordei com Frank salivando na minha barriga.

Definitivamente não foi assim que eu achei que minha vida ficaria, em algum momento na sua trajetória. Eu também não estou reclamando.

Ele tinha uma bochecha afundada nas minhas carnes salientes ali, a boca levemente aberta com uma pequena cascata de baba descendo até meu umbigo. Logo, logo formaria uma pequena poça. Apesar de estar um pouco enojado, eu ainda não era capaz de tirá-lo dali.

Deviam fazer uns bons 10min que eu estava acordado. Eu ia começar a sentir fome e ele ia acordar de qualquer jeito. Decidi esperar.

Enquanto esperava, ocupei meus dedos com os cabelos dele, jogados entre seu rosto e minha virilha, e tentava lembrar como diabos ele escorregou até aquela posição.

Lembro de termos ido dormir com as roupas da noite passada, abraçados. Eu tendo a chutar enquanto durmo, e Frank a se encolher. Talvez tenha sido assim.

Meu maior problema não era esse, na verdade.

Era a ereção matinal que eu convenientemente tive e estava tendo. Frank e seus lábios perfeitos e seu queixo bonito e sua clavícula cheirosa contra meu pau escondido — tentando de todo jeito se fazer presente — debaixo de meus jeans justos demais para dormir. Meu botão e zíper também estavam abertos, aliás.

Então me ocorreu.

Frank bêbado demais ao cairmos na cama. Frank tirando a camisa e a girando entre seus dedos. Frank correndo até o pole e fingindo que ia começar a dançar para mim. Eu sóbrio demais para fazer qualquer coisa a respeito. Frank frustrado e desistindo da ideia da casa noturna de me chupar, sentando na cama e caindo em meus braços.

Depois, Frank convencido de que eu ia perder o movimento das pernas se dormisse com essas calças. Frank ficando de joelhos na cama e subindo minha camisa. Eu tentando fazer com que ele parasse. Frank abrindo o botão e zíper. Beijando o caminho até lá. E apagando. Logo em seguida, eu também.

Aparentemente, meu pau havia adorado a ideia e estava interessado, ouso dizer, até agora.

Eu queria pensar em outras coisas. No trabalho que eu tinha pra fazer antes do fim do outono. História egípcia. Círculos perfeitos feitos com compassos. Minha professora de Escultura. Nada parecia funcionar enquanto o corpo de Frank se movia suavemente com a sua respiração morna contra minha barriga.

Então ele começou a se mexer.

Frank abriu e fechou a boca, franzindo o cenho. Eu prendi a respiração quando ele esfregou o rosto em mim, abrindo os olhos devagar. Ele gemeu baixinho, provavelmente com dor na cabeça e no pescoço.

“Hey, Gee.” Ele apoiou uma mão na minha coxa, virando o rosto para cima. Eu tentei sorrir de volta, e ele estreitou os olhos para mim, desconfiado. “O que foi, Gee?”

“Você babou em mim. E eu meio que preciso fazer xixi.” Eu dei a desculpa, que não era mentira mas também não era urgente. Ele riu, uma risada curta e seca de saliva, então tossiu levemente, reclamando da garganta.

“Ugh, desculpa.” Puxou o lençol debaixo de mim e limpou minha barriga e seu queixo, e eu olhei pro teto, sabendo o que viria. “Uh, Gee?”

“Yeah?”

“Uh- você tá…?”

“Yeah.”

“Oh.” Ele respirou fundo. Eu também. “Okay.” E beijou minha barriga. Eu franzi o cenho, puxando minha camisa sobre ela. “Não. Não faz isso.” Frank segurou meu pulso e eu o deixei fazer o que diabos ele queria.

Head Over HeelsOnde histórias criam vida. Descubra agora