seven minutes in heaven

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— Zach... — Daniel fez um bico e ajeitou o cabelo do mais novo. — Ei, por que está de cabeça baixa? Não é como se eu não soubesse e muito menos como se eu fosse te julgar.

— Por gostar de um garoto? — indagou Zach. — Não sei, Dan... Ainda parece que algo não me desce. E não é nem por gostar de alguém com o mesmo órgão genital que eu, porque isso não tem nenhum problema. Mas é por gostar dele. Entendeu?

Ele. Jack Robert Avery.
Capitão do time de Futebol, caçador de piroca, destruidor de lares e de corações, 0% de chance de me notar. Zach pensou, imediatamente. Era como se estivesse mais longe do seu objetivo do que jamais esteve.

— Não fica assim, amor. — Daniel o puxou para um abraço e encostou a cabeça do melhor amigo em seu peito, suspirando. — A gente vai dar um jeito nisso. Juntos. E se não der certo eu quebro a cara dele por você.

Tudo bem, Zach pensou.

E como se o destino os ouvisse, naquela tarde Jack veio falar com Herron. Ele não tinha a ideia do porquê, até porque Avery costumava apenas lhe dirigir alguns cumprimentos de bom dia, e nada mais. Zach arrumou o cabelo e ajeitou os livros na frente do corpo, perguntando para Jack o que o mesmo desejava.

— Eu, o Jonah, e o Corbyn vamos brincar de Sete Minutos no Céu. — Jack comentou, mordendo a boca. — A gente pensou em te chamar, Zachary. Depois da escola na Sala de Projeção.

— É...Sete Minutos no Céu? — Zach arriscou perguntar. — Aquele jogo...?

— Esse mesmo. Sete Minutos trancado com alguém em um quarto quieto. E a pessoa pode fazer o que quiser. — disse o cacheado, com o olhar fixo na boca de Herron. — Pode levar o seu amigo se quiser... Daniel, sim?

— Isso.

— Você vai estar lá?

— N-Não sei...Provavelmente sim, mas... — começou Zach, nervoso, pois não havia motivos claros para estar sendo convidado para uma coisa dessas por pessoas que nunca falaram com ele dignamente.

— Ótimo. Te vejo lá. — Jack sorriu e piscou, ajeitando a gravata do uniforme e saindo do local, deixando um Zachary completamente plantado e perdido.

Aquilo não era normal a parte ruim é que Zach, por algum motivo sombrio, por alguma voz na sua mente que queria que ele se envolvesse em problemas sérios consigo mesmo e com os outros, resolveu aparecer. E nem fez menção de levar Daniel ao local. Tal ação fez o garoto de cabelos castanhos se perguntar mil e duzentas vezes aonde estava escondido seu bom senso.

Zach apareceu na Sala de Projeção no exato fim das aulas, ás sete horas e meia. O local estava tremendamente escuro, iluminado apenas pela lanterna de um celular.

— Achamos que não viria. — Jack mordeu a boca e deu dois tapas no lugar ao seu lado, indicando para que ele se sentasse ali. E Zach o fez, sem pestanejar, mas ainda com um mal pressentimento dentro de si. Resolveu ignorar, apesar de ter medo dessa brincadeira, ter medo de estar na escola a essa hora sem Daniel, e principalmente, ter medo de Jack Avery.

— Temos que sortear quem vai primeiro. — Corbyn sorriu, tombando a cabeça. Era o garoto mais bonito do primeiro ano, e para o desespero de muitas vaginas por aí, gay.

— Pena que Daniel não está aqui, não é, Jonah?

— Não enche. — o garoto respondeu seco e posicionou no chão a garrafa que minutos atrás estava em sua boca.

— Vai ser por eliminação?

— Não. Os dois primeiros a serem apontados pela garrafa vão pro quarto do zelador. Ops. Quer dizer...Pro céu. — Jack soltou uma gargalhada.

baby boy !¡ jachary Onde histórias criam vida. Descubra agora