O desafio final.

19 3 0
                                    

 Apollo e Karen seguem rumo para sua base, a jornada estava quase no fim. O último mercenário, misterioso e desconhecido, tinha que cair. Eles estavam doloridos, a garganta seca de Karen doía ao atravessar aquele frio impiedoso. Apollo estava cansado, mas nada o impedia de prosseguir e acabar com o próximo assassino, quem quer que seja.

Está bem, Karen? — Apollo olha para sua companheira, preocupado com sua integridade física.

— Estou bem... Mas eu senti que ele ia me matar, Apollo — Karen olha para baixo e engole a saliva. — Ele queria você, mas poderia ter acabado comigo alí.

Temos sorte que ele me queria então! Não aguentaria ver você morrer. Fui eu que lhe arrastei para isso. — Diz Apollo, colocando sua mão sob o ombro gelado de Karen. Sentindo o couro de seu sobretudo.

Karen apenas continua o trajeto, junto com Apollo. Ambos chegam no apartamento exaustos. A ideia de haver apenas um mercenário para derrotar era o que dava energia e combustível para os dois.

— Apollo! Karen! Vocês estão bem? Parecem que enfrentaram um furacão! — Dante viu ambos entrarem pela porta da frente, quietos e estagnados.

— Quase isso... —Karen jogou-se no sofá, e acomodou sua cabeça.

Apollo prosseguiu para o quarto -Sem dizer nada- e rapidamente tirou sua armadura, amassada, suja, cortada e em algumas partes, quebrada. Seu visor estava com rachaduras, o peregrino verde símbolo do vigilante já estava começando a se apagar. Ele deitou sem mais nem menos, sentindo o algodão de seu travesseiro acomodar sua cabeça. Apollo fechou os olhos, sentiu o vento frio bater em sua pele. Não o incomodava, ele até gostava. Ele não lutou e logo o sono o dominou. E dormiu.

— Apollo! Acorde! Rápido, aconteceu algo! — Dante o balançava.

Ele aos poucos abriu seus olhos, dormiu o dia todo. Viu a preocupação nos olhos de Dante e subitamente levantou-se. 

— O que houve???

— Eu saí do prédio e vi um rastro de sangue! Eu não vi Karen desde que fui dormir!

— O que? Alguém entrou aqui? Melhor, alguém sabe que vivemos aqui??? — Apollo se levantou da cama, já trajando sua armadura. A preocupação claramente invadiu sua mente e seu corpo denunciou. 

— Eu não sei! Ela talvez esteja em perigo! Vá atrás, o rastro deve ser a localização do último mercenário.

— Pior vai ser se esse sangue for de Karen. Eu só volto depois que matar esse mercenário e recuperar ela. — Apollo coloca seu capacete e equipa suas armas: Duas katanas, um bastão e uma SPAS 12.

Apollo olha pela janela e consegue ver o rastro de sangue. Ele pula através da janela e começa a seguir o rastro que percorria pelo asfalto e neve. Era facilmente perceptível pois contrastava com o branco dos flocos. Ele seguiu e o caminho parou em um bueiro. Apollo facilmente arrancou a tampa de metal temperado do bueiro e a jogou para longe, ele caiu em direção ao esgoto e conseguiu ver o rastro.

Ele seguia através daquele lugar sujo e imundo, fedia muito. Ratos e baratas infestavam o local e corria por entre os canos. Apollo quase conseguia ouvir o andar das pragas por alí. Ele seguiu o sangue, que passava pelos canos e pelo chão, nunca o tirando da vista. Foi uma caminhada de 20-30 minutos pelos esgotos de Fallow City. Um grande buraco era seu destino, o fundo era tão escuro que não se podia ver normalmente. Então Apollo ligou sua visão noturna, mas que por uma incógnita, não conseguia ver nada no fundo. Simplesmente não aparecia.

Apollo ligava e desligava sua visão noturna. Dane-se pensou o vigilante, que decidiu cravar sua grappling gun e descer como um rapel. Não sabia a altura da queda que lhe aguardava, decidiu se precaver. Sua intuição estava certa, foi uma longa descida de aproximadamente 200 metros. Ele sentiu o chão em seus pés, e largou do gancho. Como sua visão noturna não funcionava, usava da luz de seus olhos para iluminar o caminho, não era muita coisa, apenas alguns metros da sua frente. O suficiente para seguir o rastro.

O Peregrino II - Caça ao Rapinante.Onde histórias criam vida. Descubra agora