1. GOOD BYE

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   — Vamos pai, se não vamos nos atrasar. — Gritei para meu pai, que estava no andar de cima.

   — Estou indo, Arya! — Meu pai falou descendo as escadas.

Eu e meu pai saímos, estávamos indo para o cinema.

No caminho, o celular do meu pai tocou, ele atendeu. Avistei uma sorveteria logo ali próximo.

   — Pai, vou comprar um sorvete, tá bom? — Perguntei ao meu pai.

   — Tá bom, filha, cuidado. Trás um para mim. — Papai falou, e voltou sua atenção ao telefone.

Eu estava quase pulando em direção a sorveteria. Pedi duas casquinhas de baunilha, preferida minha e do meu pai.

Enquanto o sorveteiro ia preparando as casquinhas, eu escutei uma gritaria, e logo em seguida, um tiro.

Me virei depressa, procurando por meu pai, que nesse momento, estava no chão, e ao seu redor, uma poça de sangue.

NÃO.

Corri em direção ao meu pai, e me abaixei perto dele. Ele estava com os olhos quase fechados, estava tentando falar alguma coisa, mas estava quase sem forças.

   — Pai? Respira, vou chamar a ambulância. — Falei, e logo liguei para chamar ajuda.

Alguns minutos depois, os paramédicos chegaram ao local, e levaram meu pai as pressas para o hospital. Eu fui junto.

Eu estava chorando muito. No hospital, esperava por notícias do meu pai. Logo lembrei da minha mãe, precisa avisa-lá.

Procurei por seu número em minha agenda, e logo a liguei. No segundo toque, ela atendeu.

   — Oi, filha! — Ela falou com animação, no telefone.

Eu não consegui falar. Como iria lhe dizer que o seu marido tinha acabado de levar um tiro?

   — Arya? Está tudo bem? Cadê o seu pai? — Assim que ela perguntou por meu pai,eu desabei.

   — Mãe, você poderia vir ao hospital? — Falei para ela, tentando conter o choro.

   — Você está bem? O que está fazendo no hospital? Deixa eu falar com o seu pai, por favor! — Ela pediu.

   — Só vem, mãe. — Falei para ela, e desliguei. Voltando a chorar.

Algum tempo depois, vejo minha mãe entrando no hospital.

   —Arya! Querida, cadê o seu pai? — Quando ela me viu, veio correndo em minha direção.

A única coisa que fiz, foi abraça-lá.

   — Papai levou um tiro, mãe. — Falei logo de uma vez, voltando a chorar.

   — O que? Não! Você está brincando, né? — Ela perguntou nervosa.

   — Não estou brincando, mãe! — Falei chorando.

Mamãe começou a chorar muito.

   — Ele vai ficar bem, não vai? — Ela me perguntou, e eu não a respondi.

   —Arya, como isso aconteceu? — Ela me perguntou.

Contei tudo o que houve para minha mãe, que ao ouvir, ficou desesperada.

   — Isso é culpa sua! Eu avisei que não era pra sair hoje, mas você nunca me escuta, sempre quer fazer as coisas do seu jeito! — Ela começou a gritar comigo.

   — Mãe, calma. Isso não é culpa minha! Para de gritar, por favor! — Falei, meio chorosa.

Ela se virou, e começou a andar em direção a porta.

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