9. CHAPTER NINE.

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Sem entender a expressão estranha
do Harry agora a pouco, voltei minha atenção para a estrada agora um pouco movimentada. Algum tempo esperando, vejo um carro conhecido se aproximando. Maycon. Sorri quando ele abaixou o vidro e sorriu para mim.

   — Oi Arya. — Ainda sorrindo, ele me cumprimentou, saindo do seu carro.

   — Olá Maycon, está bem? — Perguntei um pouco tímida com seu sorriso.

   — Sim, estou. — Disse fechando a porta do seu carro. — E com você?

   — Estou. — Falei o encarando. Ficamos em silêncio por alguns segundos, mas não um silêncio constrangedor, estava tudo suave e gostoso.

   — Vamos? — Questionou dando a volta no carro e abrindo a porta para mim. Sorri com seu comportamento.

   — Sim, vamos. — Dando a volta ao carro, agradeci pelo seu ato educado e adentrei no carro iluminado.
Maycon entrou em seu carro e logo o arrancou, nos levando para a sorveteria.

★★★

   — Me permitindo perguntar, como você está lidando com tudo isso? cidade nova, pessoas novas, escola nova... Como está sendo tudo isso para você? — Maycon questionou enquanto eu saboreava meu Milk shake de morango.

   — Estou tentando me adaptar a tudo isso. Não vai ser tão fácil assim, dando em conta a mudança drástica que me trouxe até aqui. — Respondi sem muito entusiasmo. — Eu espero que der tudo certo. — Murmurei mais para mim do que para o Maycon.

   — Eu te entendo, Arya. Acredite, eu te entendo. Já passei por isso também, talvez não do mesmo jeito que você, mas acredito que algo parecido. — Maycon falou dando um longo gole em sua bebida.

Mordi os lábios, querendo saber o que houve com ele. Porém, não tive coragem para perguntar. Como se estivesse lendo meus pensamentos, Maycon logo começou a dialogar mais uma vez.

   — Acredito que esteja curiosa para saber o que houve. — Disse Maycon com um sorriso de lado, o que me fez sorrir também. — Quando eu tinha dez anos, o meu pai nos abandonou. A mim e a minha mãe, ele bebia muito e surrava ela, por mais que eu quisesse ajudar, não podia, porque acabava levando uma surra também. — Ele contava a sua história cabisbaixo, o que me fez tocar sua mão em forma de conforto. — Quando ele foi embora, tudo ficou difícil, minha mãe teve que arcar com as dispensas da casa, do meu colégio e das muitas contas que ele nos deixou. Logo apareceu uma oferta de emprego por aqui, e ela não pode negar. Eu não queria vir embora, não mesmo, mas entendi o lado da minha mãe e vim sem questionar.

Maycon me contava o ocorrido e mexia sua bebida com o canudo, eu conseguia ver a tristeza e desapontamento em seu olhar ao tocar esse assunto. Eu quis dizer alguma coisa, mas nunca fui boa em palavras de conforto.

   — No começo, foi difícil se adaptar por aqui, mas com o tempo, tudo melhorou, principalmente as nossas vidas. — Maycon prosseguiu com um sorriso. — Acredite Arya, não vai ser fácil, mas você vai conseguir, assim como eu conseguir. E saiba que pode contar comigo para o que precisar.

   — Obrigada Maycon. — Sorri com sua gentileza. — Sinto muito por tudo que você passou. Se você precisar de um ombro amigo, pode contar comigo, mesmo eu sendo tão ruim com palavras. — Falei rindo, o que fez ele rir também.

Matamos o tempo ali na sorveteria conversando sobre coisas banais. Quando vi o Maycon pela primeira vez, eu não imaginei que ele seria tão legal assim. A conversa com ele flui naturalmente, sem precisar ser forçado. Olhei para o relógio do meu celular e me surpreendi com a hora. Já passam das três.

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