Prólogo

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PRÓLOGO

("Todo mundo merece um novo começo de vez em quando")

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("Todo mundo merece um novo começo de vez em quando").

― Bugsy Siegel


Passado...


Eufórico.

Era assim que eu estava me sentindo quando parei o carro em frente ao clube escarlate. A boate ficava no Brooklyn, mas era frequentada apenas pelas pessoas mais ricas dessa cidade. No começo, eu não entendia por que tinham colocado uma boate desse nível nesse lugar, quando claramente a maioria dos clientes era de Manhattan. Ainda assim, a região não parecia afastar os clientes. Pelo contrário, ela os atraia. Era como se a sociedade de sangue azul estivesse dizendo: "Eu não preciso estar aqui, mas eu posso estar aqui, então é aqui que eu vou estar". Sim, talvez fosse isso. Na verdade, era exatamente isso. Colocar uma boate de luxo aqui era uma demonstração de poder. Não apenas dos donos da boate, mas de seus clientes também. Um claro aviso de que eles mandavam na porra da cidade inteira e de que não existia uma só parte de Nova Iorque que eles não dominassem.

Eu fazia parte desse grupo, afinal, tinha dinheiro. Bom, meu pai tinha muito dinheiro. Mas, foda-se, serei seu herdeiro, então eu terei o seu dinheiro em algum momento. E aí sim, farei parte desse grupo. Ou talvez não. Porque eu já fui seu único herdeiro, mas agora não sou mais. A nova esposa do meu pai já lhe deu dois filhos. Eu tinha um meio-irmão e uma meia-irmã também. Desde que eles nasceram, meu pai esqueceu quem, de fato, era seu primogênito. Fui colocado para trás. Maxwell tornou-se seu filho preferido. O garoto prodígio. O rapaz que ele enxergava que teria um futuro brilhante quando assumisse os negócios ao seu lado. E eu? Ele só não conseguia esquecer que eu existia porque minha mãe fazia questão de lhe arrancar uma boa mesada todo mês. Uma para mim. E outra para ela. O meu pai podia bancar, afinal. O meu pai podia tudo.

Vicent Melbourne era um homem poderoso.

E também um cretino.

Desci do carro e pisei na calçada. Nas entradas da boate, longas filas se estendiam pela calçada. Os seguranças parrudos só tinha permissão para deixar passar aqueles que fossem membros do clube ou tivessem seus nomes em uma lista privilegiada. Não havia outra forma de entrar. Era por isso que eu sabia que nenhuma das pessoas naquela fila entraria na boate essa noite. Ou em qualquer noite. Porque aqueles não eram os clientes do clube escarlate. Os clientes do clube escarlate não ficavam em filas. Em nenhum tipo de fila. Nunca. Por sorte, eu era uma dessas pessoas.

Joguei a chave do carro ao manobrista e segui para a entrada.

O segurança parrudo me deu um olhar de cima a baixo, mas não disse nada quando indicou a entrada para mim. Ele me conhecia há dois anos, já que comecei a frequentar o clube quando tinha dezessete anos, graças ao privilégio de ser o filho do meu pai. Pessoas ricas conseguiam qualquer coisa, isso era um fato. Eu ainda tinha só dezenove anos, mas eles já me serviam bebidas como se eu tivesse vinte e um. Não ia negar, eu gostava de ter dinheiro. Mas ia gostar ainda mais quando não precisasse do meu pai para consegui-lo.

Sr. Brayden \ Sociedade Escarlate - Vol.III (Disponível até 05\01)Onde histórias criam vida. Descubra agora