012

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Josh Beauchamp 

Já estava saindo do colégio quando lembro que na próxima semana o coreógrafo Kyle precisará faltar, então eu como capitão de dança, tenho a obrigação de assumir a sua substituição.

Eu e a Heyoon que é minha co-capitã, mas como a coreana terá uma reunião do grêmio em alguns minutos, eu vou precisar começar sem ela, infelizmente. Para não sobrecarregá-la mais.

Amanhã eu posso chamá-la pra repassarmos a coreografia que o professor Kyle já nos passou. Subo as escadas, entranhando o fato da porta da sala de dança estar entreaberta.

Será que esquecemos de fechar? É estranho todos já foram, e só quem tem a chave é meus amigos e eu. Mas eles foram embora, e a Heyoon está na reunião.

Me aproximo lentamente da porta, e sorrio ao ver a cena. Any. A brasileira estava dançando. Me encosto no batente da porta a observando. Ela fica tão linda concentrada. Ela dança maravilhosamente bem. Seus passos bem elaborados para um ritmo de dança muito difícil. A mesma estava tão concentrada que nem percebeu minha chegada.

Após a música acabar e ela encerrar sua dança, aplaudo-a. O que a faz rapidamente se assusta, ela estava ofegante. Entro na sala, após obviamente fechar a porta. E ela corre rapidamente até seu celular desligando a música que estava começando. Logo voltando ao meu encontro.

Ela dá um pequeno sorriso e logo fala:

— Eu até te abraçaria mas... — ela diz, mas eu a corto antes que ela termine.

Eu sabia o que ela iria dizer. E não me importava nem um pouco.

Rapidamente a puxo para um abraço. Era um abraço aconchegante. Tê-la nos meus braços é sem sombra de dúvidas a melhor sensação do mundo. Ela não estava suada, como iria dizer, sua pele estava apenas gélida.

Ela tem um cheiro tão bom. Tão cheirosa. Eu poderia sentir esse cheiro pro resto da vida que não enjoaria. Estava quase hipnotizado pelo seu doce aroma quando a morena em meus braços dá uma boa fungada em meu pescoço, inalando uma boa quantidade do meu perfume, devido a nossa pequena diferença de tamanho seu rosto estava colado no mesmo, me fazendo arrepiar em cada membro do meu corpo. A mesma percebeu já que riu baixinho.

Garota não me provoca.

Desfazemos nosso abraço que quase me deu problemas - se é que me entendem -, e agora posso observá-la melhor. Seus cachos perfeitos. Suas bochechas coradas e seus lábios desenhando um sorriso. Seu look estiloso e aquela roupa caiu muito bem nela. A deixando sexy e fofa ao mesmo tempo.

— Você dança muito bem. — comento sorrindo.

— Obrigada. — ela sorri envergonhada.

Iti que neném.

— Vejo que você gostou daqui. — falo rindo fraco, e começo a me alongar.

Escuto-a rir fraco, mas o som da sua voz estava distante então a vejo do outro lado da sala.

— Eu amei. Me sinto confortável aqui. — disse ela.

— Fico feliz por isso. Aqui é como se fosse meu lar. — digo soltando um longo suspiro.

Não percebo muito bem quando ela arruma suas coisas e vem até mim selando um beijo rápido em minha bochecha. E logo se distancia.

— Você já vai? — pergunto observando-a indo em direção a porta.

Ela para de andar, e me encara por cima do seu ombro.

— Sim. Vou te dá privacidade. — foi tudo o que disse antes de voltar a caminhar.

Mas antes que ela pudesse sair, eu corro rapidamente até a mesma, segurando levemente em seu pulso. Fazendo-a parar de andar e me fitar confusa.

— Fica. Eu gosto da sua companhia. — peço calmamente, fazendo minha cara fofa que a faz abrir um largo sorriso.

Jesus me abana que eu tô' passando mal.

— Tudo bem. Mas só porque pediu com jeitinho — ela cede, após longos segundos me encarando.

Sorrio, e abro espaço pra ela passar, fechando novamente a porta. A morena vai até o mini palco e se senta na ponta do mesmo. Coloco minha mochila ao seu lado, e tiro meu moletom que estava usando e coloco em seu colo. Conecto meu celular a caixa de som, colocando na música que usaria na aula.

Faço pequenos movimentos nos ombros relaxando meus músculos e logo a música começa que usaria na aula. Automaticamente meu corpo se move de acordo com as batidas da música. Repetindo os passos que o professor Kyle ensinou para a próxima aula. Sinto cada ritmo da música, deixando meu corpo leve para formar os passos.

Encerro o ensaio, escutando os aplausos e gritos da brasileira que me assistia atentamente. Ela começa a gritar coisas que me faz rir absurdos. Ela vem saltitante até mim, pulando nos meus braços em um abraço rápido.

[...]

Ficamos mais um tempo daquela forma. Depois dançamos algumas músicas juntos. Eu ensinei algumas coreografias pra ela. Bem básicas já que ela se recusou a tentar algo mais concreto.

Ela dança incrivelmente bem e sabe disso, mas segundo ela eu sou uma máquina de dança ambulante. Logo o horário de trancar o colégio chega e fomos embora, era umas cinco e meia. Então dá-la uma carona até sua casa como prometido e passar no Luke's para comermos algo. Já que nossa última refeição foi no almoço.

[...]

Adentramos no Luke's, e escolhemos uma mesa para dois um pouco mais reservada. Nos sentamos e logo o Louis chega sorridente, nos cumprimentamos, e depois ele cumprimenta a Any.

— Any! — ele exclama empolgado em ver a garota.

— Louis! — responde ela, da mesma forma que ele, o que o faz rir.

— É um prazer recebê-la de volta, menina brasileira. — diz ele.

Eles se soltam do abraço porém ainda sorriem um pro outro o que me deixa um pouco desconfortável.

— O prazer é meu de estar de volta. — ela disse.

Pigarreio, mostrando que ainda estava ali, fazendo os dois me olharem envergonhados.

O Louis se recompõe, olho pra Any e ela encarava a rua pela janela corada.

— Desculpe bro, o que o casal vai querer? — ele pergunta segurando seu tablet.

— Não somos um casal. — respondemos em uníssono, e coramos na mesma hora.

Cof cof ainda cof cof.

O Louis intercala o olhar entre mim e a brasileira rindo fraco.

— Bem, eu vou querer uma porção de fritas, e um milkshake de chocolate. — respondo e ele anota.

— Um milkshake de morango, e um bolo de chocolate, por favor. — fala educadamente.

Assim que ele sai minha carranca volta de modo automático. Começo a observar a rua de cara fechada. Eu não sei porque estou me sentindo assim. Eu sou um idiota.

— Algum problema, Joshy? — escuto sua voz doce me perguntar.

— Nenhum, Any. — falo, despreocupando-a.

Fito-a por alguns segundos, e sinto um toque suave em minha mão que está pousada em minha perna. Desço meu olhar vendo a pequena mão de Any em cima da minha, sorrio involuntariamente e entrelaço-as deixando-as ali. Sorrio para a brasileira que retribui genuinamente.

O Louis volta com nossos pedidos, porém não viu nossas mãos entrelaçadas por estar deixado da mesa. Nos serve e volta pro seu trabalho no escritório da lanchonete que agora ele é o dono.

Separamos nossas mãos para comermos e estava um silêncio calmo. Apenas comíamos, aproveitando o momento. Era difícil termos um momento assim... só nós dois. Porque sempre que estamos juntos os nossos amigos estão também. Não que eu ache ruim, nunca.

Mas é bom tê-la aqui comigo, a sós. Passar esse tempo com a Any realmente me fez bem. O jeito fofo, extrovertido e alegre dela torna tudo mais simples e satisfatório. 

ECLIPSE ❝beauany❞Onde histórias criam vida. Descubra agora