Prólogo

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Quando você era criança, já fez um daqueles desafios com seus amigos para ver quem conseguia ficar mais tempo sem respirar?
Você segurava sua respiração pelo máximo de tempo possível, até que seu rosto passasse por vários tons diferentes de vermelho e você sentisse que seus pulmões explodiriam.

Mas, assim que você desistia e respirava pela primeira vez, aquele ar vinha com uma sensação de euforia.

O ar gelado passando por seu pulmões, dando novamente vida às células que te deixam vivo e te fazem o que você é, era vem melhor do que o orgulho de vencer seus amigos.

Tinha um gosto mais doce do que as palavras da vitória passando por sua língua.

Você respirava fundo repetidas vezes, pegando o máximo possível do doce ar, aproveitando a sensação do mesmo correndo pela sua garganta e fazendo seus pulmões se expandirem novamente.

Neste momento, sinto-me como se estivesse prendendo a respiração há muito, muito tempo, mas não consigo respirar de novo. A queimação em meus pulmões, a forte dor de cabeça e o pânico em meu cérebro não vão embora. Sinto que vou desmaiar.

Mas não posso.

Desmaiar me traria alívio do sentimento terrível que me consome, mas a verdade é que não há alívio.

Não até que eu veja Tyler de novo. Não até que eu veja que ele está vivo e bem. Não até que eu veja que não falhei com ele ou que não quebrei minha promessa de mantê-lo a salvo.

Até que eu veja meu menininho vivo e bem, não vou conseguir respirar.

Não vou conseguir viver.


VAMO QUE VAMO

Yøu Ønly Live Twice - VERSÃO EM PORTUGUÊSOnde histórias criam vida. Descubra agora