8- Do Tamanho Da Lua.

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Olhei em volta e um sentimento nostálgico tomou conta de mim. Parece que já faz anos que eu não entro no meu apartamento e vejo ele com as minhas coisas, não só alguns meses. Parei para olhar as fotos da minha família e amigos que estavam nas estantes e paredes.

Todos estavam sorrindo, e suas caras animadas olhavam para mim. Ao entrar na sala, passei a mão pelo meu sofá; o móvel velho voltou para o lugar onde ficava o sofá de couro de Tyler.

Vi a foto da minha família que ficava na mesinha de centro. Me sentei no sofá velho e confortável e peguei-a em minhas mãos; ver os sorrisos dos meus pais e irmãos mais novos fez meu coração doer.

Eu senti tanto a falta deles, achei que nunca mais os veria de novo. Estou percebendo que não dou tanto valor quanto deveria para algumas coisas, uma delas sendo minha família. Tomei um susto quando vi uma gota d'água cair no porta retrato.

Coloquei a mão em meu rosto, percebendo que estava chorando. Funguei e abracei o porta-retrato, deixando as lágrimas caírem e deixando memórias invadirem meus pensamentos. Tenho que vê-los amanhã. Todos os meus irmãos ainda moram com os meus pais, então não vai ser difícil.

Vou ligar para a minha mãe de manhã e ver se posso ir jantar lá. Sinto falta da comida dela. Eu sei cozinhar bem, mas não é nada comparado à comida da minha mãe. Abbey no entanto, não consegue nem ferver água. Não sei quanto tempo fiquei ali sentado, mas chegou um momento em que sorri e limpei as lágrimas de minhas bochechas. Coloquei a foto de volta na mesinha de centro e me levantei do sofá.

Fui para o outro cômodo - que Tyler usava para guardar o que não usava - e vi o objeto que fez meu estômago borbulhar de animação: minha bateria. Fui para trás dela e me sentei, pegando minhas baquetas. Dei algumas batidinhas e do alguns movimentos para me acostumar. Como eu havia recebido reclamações dos vizinhos anteriormente, tornei esse quarto a prova de som, e aí comecei a tocar sem nenhuma preocupação.

Saí do quarto e fui até a cozinha só para passar raiva. Aparentemente vou às compras depois do trabalho hoje; não tem nada para comer, nem mesmo pão e manteiga.

Suspirei e me dirigi ao quarto para pegar minha jaqueta. Parece que vou ter que sair de novo. Não vou fazer compras hoje vou, deixar para amanhã, mas preciso comer de qualquer jeito.

Caminhei até minha caminhonete enquanto assobiava sentindo o vento refrescante passando por meus fios. Decidi comer no Taco Bell - estou com vontade a tanto tempo que não paro de salivar só de pensar.

Comecei a cantar baixinho enquanto andava. Era uma das de Tyler que achei em seu laptop. Ela se chama TB Saga e são basicamente seis minutos dele e alguns amigos cantando sobre o quanto amam Taco Bell de um jeito engraçado. É incrível.

Liguei o rádio e fui murmurando a música até chegar no restaurante. Decidi entrar para comer, até porque, já não saio de casa a tanto tempo que agora posso usar isso como desculpa - mas tenho certeza que vou voltar a ficar em casa o tempo todo logo logo.

Entrei e vi meu caixa favorito trabalhando. Ele se chama Alex, é um cara que está no ensino médio que tem um senso de humor perverso e um talento musical incrível.

"Eai, Alex!" Eu disse, fazendo sua cara de tédio sumir imediatamente. Seus olhos brilharam e ele sorriu.

"Josh! Como você tá? Não te vejo a tipo, um dia inteiro, já tava começando a ficar preocupado." Ele brincou. Ok, talvez eu venha muito aqui, mas quem é que liga?

"As coisas foram agitadas nos últimos dias mas agora tá tudo ficando mais de boa. E você?"

"Só escola. Eu odeio. Vai querer o de sempre com o preço de sempre?" Dei risada e aceitei sua oferta, entregando o dinheiro. Eu estava perguntando sobre como ia sua banda quando ele disse algo interessante.

"Ow, você toca bateria, né?"

"Sim, por que?"

"Tem um cara que vem aqui sempre, aliás, não sei como vocês não se conhecem, mas enfim; o nome dele é Tyler Joseph. Ele é um músico incrível e eu acho que vocês se dariam bem. Talvez pudessem começar uma banda juntos ou sei lá. Sei que ele quer trabalhar com isso; você podia investir e aí abrir sua loja de discos depois. Sei lá, eu tava só pensando sobre."

"Achei legal cara, vou tentar entrar em contato com ele."

Se ele soubesse.

"Show. Ele vai tocar no parque sempre, talvez você ache ele lá. Ah, e sua comida. Foi bom conversar com você, cara."

"Te digo o mesmo." Sorri pegando a bandeja de sua mão.

Me dirigi até minha mesa de sempre, deixei a bandeja e fui buscar minha bebida. Quando voltei e comecei a comer, tive que me controlar para não soltar um gemido ao dar a primeira mordida. Olhei pela janela, começando a analisar as coisas que eu nunca dei muita atenção; a lua estava linda, eu nunca conseguia vê-la do meu apartamento.

Enquanto olhava para o astro que brilhava, não conseguia parar de pensar em Tyler; ele era a luz no fim do túnel pra mim, não conseguiria ter feito nada disso sem meu menininho.

Pensei em seu sorriso, sua risada, sua criatividade e sua visão do mundo. Sorri ao lembrar de uma expressão que Ryan, um cliente lá da cafeteria, costumava dizer e que se encaixava perfeitamente. Os olhos de Tyler eram do tamanho da lua.

'CAUSE IT'S NINE IN THE AFTERNOOOOOON
AND YOUR EYES ARE THE SIZE OF THE MOOOOOON

Pergunta de hoje: que perfume vocês usam? Vocês são cheirosinhos?

Yøu Ønly Live Twice - VERSÃO EM PORTUGUÊSOnde histórias criam vida. Descubra agora