Capítulo 5: O funeral

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A manhã na Toca estava muito agitada. Era um clima nostálgico onde a todos se reuniam na sala após o café da manhã para jogar xadrez enquanto Rony se gabava em altas vozes o porquê que todos ali presentes eram incapazes de derrotá-lo.
- Aonde você e meu irmão se esconderam durante a madrugada? - Gina sussurrou maliciosamente ao ouvido de Hermione.
- Nossa, você me assustou! - Hermione lançou em direção à menina depois de um belo pulo de susto.
- Não mude de assunto, Hermione. - Ela rebatia maliciosamente. - Nós duas temos certeza de que você e meu irmão estavam...
- Gina! - Rony a interrompeu. - Você ainda tem seu equipamento de quadribol?
- Rony, você não pode estar falando sério! Não podemos jogar quadribol agora!
_ Por que não? - Ele perguntou confuso. - Ontem eu quis praticar um pouco mas já era tarde então eu...
- Decidiu ir praticar outra coisa. - Gina completou a frase fazendo som de beijo no final.
- Exatamen..., quer dizer, o quê?! Não seja ridícula Gina.
- De qualquer forma, você deveria ir ver se a mamãe precisa de alguma coisa. É um dia muito delicado para todos nós; especialmente para ela. Então, por favor não seja insensível. Muito menos inconveniente.
- E quando eu fui inconveniente? - O menino perguntou incrédulo.
Gina passou pelos dois revirando os olhos para seu irmão.
- E você pode acreditar nisso, Mione? Se eu sou muito inconveniente, ela é muito convencida.
Hermione franziu o cenho.
- Eu também acho que deveria prestar um pouco mais de atenção à sua família hoje, Ronald. Eles precisam de você... Fred se foi.
As palavras de Hermione acertaram Rony como um tijolo em seu estômago. Imediatamente ele fechou os punhos tentando acumular toda tensão que sentia neles.
- Esse é o problema! - Ele disse forte fazendo com que Harry que estava passando se virasse assustado. - Ele não vai voltar. E não adianta ter um dia de luto e depois fingir que tudo voltou ao normal. Nunca mais voltará! NUNCA!
Sem perceber que elevara o tom de voz, Rony derramou algumas lágrimas e tentou apressar-se em secá-las.
Hermione o abraçou apertado.
- Talvez você não seja tão insensível no final das contas.
- Desculpe por gritar. - Ele disse sem se soltar do abraço.
- Tudo bem, Rony.
Após se soltarem do abraço Rony disse:
- Acho que preciso ficar sozinho um pouco.
- Mas Ron...
- Por favor.
Hermione respirou fundo e concordou com a cabeça. Entendia que o menino precisava de um tempo para entender o que estava sentindo.
Foi quando Gui entrou pela porta com Fleur.
- Mãe, chegamos! - O Weasley mais velho gritou. - Olá, Hermione!
- Como vai, Gui? - A menina acenou.
- Estou bem dentro do possível.
- Estar melhorrr, Ermiioni? - Fleur perguntou a menina com o seu habitual sotaque.
Hermione lançou um sorriso encorajador.
- Acho que sim.
A última vez que os vira estavam bolando um plano para invadir o Gringotes logo após ser torturada pela mulher que andava atormentando sua mente. Belatriz.

Pouco a pouco mais convidados se reuniam na Toca. Até Muriel, tia-avó de Rony, estava presente e para surpresa de Hermione, a mulher não estava colocando defeitos em todos em que via na sua frente. Todavia, Hermione preferiu manter uma distância segura dela.
_ Hermione, você viu o Ron? - Harry perguntou repentinamente ao se aproximar. - Todos já chegaram.
- Ele está em seu quarto.
Rapidamente olhou em volta e percebeu que o único que realmente estava faltando era Rony. Mas que raios ele pensa que está fazendo? A cerimônia já vai começar!
- Não se preocupe Harry. Eu vou buscá-lo e volto num minuto.
Hermione subiu apressadamente as escadas e bateu na porta. Não ouve resposta. Entrou em seguida.
Rony estava segurando um ursinho de pelúcia enquanto o olhava fixamente.
- Ron, já chegaram todos.
- Eu não vou, Hermione. - Ele respondeu sem retirar os olhos do ursinho.
- E por que não?
- Eu não posso fazer isso, sinto muito. - Rony abaixou o ursinho para encarar Hermione. - Simplesmente não posso.
Hermione sentou-se na cama ao seu lado, pegou sua mão e respirou fundo.
- Ron, eu não posso nem imaginar pelo que você está passando mas eu também achava que não poderia enfrentar a ira daquela mulher por mais que estivesse tentando. - Rony a encarou fixamente. Hermione nunca tinha falado sobre sua tortura antes. - Mas ouvir sua voz chamando meu nome me deu forças para continuar, me fazia entender tudo que estava em jogo. Era maior do que eu. Eu nunca conseguiria sem você, Ron.
Olha, eu não estou dizendo que vai ser fácil, mas eu estarei ao seu lado o tempo todo. Chegamos aqui porque temos um ao outro, e é claro, temos ao Harry.
Rony lançou um sorriso bobo em direção a menina.
- Você sabe mesmo como me convencer, não é? - Rony disse. - Eu não sabia que meu desespero pôde te ajudar.
- Você não tem nem ideia. Agora, vamos se arrume!
- Tudo bem, diga que eu descerei em cinco minutos.
Assim que Hermione saiu do quarto Rony se arrumou rapidamente nas suas vestes preta.
Era difícil de acreditar que estaria indo se despedir de seu irmão, mas Hermione tinha razão. Ele não poderia se dar o luxo de deixar de ir por capricho. Deu o último nó na gravata. Não era um nó perfeito, mas era o melhor que conseguia.
Desceu as escadas e se deparou com a Toca toda decorada e repleta de pessoas.
- Rony - ele pode ouvir a voz de Percy -, onde esteve esse tempo todo?
Rony deu um sorriso amarelo a seu irmão.
- Quais novidades no ministério, Percy?
- Kingsley deve ser anunciado como o novo ministro em breve.
- Kingsley Shacklebolt? - Sr. Weasley surgiu rapidamente e se introduziu na conversa. - Como eu não estou sabendo disso?
- Porque era para ser um segredo. - Percy pareceu desconfortável falando sobre o ministério na frente de seu pai.
- Então por que você saiu espalhando por aí? - Sr. Weasley o pressionou.
- Eu não sai espalhando por aí!
Rony aproveitou-se do momento em que Percy e seu pai estavam discutindo assuntos do ministério e saiu sorrateiramente do lado deles procurando por Harry ou Hermione.
- Ronald? - Era a voz de sua Tia Muriel. - É você mesmo? Você não se cansa de crescer? Está parecendo uma vara pau.
Nessa altura, Rony já se perguntava onde estava a capa de invisibilidade de Harry.
- Sou eu sim, Tia Muriel. - Embora ele quisesse dizer que não era. - Como está?
- Terrivelmente cansada. Meus pés estão me matando. Essa cerimônia não começa...
- Vamos tia Muriel, vou lhe arranjar um assento.
Rony a levou até a cozinha.
- Mas essa cozinha está...
Antes que pudesse terminar de ouvir o que Muriel iria lhe dizer já estava longe da cozinha. Por sua vez esbarrando em Harry.
- Graças a Merlim, Harry! Estava procurando por você e por Hermione.
- Ela foi se trocar. Deve estar aqui a qualquer momento. - Harry explicou. - Mas por que essa cara, Ron?
- Tia Muriel. - Ele sussurrou com medo de que a mulher pudesse ouvi-lo. - Eu havia esquecido como ela gosta de reclamar.
- Estranho. Ela ainda não tinha reclamado um só vez.
- Então vamos supor de que foi a minha presença.
- Com certeza foi a sua presença. - Hermione juntou-se aos dois com um vestido branco e azul bordado com borboletas na altura dos joelhos. - Parece que estamos todos prontos.
Rony arregalou os olhos ao perceber a chegada de Hermione.
- É... é... você está ótima. - O ruivo comentou.
- Obrigada, Ron. Você também está ótimo.
Harry abafou algumas risadas antes de apressá-los para o quintal onde a cerimônia iria acontecer.
Tudo enfeitado com flores brancas. Diversos alunos e professores de Hogwarts estavam presentes. Dentre eles estavam Neville, Luna e Angelina ( a antiga namorada de Fred) que estava sendo consolada por Jorge. Também estava presente Professora Mcgonagall e professora Trelawney.
A cerimônia não foi muito longa terminando com um lindo discurso de Jorge e explosões das Gemialidades Weasley com as letras F.W no céu. Todos levantaram suas varinhas em sinal de respeito.

Após a cerimônia houve um lanche preparado pela Sra. Weasley e todos conversavam tentando se alegrar.
- Harry, eu não sabia que o futuro ministro da magia também estava aqui.
Harry e Hermione viraram para encarar Kingsley Shacklebolt que caminhava em sua direção pesadamente e com uma expressão séria.

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