O novo ministro vinha em direção ao trio e apenas um pensamento pairava na cabeça de Rony. O que será que fizemos dessa vez? Não poderia ser coisa boa.
Kingsley cumprimentou algumas pessoas com um leve aceno de cabeça afim de não causar uma distração desnecessária.
_ Como têm estado, crianças?
Crianças era um termo um tanto quanto exagerado para idade que já apresentavam e com tudo que haviam passado nos últimos anos e em específico o último. Contudo, permaneceram em silêncio - não por falta de educação, mas por ansiedade no que ele falaria a seguir.
_ Desculpe ter que me intrometer assim - Kingsley falou diretamente para Rony -, mas eu poderia ter uma palavra em particular com a senhorita Granger?
Rony direcionou os olhos para Hermione com o cenho franzido. Esta por sua vez, levantou as sobrancelhas como quem também estivesse surpresa.
_ Han, mas é claro!
Hermione saiu de perto dos dois amigos e seguiu a um local mais quieto e reservado.
- Senhorita Granger, trago assuntos urgentes do ministério. - Kingsley falava sério. - Como deve saber grandes partes dos países estão passando por uma reforma após a queda de Voldemort e seus seguidores. Nossa prioridade no momento é capturar todos os comensais da morte que ainda estão fugidos. Todos sabemos como são perigosos.
_ O senhor quer que cacemos todos os seguidores de Voldemort que ainda estão à solta em diversos países?
- Não, senhorita Granger. Estou aqui para avisá-la de que um grupo está na Austrália agora. - Hermione arregalou os olhos. - Estão atrás dos seus pais.Rony e Harry foram até o máximo que podiam chegar de onde Kingsley e Hermione conversavam sem que fossem vistos.
_ Estou lhe dizendo Harry, eu tenho um par de orelhas extensíveis em algum lugar do meu quarto.
- Ron, ainda que sua ideia seja uma opção para podermos saber sobre o que estão conversando, você não acha mais sensato esperar?
Sem responder Ron virou-se impacientemente tentando captar alguma coisa do que falavam. Sem sucesso, começou a esgueirar-se por entre os convidados presentes na Toca afim de se camuflar. Talvez Harry pudesse esperar, mas Hermione nunca fazia nada de errado a não ser que os três estivessem envolvidos na história. O que o ministro da magia que ainda nem havia tomado posse poderia querer?_ Kingsley, eles são meus pais! - Hermione estava boquiaberta e completamente zangada. - Eu preciso fazer algo.
_ Eu entendo completamente como se sente senhorita Granger, mas é muito perigoso. Não posso permitir isso!
_ Como se fosse mais perigoso do que ficar um ano inteiro tentando destruir Voldemort sem saber quando morreria por ser louco o suficiente ao enfrentar um dos bruxos mais poderosos da atualidade. - Hermione derramava algumas lágrimas de seus olhos e falava mais alto do que deveria para que fosse uma conversa despercebida.
_ Olhe bem - Kingsley colocou a mão no ombro direito da menina e a puxou para fora de olhares curiosos -, eu sei como é tudo isso. Eu lutei a primeira guerra contra Voldemort; parecia uma causa perdida. Era insano.
_ Hermione - pela primeira vez o futuro ministro dirigiu-se a menina pelo seu primeiro nome -, eu perdi amigos, família e qualquer esperança que viesse depois disso tudo. Por favor, entenda...
Hermione o encarou nos olhos com as lágrimas presas embaçando sua visão.
_ Eles... são... meus pais. - Disse mais uma vez com raiva.
Não era uma raiva específica de Kingsley ou qualquer outra baboseira que estivesse falando para tentar convencê-la a não ir correndo resgatá-los. Era uma raiva de si própria por ser responsável pelo que estava acontecendo.
Kingsley respirou fundo antes de dizer:
_ Desculpe, mas são assuntos pertinentes ao ministério. - Ele disse pesadamente palavra por palavra. - A senhorita está proibida de interferir.
Hermione tremia dos pés à cabeça.
_ Por que veio aqui me dizer, então?
_ Esse é o meu dever. - Kingsley virou-se e aparatou antes que mais alguém achasse estranho a conversa que estava levando.
_ Hermione! - Rony tropeçou de encontro a menina. - O que está havendo? Está tudo bem?
Rony reparou que os olhos da menina estavam marejados de lágrimas.
_ Preciso falar com você e com Harry em particular urgente! - Ela disse limpando o rosto.
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_ Então você está me dizendo que os comensais da morte estão atrás dos seus pais e não podemos fazer nada? - Harry perguntou tentando entender. - E o que o ministério vai fazer quanto a isso?
_ Kingsley disse que resolveriam.
_ O que Kingsley sabe? - Rony tentou demonstrar seu apoio a menina.
Hermione sem parecer focada andava de um lado para o outro. Era uma cena rara de se ver.
_ São meus pais, Rony. - Ela disse. - Preciso fazer alguma coisa. Além do mais, tudo isso foi culpa minha.
Hermione parecia a beira de um colapso, ou talvez à beira das lágrimas fosse o termo correto.
_ Não foi culpa sua, Hermione. - Harry parecia desconfortável.
_ Claro que não foi! - Rony concordou colocando uma de suas mãos no ombro de Hermione.
A menina parou por um instante e tomou um grande suspiro:
_ E vocês sugerem que eu apenas sente e espere pelo ministério?
_ Não. - Harry e Rony responderem em uníssono.
_ Então está decidido. - Hermione complementou. - Vou buscar meus pais!
_ Vamos com você! - Disse Harry.
_ O quê? - Hermione se virou em sua direção. - Harry você não pode...
_ Claro que posso, Hermione! - Ele cortou a menina. - Você e Rony abandaram tudo para me ajudar.
Houve um estrondo na porta do quarto dos meninos e ela se abriu ferozmente.
_ Por que vocês vivem sumindo? - Gina parecia furiosa mas em particular lançava um olhar de quem queria acabar com Harry.
_ Os comensais da morte estão atrás do meus pais. - Hermione respondeu séria.
Gina arregalou os olhos e perdeu a fala por um par de segundos.
_ Então, qual o plano? - Rony perguntou. - Como vamos para a Austrália?
_ Ir de avião levaria muito tempo e dinheiro. - Harry explicou.
_ Bom, eu ouvi papai dizer que o ministério vai estar transferindo alguns portais essa semana. - Gina manifestou. - Na verdade, ele e Percy parecem estar em um briga sobre quem sabe mais assuntos do ministério.
A menina revirou os olhos e aproximou-se de Harry para segurar-lhe a mão.
_ Certamente a melhor forma de irmos para a Austrália seria através de uma chave de portal, mas precisaríamos de pelo menos dois portais para irmos a outro continente. Sem mencionar que não temos autorização.
Rony bufou e sentou-se desanimado em sua cama.
_ Por que tudo que fazemos o mundo todo parece estar contra?
Todos os quatro se encaravam porque era muito óbvio o que precisariam fazer. Dessa vez Gina também participaria de toda a loucura que procuravam. Não havia nem como negar.
_ Não tinha imaginado invadir o ministério depois de derrotar Voldemort. - Harry disse.
_ Não precisamos invadir. - Hermione comentou. - Só precisamos de um plano.
_ Espere um pouco. - Rony levantou-se às pressas para encostar a porta. - Não podem ouvir o que vamos fazer.
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Austrália
FanfictionApós derrotarem Voldemort as coisas poderão finalmente ser normais. Mas como? Depois de tantos anos ser normal se tornou uma palavra estranha. Rony e Hermione tem a chance de se resolverem enquanto saem para uma última aventura na busca dos pais...